Powered By Blogger

Pensamentos aleatórios

29 de dezembro de 2012

A hora da verdade!

A Hora da Verdade se aproxima, ou seria a Hora do Espanto?

Parece até título de filme de terror, mas não é não (poderá vir a ser). É que está se aproximando o dia 1º de janeiro, data da posse do prefeito, dos novos vereadores e também da eleição para a presidência da Câmara de vereadores de Catalão, onde dois candidatos contam como certos que serão o presidente: pela ala governista, Silvano Mecânico, do lado oposicionista, Deusmar Barbosa.

A vantagem está com Deusmar, que tem do seu lado 9 dos 17 vereadores, mas Silvano também é forte, pois o seu maior cabo eleitoral é o prefeito Jardel (e tem como carta todas as benesses que um aliado do prefeito poderia oferecer). 

Seja quem for o eleito ficará um gosto amargo de traição na boca, maior se for do lado de Deusmar, é claro, mas não é de espantar que ocorra. Silvano não ser o presidente seria o resultado normal, mas poderia se evitar o constrangimento de montar uma chapa para a disputa sabendo-se que os votos estão definidos.

De toda forma, seja qual for o resultado, a questão não termina aqui. A atuação da Câmara em cada votação vai ser muito mais decisiva (e valer muito mais) do que o voto para a presidência, resta saber se os vereadores do lado do PMDB, se se mantiverem fieis agora, ainda terão peito para ser oposição ao prefeito ou se vão se dizer arrependidos e se comprometerem com a eleição de um presidente governista daqui a dois anos.

Em tempo: impressiona o quanto a política de Catalão não muda. Há vinte anos são os mesmos atores: PMDB contra PFL, depois PMDB contra PSDB, Adib contra Jardel... tanto Silvano quanto Deusmar já disputaram a presidência e foram presidentes, e ambos se desgastaram na função. O primeiro teve balancetes reprovados pelo TCM por causa de gastos excessivos em papel higiênico (50 mil reais) e o segundo já foi presidente por três vezes e está na mira do Ministério Público, por conta de irregularidades na contratação de mão-de-obra, e mesmo assim não surge um nome novo para se oferecer para o embate. Pelo jeito o "troca e renova" da eleição é só para o Executivo mesmo, já que os vereadores se mantêm e os novos entram no jogo rapidinho e garantem a submissão do Legislativo.

Compartilhe:

Retrospectiva 2012


Retrospectiva dos fatos mais marcantes ocorridos em nossa cidade (na humilde opinião deste blogueiro) no ano que vai findando.

Janeiro
  • Um acidente ocorrido no dia 10 de janeiro deixa a população de Catalão perplexa e horrorizada. A violência do impacto foi tanta que arrastou cerca de dez veículos e culminou em vários feridos e na trágica morte da jovem Lara Paschoal, que voltava do trabalho em seu horário de almoço.
  • Asfalto ruim e chuva em excesso fazem das ruas de Catalão uma verdadeira pista de Rally, para revolta da população e alegria dos piadistas, que até escolheram mascote para a Prefeitura.
  • Início do Goianão, mas a preocupação não é se o CRAC conseguiu ou não montar um bom time, é saber se foi mesmo o Jardel que distribuiu as camisetas no jogo com o Vila Nova.
Fevereiro
  • Greve dos professores da rede estadual de ensino se arrasta, sem perspectiva de conversa com o Governo. Duraria 50 e acabaria de forma melancólica sem um acordo assinado, só promessas.
  • A lei da Ficha Limpa é aprovada e valerá para as eleições de 2012. Em Catalão a repercussão é enorme e de uma hora para outra surgem especialistas em Direito Eleitoral em cada esquina da cidade. O assunto dominaria a eleição, de uma forma que ninguém imaginaria...
  • Propaganda da Prefeitura dizia que 100% da arrecadação era investida em asfalto... revolta total da população que continuava sofrendo com os buracos.
Março
  • Demóstenes Torres é desmascarado. O paladino da ética na realidade era lobista do bicheiro Carlinhos Cachoeira, mais tarde seria cassado, único a ser punido pelas relações com o Cachoeira até hoje.
  • A Delta é exposta como braço empreiteiro do esquema do Cachoeira. Cláudio Abreu (um catalano) é um dos homens fortes da empresa. Os contratos da Delta são suspensos em todo o estado de Goiás, exceto em Catalão, onde aparentemente não existia nenhuma irregularidade. O contrato seria suspenso posteriormente, com consequências ruins para o município.
  • Começa a novela "Avenida Brasil". Todo mundo falaria dessa novela até o final do ano e em Catalão não foi diferente, principalmente no Facebook. 
Abril
  • Camponeses protestam na avenida 20 de agosto, em frente ao banco Itaú, em solidariedade ao casal João e Elvira, que tiveram sua terra leiloada por dívidas com o banco. O protesto acabaria em confronto com a polícia e a questão se arrastaria por quase um mês (com mais manifestações, acampamentos e greve de fome) até a revisão do processo pelo Judiciário e consequente anulação do leilão.
  • Crime passional choca a cidade, tamanha a frieza do assassino.
  • O CRAC termina o Campeonato Goiano em quarto lugar, conquista vaga para disputar a série D do Brasileiro, mas sofre uma vexaminosa goleada de 8 a 0 do Atlético Goianiense em sua última partida.
Maio
  • Greve nas Universidades Federais. Em Catalão a UFG paralisa suas atividades e cerca de 3500 estudantes ficam sem aulas. A greve duraria quase 100 dias e terminaria sem um acordo digno com o Governo Federal.
  • Incerteza da participação do CRAC na série D revolta os torcedores.
  • Polícia Militar entra no Campus Catalão para reprimir protesto de estudantes. Primeira vez em quase 30 anos de existência da UFG em Catalão que tal fato acontece.
Junho
  • CPI do Cachoeira. Expectativa de implicação do governador Marconi Perillo, mas nada acontece. 
  • Começa o período eleitoral com as convenções e alianças: Adib, Jardel, Giovani e Álvaro da Aducat se dizem candidatos.
Julho
  • Coleta de lixo é interrompida e o lixo se acumula durante uma semana. População se revolta.
  • Início da campanha eleitoral e a maior de todas as surpresas: Jardel tem indeferido o seu pedido de registro de candidatura justamente por problemas com a Ficha Limpa. Adib passa e Álvaro não consegue o apoio do diretório estadual do PT e sai da disputa. Giovani segue solitário. Será a eleição mais judicializada da história de Catalão.
  • Mãe e filha são assassinadas no bairro Castelo Branco em crime passional. 
  • Blog do Mamede (o mais acessado da cidade) é retirado do ar pelo Juiz Eleitoral.
Agosto
  • Campanha eleitoral prossegue, polarizada entre Adib e Jardel. Enormes gastos de um lado e aparente tranquilidade do outro.
  • Surge o Blog da Maldade. Apócrifo, agressivo e politicamente incorreto vira sensação na cidade, com cerca de 150 mil acessos em menos de um mês de existência. Seria sabotado e retirado do ar posteriormente.
  • Duplo homicídio na Vila União. Mãe e padrasto vítimas do filho que desferiu golpes de faca.
Setembro
  • A falta de agressividade na campanha de Adib cobra seu preço: Jardel passa a frente na pesquisa Serpes e o que era improvável iria se confirmar no dia 07 de outubro.
  • Blog da Verdade se torna o mais acessado de Catalão.
  • O CRAC conquista a vaga para a série C do Brasileiro e vai disputar a final com o Sampaio Correia.
Outubro
  • Resultado histórico: vitória de Jardel Sebba em cima de seu principal rival político, acabando com 12 anos de hegemonia do PMDB na cidade. Somente em novembro os catalanos conheceriam o resultado oficial. 
  • Homicídio duplo choca a cidade. Já somam mais de 22 mortes no ano. O bairro Castelo Branco é o local onde acontece a maioria desse tipo de ocorrência.
  • Inicio das operações do melhor blog de Catalão (o mais humilde também). 
  • O CRAC perde a decisão contra o Sampaio Correia e fica com o vice da série D.
  • Homem tem 82% do corpo queimado no bairro Castelo Branco. 
Novembro
  • Velomar começa a demitir servidores comissionados e a cortar gastos na Prefeitura, população reclama.
  • Duplo homícidio, agora no bairro Santo Antônio.
  • Incerteza em quem será o prefeito de Catalão prejudica o CRAC, que depende do patrocínio da Prefeitura.
Dezembro
  • Assaltantes explodem caixa eletrônico do banco Itaú, no terminal da Copebrás. Primeira ocorrência desse tipo na cidade.
  • Jardel Sebba é diplomado prefeito eleito de Catalão.
  • Roberto Tiú renuncia a presidência do CRAC e uma nova diretoria, identificada com o grupo político do PSDB, vai assumir o clube.

Olhar para o passado nos permite relembrar fatos e entender como chegamos no momento presente. O fato mais marcante deste ano sem dúvida foi vitória de Jardel sobre Adib, algo inimaginável até pouco tempo atrás, mas analisando os fatos não chega a ser surpreendente, pois o desgaste da Prefeitura este ano foi mais intenso que nos anos anteriores (buracos, coleta de lixo, IPTU, CRAC) o que repercutiu nas urnas.

Outro aspecto que merece destaque é a violência. 2012 entra para a história recente de Catalão como um dos mais violentos: cerca de 26 mortes, além de inúmeras ocorrências de tentativas de homício, assaltos a mão armada, furtos, roubos e tráfico de drogas. Merece um post exclusivo com a análise dessa questão.

2012 também foi a ano da Nina, da Carminha e do Tufão. O ano do kuduro e do iô iô iô. Do Mensalão e da Operação Ouro Negro. O ano do Cachoeira e da Andressa e também de todos nós, protagonistas de nossa história. Foi um ano de luta e de renovação, de projetos realizados e adiados, de vitórias, derrotas e superações. E que venha 2013, com novos desafio, planos, alegrias e tristezas, é a beleza da vida se renovando!





28 de dezembro de 2012

Será que agora o aeroporto decola?


E não é que Catalão tem aeroporto?! Tem sim. Recentemente sua pista foi ampliada e a estrutura homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), ou seja, já poderia ter voos regulares, só que ainda não tem. 

Para que as empresas aéreas possam operar falta concluir o terminal de embarque. Uma companhia aérea (Passaredo) já demonstrou interesse em operar voos diários entre Catalão-Goiânia e São Paulo-Catalão e outras com certeza também vão querer operar aqui, já que a localização geográfica de nossa cidade é privilegiada e somos a 5ª economia em Goiás. Ainda não tem terminal, mas existe uma reforma em andamento para adequação do mesmo às exigências da ANAC, que começou há três anos. Ainda não acabou, e a previsão de término era maio de 2012, mas tá "pertinho pertinho" de acabar, só falta recomeçar.

O atraso nas obras do aeroporto de Catalão é mais uma dessas coisas importantíssimas de nossa cidade que passam despercebidas pela maioria da população, mas para quem acredita que voos regulares operando de e para Catalão não é luxo e sim uma necessidade de uma cidade polo e em desenvolvimento existe uma esperança: o Programa de Incentivo a Aviação Regional, anunciado no ultimo dia 20 de dezembro pela Presidente Dilma Roussef, que visa desenvolver a aviação civil reestruturando os pequenos aeroportos e aeródromos particulares.

Para receber os recursos é preciso ter projeto e resta-nos torcer para que o Governo do Estado tenha projeto para o aeroporto e não somente reformas paliativas para amenizar os problemas. Além do terminal é preciso ter salas de espera próprias para o embarque e o desembarque de passageiros, banheiros, veículos para buscar passageiros na pista, uma sessão de combate a incêndios, equipamentos para a torre de controle, rádio de comunicação com as aeronaves e outras melhorias. Caso nada disso seja projeto, Catalão vai perder uma oportunidade única para modernizar o seu aeroporto e trazer empresas para operar aqui e nosso aeroporto continuará a ser conhecido como aquele "pertim pertim" de Uberlândia.


Compartilhe:

27 de dezembro de 2012

E a novela do CRAC continua!



Está sendo o assunto mais falado desde a eleição municipal e tudo indica que vai ser O assunto do ano que vem: a situação do CRAC, o Leão do Sul, orgulho da cidade de Catalão, o melhor time do interior de Goiás, que pode disputar duas competições nacionais em 2013... mas pelo andar das notícias até o momento parece a emoção não vai passar da expectativa.

E as notícias que saíram hoje no Jornal Anhanguera, no Portal Catalão, no Blog do Mamede e no Blog da Verdade confirmam isso: o presidente do CRAC, Roberto Tiú (cujo mandato vai até 2014) vai renunciar, o time vai ter nova diretoria para o ano que vem e somente após a posse é que o time será montado e os preparativos para o Campeonato Goiano (que começa dia 20 de janeiro), Copa do Brasil e Série C do Brasileiro começarão de verdade.

A nova diretoria, segundo fontes não oficiais, será ligado ao grupo do prefeito eleito Jardel Sebba, com destaque para o presidente de honra, que será o vice-prefeito Rodrigão, e para o diretor de futebol, Sidney Fonseca. O ideal é que a atual diretoria se mantivesse e aprendesse a trabalhar com o novo prefeito e sua equipe, ou então que mostrassem competência e conseguissem outros patrocínios e conseguissem se manter independentes da Prefeitura, mas como nada em Catalão é simples e as paixões políticas falam mais alto que o profissionalismo a diretoria vai mudar, no entanto, só pelos dois nomes acima é possível dizer que existe sim a possibilidade de o Leão se salvar.

Rodrigão é um torcedor símbolo do Leão, ganhou fama estadual em 2004 indo em todos os jogos vestido como roceiro, em alusão à provocação da imprensa goianiense, que não acreditava no CRAC. Já Sidney foi o responsável por montar o time campeão naquele ano, portanto entende do assunto e é bem provável que já tenha até um time montado no papel, só faltando o OK de Jardel para as contratações. Ou seja, não vão faltar paixão pelo time e profissionalismo. O tempo perdido não poderá ser recuperado, é claro, mas se não vai dar para brigar pelo título do Goianão ao menos o campeonato não será de todo perdido (friso que é opinião de quem não joga bola e entende pouquíssimo de futebol).

De toda forma não deixa de ser frustrante ver como o CRAC continua a ser usado como ferramenta política. E a derrota do PMDB institucionalizou essa situação, pois só após a certeza da posse de Jardel é que a diretoria do CRAC se movimentou, mesmo que seja para, covardemente, se retirar ao invés de peitar a situação e mostrar que é possível sim montar um time competente sem o dinheiro público. Acho que essa é mais uma das estratégias equivocadas adotadas pelo pessoal vinculado ao PMDB: pensam que estão deixando uma bomba no colo do próximo prefeito, mas podem estar dando de presente a galinha dos ovos de ouro. O melhor seria mostrar competência e montar um time sem o dinheiro do município, só com patrocinadores privados, com sorte até daria para chegar às finais do Goianão e se manter por mais tempo disputando os campeonatos nacionais. O time seria então um reduto da oposição e uma amostra do que a população de Catalão perdeu não votando no seu candidato. Mas é mais fácil dar de bandeja o "problema" para o adversário do que tentar trabalhar na captação de recursos privados e tornar o time um clube de futebol profissional, sério e independente. Essa situação é um mal da política, mas ninguém parece ter disposição para mudar e dessa forma vai continuar por um bom tempo, servindo à estratégia política do pão e do circo. Ave Cesar!




Roberto Tiú: pediu para sair! - Rodrigão: novo presidente de honra - Sidney: montou o time campeão de 2004
Compartilhe:

23 de dezembro de 2012

O fim do mundo (Marco) Maia




Mais um texto ótimo da colunista Ruth de Aquino, disponível no site da revista Época (http://revistaepoca.globo.com/palavrachave/ruth-de-aquino/), que compartilho abaixo:

O fim do mundo Maia

Ruth de Aquino - Revista Época - 21/12/2012

Ruth de Aquino
Se você estiver lendo esta página, é um sinal de que o mundo não acabou no dia 21 de dezembro. Mas a profecia (Marco) Maia do Juízo Final foi levada a sério pelo Congresso. Nossos representantes da Câmara e do Senado decidiram antecipar o fim dos tempos... de trabalho. Entraram em greve branca e bateram o pezinho, recusando-se a votar qualquer coisa, até mesmo o Orçamento de 2013. Reconheceram que existe um juízo final – do Supremo e da Constituição. Já é um bom presságio.

Não resistiu a uma noite e um dia aquela pantomima toda – de arcas gigantes para a resistência ao STF e calhamaços de 463 páginas com questões essenciais, proteladas e esquecidas ao longo de 12 anos. Alguém deve ter avisado aos congressistas que ainda não é fevereiro, mês de Carnaval e desfiles alegóricos. Tiraram as máscaras. É dezembro, é Natal.

Hora de parar tudo porque faz muito calor, e a preguiça remunerada dos deputados e senadores é mais sagrada que os royalties do petróleo ou os coleguinhas condenados no mensalão. Hora de aproveitar o 14º e 15º salários pagos por nós e usufruir todas as ajudas extras que tornam o Congresso brasileiro um dos mais caros do mundo.

Eu queria decretar recesso de colunas políticas. Sério. Queria aliviar a pressão e apostar na tolerância. Queria escrever uma carta ao Papai Noel, com pedido de educação para todos, pois isso sim é urgente. É inaceitável que quase metade dos adultos brasileiros, de 25 anos ou mais, não tenha concluído o ensino fundamental, como acaba de revelar o IBGE. Educação é o primeiro passo para a cidadania plena e o voto consciente. 
Queria também desejar a você, leitor, e a sua família 3.060 votos de paz e felicidade – mas os 3.060 vetos atravessaram minhas boas intenções. O ridículo da situação me obriga a pedir ao Papai Noel no ano que vem um Congresso mais ativo e menos guloso. Um Legislativo que não se desmoralize publicamente.

Os números traduzem a irresponsabilidade infantil do Senado. A gráfica imprimiu 416.700 páginas para compor cédulas que acabaram todas no lixo. Gráfica e marcenaria trabalharam em regime de plantão para construir cenário e o enredo da escola de samba que parou no meio da avenida. As dez urnas estavam enfileiradas, como testemunhas toscas da loucura parlamentar. E nós, como sempre, pagamos toda a encenação.
Pedimos então ao Papai Noel que o Congresso não rasgue contratos estabelecidos – porque fica feio. Que não se apresse a votar apenas para inchar os gastos públicos, abrir vagas sem concurso, aumentar seus próprios salários e reduzir para três dias semanais o expediente em Brasília. Que entenda que quem cassa os direitos políticos de congressistas não é o Supremo Tribunal Federal, mas a conduta equivocada e criminosa de cada deputado ou senador. Uma sociedade que se bateu pela Ficha Limpa rejeita condenados como seus representantes.

Torço para que esteja certa a autora do livro 2012, las profecias del fin del mundo, a jornalista mexicana Laura Castellanos. Ela entrevistou antropólogos e historiadores. O apocalipse em 21 de dezembro não foi, segundo ela, previsto pelos maias. A visão do fim do mundo com a chancela de uma civilização antiga acabou se tornando muito popular. Uma peça de marketing com um benefício concreto: rever valores. Segundo o livro de Castellanos, as profecias maias não se concentram em catástrofes. Elas preveem “o despertar da consciência e o renascimento de uma nova humanidade, mais equitativa”.

Queria acreditar. Talvez, no íntimo, acredite. Nada como olhar a perspectiva do fim como um recomeço. Tenho lido artigos de colegas que, com a chegada da velhice, se tornaram arautos do apocalipse. O pessimismo e a desesperança incomodam. Tenho medo de que os jovens se contaminem. Alguns desistem de ter filhos, porque sonhavam com um mundo melhor. Mas a violência, os massacres, a ignorância, a fome, as guerras, os genocídios – tudo isso sempre existiu. Não é invenção de agora.

Também me irrita a mania de alguns velhos – jornalistas ou não – de achar que o mundo acabará quando eles morrerem. É muito egocentrismo. É fácil achar que o baile é ruim só porque somos barrados nele, por extinção de prazo de validade. Se hoje chegamos aos 90 anos, temos não só o direito, mas a obrigação de sonhar. Pelos filhos, netos e bisnetos.

Como os parlamentares também têm família, sugiro um retiro espiritual ou moral para expurgar os pecados e pensar nas lições do ano que termina. Em 2013, já temos uma notícia boa e uma notícia ruim. José Sarney sai de cena. Renan Calheiros entra em cena. O Senado troca seis por meia dúzia.

Reclame, mas não seja chato. Melhor ser um indignado otimista do que um resignado deprimido. Já escrevi isso aqui antes. Vale repetir antes que o mundo acabe. 


22 de dezembro de 2012

O dia depois do mundo não acabar



O mundo não acabou, a vida continua, as dívidas também, as alegrias, as tristezas, as amizades, os projetos... enfim, seguimos nosso caminho em direção ao futuro. E seguindo a linha do post anterior, nada melhor do que iniciar o dia depois de o mundo não acabar com humor. Segue uma seleção de dez charges sobre o tema:







 



E o mundo não acabou...


É... mais uma vez o anunciado cataclisma do fim do mundo não ocorreu, o que é ótimo (exceto pelas contas). E como sempre essa data também produziu enorme expectativa entre aqueles que acreditam que o mundo um dia pode acabar, mas gerou também momentos bem humorados, entre os quais destaco uma seleção de charges que saiu no Jornal Opção, de Goiânia: A espera pelo fim do mundo em dez charges.

A passagem de 2012 para 2013 não tem seguido a tradição. As preocupações não mais se restringem com o que presentear as pessoas queridas, o que fazer para a ceia de natal ou que cor usar nas festas de ano novo. Há um clima de receio em se fazer planos – embora nem todos o admitam ou percebam. O assunto do momento é fim do mundo, que norteia conversas descontraídas no intervalo do serviço a discussões acaloradas sobre espiritualidade e religiosidade, além do aquecimento global, apontado como fruto da nossa ingratidão diante da natureza – que agora estaria dando o troco. E quem não se perguntou o que deveria fazer na vida antes de tudo se acabar?

Assim como têm aqueles que não dão a mínima para a profecia Maia e as previsões catastróficas que a acompanham, há os que não acreditam nem desacreditam. Simplesmente esperam. A bem da verdade é que essa não é a primeira vez que o alerta vermelho é lançado, e se não for dessa vez que o planeta Terra vai para as “cucuias”, muito provavelmente ainda teremos outros alarmes falsos.

O mais antigo registro de previsão frustrada de fim do mundo que se tem notícia data de 1910. Na ocasião o cometa Halley passou muito próximo da Terra e assustou muita gente. Depois descobriu-se que sua passagem era periódica, a cada 76 anos. Os ânimos puderam se acalmar. Daí veio Nostradamus pregar uma peça em todo mundo. O alquimista francês escreveu de forma quase inelegível – o que fez estudiosos se debruçarem sobre suas escrituras por mais de 400 anos – que “No ano 1999, sétimo mês, do céu virá o grande rei do terror”. Pronto, estava armado o circo das especulações. Juntou-se a essa previsão a interpretação apocalíptica de que o ano 1999 era uma referência ao número da besta, o 666.

O fato é que, com ou sem previsão, vamos ter que esperar até o dia 21 de dezembro, sexta-feira próxima, para comprovar – ou não – nosso fim. Os mais otimistas consideram o calendário Maia apenas mais um calendário, que como todos têm início, meio e fim. Essa linha de raciocínio parece ser a mais adequada a partir do momento que como meros mortais, a essa altura do campeonato, nada podemos fazer.

E é com essa perspectiva que o Jornal Opção separou dez charges que abordam o fim do mundo com bom humor, porque se for para morrer, que o façamos ao menos depois de boas gargalhadas.


21 de dezembro de 2012

A união faz a força (e garante a Presidência da Câmara?)



A imagem acima é emblemática. É de autoria de Araújo Cine Foto e foi publicada ontem no Facebook do Cairo Batista (https://www.facebook.com/cairo.batista.7) com a legenda "A União Faz a Força!" mostrando que mesmo perdendo a Prefeitura o PMDB fez a maioria dos vereadores e estes estariam unidos para manter o controle do legislativo catalano, ou seja, mesmo derrotado, o PMDB e os partidos aliados articulam para se manterem unidos e fortes para as próximas disputas eleitorais. 

Na prática significaria que Jardel vai ter uma Câmara de oposição firme, que vai fiscalizar e dificultar (no bom sentido) o trabalho do Prefeito. É claro que ser oposição não é ser contra tudo o que o prefeito propor, o papel da oposição é exercer a crítica construtiva, mas também serve para garantir que os balancetes das gestões anteriores sejam aprovados e as contas não sejam investigadas.

Aí cabe uma reflexão: dá para confiar? Cairo é um cara simpático e do bem, foi muito criticado na campanha justamente pela ausência de malícia e agressividade, acredita na honestidade das pessoas e demonstra isso confiando na união desse grupo, mas a verdade é que o papel de oposição não é fácil e vereador nenhum quer ser contra o prefeito, na primeira oportunidade a grande maioria não resiste ao chamado e muda de lado.

E porque seria diferente agora? É verdade que os holofotes estão sobre eles e o primeiro que mudar de lado vai ter que acrescentar a alcunha de Judas ao nome, mas creio que quem o fizer tem caixa para suportar tal fardo, sempre foi assim. A grande questão dessa situação não é o interesse coletivo, mas sim o individual, e o que é mais interessante individualmente: ter o controle da Câmara, de seu orçamento, de sua estrutura, dos cargos de confiança, fazer oposição ao prefeito e se indispor com os colegas vereadores ou mudar de lado, manter/conseguir indicações de cargos comissionados na Prefeitura, acesso aos favores do Prefeito e intermediar serviços para seus eleitores?

Tá bom! A atuação dos vereadores será pró-prefeito, mas a presidência será do PMDB, isso não se discute, né? Não é bem assim. A Presidência da Câmara só fica com o PMDB se a votação for aberta. Se for secreta, como de costume, a história se repetirá: o sujeito diz que vai votar com os colegas e lá na urna faz diferente. Já aconteceu na votação do Silvano Mecânico (César votou contra Deusmar) e na de Itelvino (a chapa dele teve 12 dos 15 votos possíveis, sendo que havia outra chapa com 4 pessoas). 

Ou seja, só veremos o circo pegar fogo (mudanças de lado, mágoas, justificativas, xingamentos, etc) se os votos forem secretos, caso contrário, se a transparência na votação for a regra, duvido que os vereadores eleitos com o PMDB tenham peito para declarar o voto para o Silvano Mecânico. Que vários ali querem (e vão) passar para o lado do PSDB é fato, mas farão isso na surdina, para não desagradar de imediato os eleitores e as suas (ainda) lideranças políticas. Ser oposição é um papel importantíssimo, mas também é um fardo, que pouquíssimos querem carregar. Melhor ser situação, ser amigo do prefeito, ter cargos e benefícios na prefeitura. A união faz a força, desde que seja a união com o prefeito e a força da máquina pública.

Compartilhe: