Na última sexta, dia 1º de julho, ocorreu uma audiência pública na UFG - Câmpus Catalão para tratar da criação da Universidade Federal de Catalão (UFCAT) cujo projeto tramita na Câmara dos Deputados. O evento foi realizado pela Comissão de Trabalho, de Administração e
Serviço Público da Câmara com o objetivo de instruir o
relatório a ser apresentado pelo deputado Daniel Vilela, relator da
matéria.
Daniel Vilela, Adib Elias, Orlando Afonso (Reitor da UFG) e Thiago Jabur (Diretor do Câmpus Catalão) |
O deputado explicou a situação atual do projeto,
aprovado no fim de junho na Comissão de Educação e que agora tramita em
caráter conclusivo. Daniel Vilela afirmou que o momento de turbulência que
atinge a presidência da Câmara dificulta a inclusão da matéria na pauta
de votação. O fim do rito do projeto na Câmara ainda envolve tramitação
nas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de
Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Ainda
assim, segundo o parlamentar, há grande expectativa para a aprovação
dos projetos que criam as Universidades Federais de Catalão e de Jataí
ainda este ano.
Após a explanação do deputado o microfone foi cedido para que os presentes pudessem manifestar suas dúvidas e contribuições ao projeto. Como representante dos técnicos administrativos fiz uso da palavra e explicitei para todos o desejo da categoria de que a instituição tutora da UFCAT seja outra que não a UFG, conforme documento assinado por todos os servidores administrativos presentes na audiência e entregue ao deputado Daniel Vilela para formalização.
A tutoria é o passo seguinte após o projeto de criação se tornar lei e a nova universidade começar suas atividades de fato. No entendimento dos técnicos o desejo de emancipação, independência e autonomia do Câmpus Catalão é uma demanda histórica de quase 30 anos e que finalmente promete se concretizar com a criação da UFCAT, mas para que isso verdadeiramente ocorra é necessário que os laços com a UFG se rompam de forma definitiva no momento da separação, o que só ocorrerá de fato se a instituição tutora, responsável pela organização administrativa e elaboração do estatuto e regimento da nova universidade, não for a UFG.
Geograficamente mais próximas de Catalão existem instituições de referência que poderiam exercer essa tutoria: a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Universidade de Brasília (UnB), todas instituições de renome e que poderiam contribuir enormemente para o desenvolvimento das atividades da UFCAT. Uma tutoria por outra universidade proporcionaria o acréscimo de experiências e de outras culturas administrativas diferentes das conhecidas em mais de 30 anos de câmpus, o que resultaria numa nova cultura administrativa, com identidade própria e livre de vícios históricos construídos e reafirmados ao longo dos 56 anos da UFG, entre esses a usurpação de funções administrativas por professores.
O deputado Daniel explicou que a indicação da instituição tutora não é atribuição da Câmara e sim do MEC, mas se comprometeu a levar nosso pedido ao conhecimento do Ministério. Nosso próximo passo será nos movimentar politicamente indo ao MEC e enviando expedientes à bancada goiana na Câmara e no Senado para que esse anseio se torne realidade e a UFCAT seja uma universidade realmente nova e independente, até nas práticas administrativas.
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