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Pensamentos aleatórios

25 de janeiro de 2013

O mágico poder das palavras


As palavras tem poder, já fala o ditado popular. Existem livros sobre o assunto, alguns focando o cuidado que devemos ter com o uso de certas palavras e expressões: NÃO, porque atrai negatividade; MAS, se for após uma frase desfaz o que foi dito até então; VOU TENTAR, porque pressupõe a possibilidade de falhar; SE (se eu conseguir, se eu não morrer) ao invés de QUANDO (quando eu passar, quando eu ganhar)... e por aí vai. Não se sabe ao certo quando e onde se originaram as teorias sobre o uso das palavras positivas, sabe-se que são amplamente divulgadas pelos gurus de auto ajuda pelo mundo afora através de livros, vídeos, internet e programas de televisão, sempre com a certeza do poder emanado por determinadas palavras. Mas o que esses gurus não sabiam é que a palavra mais poderosa de todos os tempos não é nenhuma das citadas acima, nem é o SIM (atrai a positividade), nem POR FAVOR (atrai a gentileza), ou mesmo OBRIGADO (atrai a retribuição), a palavra mais poderosa de todos os tempos é PARCERIA.

PARCERIA é a palavra que abre portas, move montanhas, muda os destinos, atrai dinheiro, melhora a vida, deixa todos muito mais felizes... muito melhor do que seguir as lições de "O Segredo" é usar a palavra PARCERIA... Bom, ao menos é o que aparenta ser em todas as divulgações feitas até o momento pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura.

De cada 10 ações divulgadas 8 se devem às parcerias feitas agora ou que ainda serão efetivadas. Tá certo que a palavra está no slogan da gestão e tem mesmo que ser ressaltada, mas atribuir TUDO às parcerias é perigoso, justamente porque algumas parcerias podem não ser benéficas ou mesmo não surtir o efeito desejado, principalmente aquelas feitas com entes privados, que todos sabemos fazem parcerias com o setor público visando apenas lucro e não o bem estar social da comunidade. Um exemplo é a anunciada parceria visando a melhora da Educação no município. Ora, Catalão já possui uma Educação entre as melhores e mais premiadas do interior do Brasil, resultado de 30 anos de formação superior de professores em nossa cidade, que em sua maioria atuam na rede municipal de ensino, da valorização dos profissionais ao longo dos anos (culminado com o Estatuto do Magistério aprovado ano passado) e de escolas com boas condições, tanto para alunos quanto para professores. Aí faz-se uma parceria com uma organização privada, muda-se toda a base do ensino para a filosofia dessa organização, cria-se uma dependência do material fornecido, e aí? Pode melhorar? É claro que pode, mas o risco de dar errado também é muito grande, antes continuar investindo nos profissionais (como até já foi anunciado pelo Secretário de Educação) do que tentar reinventar a roda. A parceria do Governo do Estado com as OS para melhorar o atendimento nos hospitais públicos em Goiânia não surtiu o efeito desejado, em alguns casos até piorou.

É claro que não se pode ser contra as parcerias. Nossa cidade não é uma ilha de prosperidade que pode se dar ao luxo de dispensar recursos do Governo do Estado ou mesmo de empresas que queiram contribuir com o progresso da cidade (a parceria com a Copebrás para manutenção das estradas, por exemplo), mas é preciso ir devagar com o andor senão o santo quebra. Não é admissível divulgar que rotas áreas vão começar a operar no aeroporto, que o DIMIC vai ter espaço para novas empresas e infraestrutura para manter as já instaladas e que virá uma unidade do IF Goiano só por causa da parceria atual com o Governo do Estado... isso é enganar a população. Se tudo isso vai acontecer agora só caracteriza a omissão do "parceiro catalano" com a cidade até agora (e com seu povo). As obras do aeroporto estão paradas há quatro anos, a precariedade do DIMIC foi notícia no Bom Dia Goiás há menos de um ano e a unidade do IF só não veio antes para Catalão porque a área pretendida era a da antiga Escola Agrícola, doada e depois tomada da UFG pelo Governo do Estado. Dizer que essas coisas vão acontecer agora é admitir que o Governo do Estado não fez antes porque não quis ou que não tinha condições e agora vai empurrar para a prefeitura fazer ações de sua competência. Parceria é bom sim, mas ambos os parceiros tem que ganhar, se apenas um ganha não é parceria, é exploração.
 
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Um comentário:

  1. Olá Roberto,
    Cumprimento-o pelas definições e análises lúcidas e acertadas. De fato, em gestão pública "não se joga fora a criança junto com a água do banho"... Convém estarmos atentos para a sabedoria do tempo! Abs.

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