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Pensamentos aleatórios

30 de outubro de 2013

É tempo de eleição na UFG Câmpus Catalão


O câmpus da Universidade Federal de Goiás em Catalão está fervendo, mas nada tem a ver com as altas temperaturas dos últimos dias, o motivo é de ordem eleitoral. 

Apenas três anos após a escolha de seu último Diretor a comunidade universitária novamente se mobiliza em um novo processo democrático de escolha de seus dirigentes (Diretor e Vice-Diretor) para o mandato 2014-2017. Tal processo se deve ao fato de o atual Diretor, professor Manoel Chaves, ter sido eleito como Vice-Reitor da UFG, cargo que ele assume a partir de dezembro, e diferente do afastamento de um prefeito, onde assume o vice, por exemplo, o Regimento da UFG prevê a convocação de novas eleições no caso de ausência definitiva do Diretor.

Também diferente de uma eleição normal a escolha do novo Diretor do Câmpus Catalão não é um processo eleitoral comum, pois não se trata de uma eleição propriamente dita, mas sim de uma consulta a comunidade universitária, coordenada por uma comissão composta por representantes das entidades de classe que compõem essa comunidade (ADCAC - professores; SINT-IFESgo - técnicos administrativos; e DACC - estudantes), cujo resultado posteriormente pode ser referendado pelo Conselho Diretor do Câmpus. Tal processo é uma alternativa à legislação que disciplina a escolha dos dirigentes das instituições federais de ensino superior (que data do Governo Militar) e prevê que a eleição dos diretores deve ser feita na proporção de 70% do peso dos votos para os professores; 15% para estudantes e 15% para técnicos administrativos, ou seja, pela legislação arcaica do período militar a escolha do Diretor fica restrita aos professores, que tem o maior peso na eleição, já no processo de consulta o voto de cada um dos segmentos da comunidade universitária tem o mesmo peso (1/3 para professores, 1/3 para estudantes e 1/3 para técnicos), dessa forma cada chapa deve ter propostas e conversar com cada categoria, tornando o processo mais democrático.

Os candidatos

E para a consulta à comunidade universitária do Câmpus Catalão este ano são três chapas:

Chapa 1 - Thiago Jabur (Diretor) e Denis Rezende (Vice)


Thiago é professor do curso de Ciência da Computação e atualmente é coordenador do CERCOMP no Câmpus Catalão. Denis é professor do curso de Física, do qual já foi coordenador. A principal marca dessa chapa é a juventude (os dois professores estão entre os mais jovens e qualificados do câmpus) e propõem uma gestão moderna, ágil e participativa. 

Chapa 2 - Wolney Honório (Diretor) e Júlio Valandro (Vice)


Wolney é historiador e professor do curso de Pedagogia e do Mestrado em Educação, atualmente é chefe do Departamento de Educação do Câmpus Catalão e membro da comissão de atualização do estatuto da UFG. Júlio é professor do curso de Engenharia de Produção, que já coordenou, e recentemente concluiu o pós-doutorado na University of Ulster - Belfast/Irlanda do Norte/Reino Unido. A chapa tem o mote "Autonomia, Transparência e Responsabilidade", que propõe a consolidação do crescimento do câmpus e aumento da representatividade deste junto às instâncias internas da UFG.

Chapa 3 - José Vieira Neto (Diretor) e Ulysses Rocha (Vice)


José Vieira, ou simplesmente Neto, já foi Diretor do Câmpus Catalão (mandato 2003/2007), é professor do curso de Geografia, que já coordenou, e muito conhecido no câmpus por sua simpatia. Ulysses é professor do curso de Letras, que também já coordenou em várias oportunidades, e escritor, com vários livros publicados. O principal argumento dessa chapa é fazer uma universidade viva e participativa e aposta na experiência que o professor Neto adquiriu na época em que foi Diretor, quando vivenciou os primeiros momentos do programa de expansão das universidades federais, e na simpatia dos dois candidatos, entre os mais bem quistos no câmpus.

O que esperar dessa disputa?

Um debate qualificado de propostas, que contemplem políticas para evitar a evasão dos estudantes e a ampliação da assistência estudantil para além do oferecimento de bolsas. Debates internos sobre infraestrutura para as atividades acadêmicas e desburocratização dos procedimentos administrativos também devem ter destaque. E de interesse da comunidade de Catalão e região com certeza estará o tema da abertura de novos cursos, em especial a tão falada Medicina (que todo mês tem uma faixa diferente pedindo apoio).

O meu voto

Como faço parte da comissão eleitoral não posso manifestar meu voto, mas como membro da comunidade universitária acredito que os próximos Diretor e Vice devem ter perfil arrojado para enfrentar os desafios do processo de expansão e interiorização da UFG, simbolizado na presença de um professor de Catalão na Reitoria da universidade; capacidade de buscar recursos adicionais ao orçamento previsto, pois as verbas do Reuni e do Programa de Expansão já se esgotaram; e sintonia com as mudanças que o novo estatuto trará para a universidade, em especial para os campus do interior, que em um futuro próximo poderão ser os protagonistas de um novo processo de expansão das universidades federais que poderá se confirmar no almejado projeto de universidade autônoma em Catalão.

Enfim, que venha o debate de ideias e propostas. Quem ganha com isso é a comunidade universitária que tem três ótimas opções para escolha de seus dirigentes e a chance de novamente debater a universidade e o câmpus que quer ser.

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