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Pensamentos aleatórios

3 de outubro de 2014

A fábula do mestre e do discípulo



Era uma vez uma bela e progressista cidade, governada há vários anos pelo mesmo governante: o líder.
Nessa cidade existia outra grande liderança: o mestre.

O mestre ansiava governar aquela cidade e todos os anos disputava as eleições, mas sempre fracassava, pois o povo da cidade preferia o líder.

Eis que um belo dia surge uma nova liderança na cidade: o discípulo.

O discípulo era um jovem de origem humilde, mas que ansiava ascender na vida. O mestre ficou sabendo desse desejo e se aproximou do discípulo. Logo os dois se tornaram os melhores companheiros.

Se tratavam como irmãos, pai e filho, pão com manteiga, arroz com feijão, Batman e Robin...

Precisavam um do outro, é verdade. 

O discípulo aproveitava os ensinamentos do mestre para ascender na vida e o mestre, por sua vez, usava a origem pobre do discípulo para se aproximar do povo, que o rejeitava sistematicamente até então.

A estratégia se mostrou acertada e a aliança entre mestre e discípulo foi vitoriosa nas eleições para escolha dos governantes, derrotando o até então imbatível líder.

O mestre finalmente conseguiu seu intento e poderia governar sua cidade. Em troca da ajuda do discípulo se comprometeu a ajuda-lo na disputa por uma vaga na assembleia estadual. Tudo caminhava muito bem.

Mas à medida que as eleições foram se aproximando a relação de amizade entre mestre e discípulo foi sofrendo desgastes. 

O mestre não admitia, mas o seu preconceito pela origem pobre do discípulo falava mais alto que a gratidão pela ajuda na vitória sobre o líder. Além disso, o filho do mestre queria brincar no trono de seu pai, mas só o poderia fazer se brincasse primeiro na assembleia estadual, o que chocava diretamente com o combinado com o discípulo. O mestre tinha um problema e precisava resolve-lo rápido.

Mas o mestre não tem esse nome por acaso.

Colocou o discípulo para tomar conta das ruas da cidade, mesmo sabendo que ele não estava pronto para essa tarefa, e o resultado foi uma enorme insatisfação popular. Baseado nessa insatisfação o mestre afastou o discípulo do palácio e ordenou que ele não mais visse a luz do sol e esquecesse o sonho de ir para a assembleia estadual.

O discípulo, é claro, ficou magoado com a atitude do mestre e começou a falar para toda a cidade de sua ingratidão. Ao tomar conhecimento disso, o mestre usou de seu poder e influência e fez com que o discípulo fosse difamado e escorraçado do palácio. Em seguida tirou as fraldas de seu filho, chamou algumas babás e lhes deu muito dinheiro para ajudar o rebento na disputa pela vaga na assembleia estadual. 

Tudo parecia correr bem, até que o discípulo reapareceu, aliado ao líder e disputando o mesmo cargo pretendido pelo filho do mestre.

O desespero tomou conta do mestre, pois se seu filho não conseguir brincar na assembleia há um enorme risco de o líder retornar ao poder e o reinado do mestre ser mais curto do que ele gostaria.

Essa história ainda está sendo escrita e seu capítulo final só sairá após a apuração das urnas, que dirão com quem a verdade está, se com o mestre, que expulsou o discípulo do palácio, ou com o discípulo, que terá provado que foi injustiçado pelo antigo aliado.

E quem escreverá esse capítulo é o povo de Catalão que dirá, neste domingo, na arena das eleições 2014, com quem está a razão: se com o mestre, Jardel, ou com o discípulo, Rodrigão.

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