Semana passada foi veiculado pela mídia tucana de nossa cidade, com o habitual estardalhaço e replicação nos perfis do Facebook que recebem (ou não) para espalhar "notícias", a aprovação pela Câmara de Vereadores de Catalão (a legislatura mais submissa e improdutiva dos últimos 10 anos) de um projeto de lei do prefeito Jardel destinando 80 mil reais para a Fundação Espírita Nova Vida (FENOVA), que serão repassados em parcelas mensais até o final do ano, ou seja, 10 mil reais por mês que poderão ser usados pela fundação para suprir gastos com alimentação e pagamento de salários. Sem dúvida uma ótima notícia para a fundação, que há 26 anos presta um importante e reconhecido trabalho social na cidade de Catalão. Bom, SERIA uma ótima notícia, se pudéssemos acreditar com o cumprimento do que gestão Jardel se compromete, mas pelo retrospecto das últimas parcerias deste tipo feitas pela atual gestão do município seria prudente à dona Cleuzadir Aires, competente e séria gestora da FENOVA, não fazer compromisso com esse dinheiro.
Explico: desde que assumiu a gestão do município Jardel aumentou significativamente os repasses para entidades de utilidade pública, com destaque para o Pronto Socorro da Santa Casa, que teve seu repasse triplicado pela Prefeitura desde 2013, e as creches conveniadas ao município, que também receberam um bom aporte financeiro da prefeitura desde o início desta gestão. Ora, então qual é o problema, poderia estar se perguntando o leitor do blog? O problema é que Jardel aumenta o valor, mas NÃO REPASSA A VERBA, ou ao menos o faz com grande atraso, frequentemente colocando os conveniados em dificuldades financeiras (caso das creches) ou forçando funcionários e gestores a recorrer ao Ministério Público para receber os valores devidos, até mesmo recorrendo a suspensão dos serviços prestados (caso da Santa Casa). O detalhe nesses dois casos: ninguém procurou para pedir dinheiro, o prefeito concedeu de sua livre e espontânea vontade, mas se não tinha intenção de cumprir PRA QUÊ OFERECER? Só para posteriormente colocar os conveniados em dificuldades? Se essa última colocação é positiva, o que Jardel ganha com isso, afinal tal atitude só gera mídia negativa? Então qual é o raciocínio? É muito simples: aprova-se a verba, registra-se tudo em foto e vídeo, soltam-se os foguetes e tem-se mais um factoide para ser compartilhado e espalhado pelos zelosos defensores do Governo da Parceria.
Se depois vierem dificuldades por conta do não cumprimento do compromisso joga-se a culpa na Ouro Negro, na diminuição da arrecadação, na Dilma (se bem que o Marconi pediu pra não falar mal dela) e, por fim, no gestor da entidade conveniada, que não deu conta de gerir os recursos repassados pelo município (caso da Santa Casa) ou não apresentou as certidões negativas necessárias (caso das creches), mas jamais será culpa do prefeito que irresponsavelmente propôs uma parceria que não daria conta de cumprir, isso não.
Pensando nisso sugeriria a dona Cleuzadir que antes de aceitar (e se comprometer com) esse dinheiro que procurasse a Dr.ª Elaine, da Santa Casa, o pastor Cornélio, da Creche Recanto Infantil, a Irmã Ângela, da Creche São Francisco, para saber como é a relação desses gestores com a prefeitura, se os repasses são feitos em dia, se há atrasos, se o prefeito é aberto a sugestões e reclamações e se compensa correr o risco e fazer compromisso com esse dinheiro, pois à prefeitura o que interessa é o factoide, e isso é conseguido na assinatura da lei, já o repasse vem depois e somente ao futuro pertence.
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