Catalão ficou marcada neste final de semana por trágicas ocorrências de trânsito, com destaque para a morte de duas jovens (uma de 27 e outra de 23 anos) em acidentes aparentemente causados por imprudência dos motoristas, algo que as perícias ainda irão ou não confirmar.
A vida de ambas não pode ser recuperada, nem a dor das famílias poderá ser superada com a simples responsabilização dos culpados (se houver), mas é preciso tirar lições dos episódios a fim de evitar que novas ocorrências se tornem cotidianas.
Em ambos os casos especula-se que a imprudência dos motoristas foram fundamentais para a ocorrência dos acidentes: Helen, a linda jovem loira de 23 anos, estava no acostamento da GO 210, rodovia que leva a Davinópolis, onde parou para prestar socorro a um veículo capotado, aparentemente por excesso de velocidade, quando foi atropelada por outro carro, também em excesso de velocidade cujo motorista perdeu o controle, vindo a chocar-se com os veículo parados e atingir fatalmente a jovem. No caso de Daiane, a estudante do curso de Pedagogia da UFG de Catalão, há um agravante: além de o motorista da caminhonete possivelmente ter avançado a sinalização de parada obrigatória no cruzamento da avenida Raulina com a rua Willian Faiad, vindo a atingir a estudante, que estava de moto, Daiane caiu sobre barras de ferro que estão fixas na calçada, e o impacto nelas é o que deve ter causado a gravidade em seus ferimentos, levado-a à morte.
Esse tipo de obstáculo colocados na calçada (barras de ferro, estacas de madeira, pilares de concreto) são estruturas comuns na paisagem urbana de Catalão. São colocados por proprietários de imóveis localizados em esquinas, na maioria das vezes que já sofreram o impacto de algum veículo desgovernado, daí recorrerem a esse tipo de medida para evitar mais danos à seu patrimônio. O problema é que esses obstáculos não são regulamentados pelo Código Brasileiro de Trânsito, ou sequer permitidos por lei municipal, ou seja, a colocação deles é ilegal e os prejuízos a qualquer cidadão causados por eles é de responsabilidade de quem colocou (o dono do imóvel).
É verdade que a Prefeitura poderia agir e retirar todos, uma vez que não existe previsão legal para sua manutenção, mas tais obstáculos há tempos são colocados nas calçadas e são quase uma tradição Catalana, aceita com normalidade pela população. Agora com a morte precoce de Daiane seria o momento de aprender com a tragédia e repensar a manutenção desses obstáculos, que além de perigosos limitam a mobilidade de pedestres e cadeirantes.
Não se pode permitir que pessoas sem condições de dirigir continuem transitando normalmente pelas vias públicas, mesmo legalmente habilitadas falta conscientização com as leis de trânsito e regras de circulação, além de desrespeito pela vida do próximo. Além disso é preciso que esse debate saia das redes sociais e chegue ao fórum competente: a Câmara Municipal, onde os representantes eleitos pelo povo demonstram enorme paixão em debater quem possui o melhor líder político, mas demonstram um enorme desrespeito pela vida cotidiana de quem os elegeu para deliberar justamente sobre a cidade e o cotidiano de sua gente. E o preço desse descaso foi sentido na última sexta-feira, esperamos que saia algum aprendizado desses episódios, caso contrário estaremos fatalmente condenados a repeti-los.
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