Professor Orlando Afonso do Amaral, Reitor da UFG |
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UFG solicita 35 milhões para adequar contas
O arrocho econômico proposto pelo governo federal tem impactado diretamente nos custos da Universidade Federal de Goiás (UFG). E as finanças já não têm fechado no fim do mês. Contas básicas como energia, água e telefonia têm pesado no custeio da instituição, que amarga um corte de orçamento na ordem de R$ 36 milhões.
A UFG foi obrigada a reduzir as despesas de manutenção, de investimentos em obras e aquisição de equipamentos. A situação se agravou em 2014 quando, segundo a diretoria da instituição, parte do orçamento previsto não foi liberado e as contas do ano anterior tiveram de ser pagas neste ano.
Além disso, a diretoria decidiu enxugar os contratos com empresas terceirizadas em segurança, limpeza e limitou os gastos com passagens aéreas. Eventos também foram cancelados, como o Espaço das Profissões. E os cursos de graduação foram afetados. “O impacto desses cortes é grande e nos obrigou a adotar medidas de contenção de despesas para minimizar os efeitos da crise”, explicou por meio de nota o reitor da UFG, Orlando Afonso Valle do Amaral.
As reduções, no entanto, não foram suficientes. O reitor alertou para o fato de que se a situação se estender, a universidade não terá de onde realocar fundos. Por isso, a instituição solicitou um aporte financeiro ao governo federal de R$ 35 milhões. “Alertamos que, na falta desses recursos, o funcionamento da universidade estará seriamente comprometido e não teremos condições de honrar nossos compromissos até o fim do ano”, afirmou.
No entanto, o reitor não deixou claro na nota se, caso o recurso não vier, a universidade conseguirá concluir o semestre que teve início com uma greve de professores.Receio de não pagamento de serviços básicos
Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior de Goiás (Sint-Ifesgo), João Pires, o cenário em que se encontra a UFG, em meio à crise financeira e greves, é preocupante. “Tudo isso gera uma instabilidade muito grande. Receamos que a UFG não tenha condições de pagar nem mesmo os serviços básicos como luz, água e telefone a partir de setembro”, relutou.
De acordo com ele a reposição de materiais também está sendo afetada. “Uma série de itens começaram a desaparecer, como lâmpadas e materiais de higiene”, relatou.Temor de suspensão de aula
Os professores da UFG temem o pior dos cenários: o cancelamento do semestre. Nesse caso as aulas só retornariam no próximo ano, o que bagunçaria o calendário acadêmico da instituição.
O diretor presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg), Flávio Alves da Silva, destaca que casos como esse já aconteceram em Minas Gerais. “As contas da UFG de 2014 estão sendo pagas nesse ano. Até junho não faltou recurso, o problema é agora para frente.”
A situação é mesmo grave, mas a culpa não é só do corte de recursos feita pelo Governo Federal. Há um enorme problema na gestão interna das universidades, o que não é exclusividade da UFG, diga-se, no entanto existem aqueles que se negam a enxergar isso e continuam tocando suas atividades como se nada estivesse acontecendo.
Existem duas greve em andamento na UFG e ambas reivindicam melhores condições de trabalho, mas enquanto os colegas se negarem a aderir não haverá perspectiva de melhora coletiva e o resultado desse individualismo será cobrado de todos com o cancelamento do semestre acadêmico, o que provocará suspensão do pagamento de bolsas, demissão de trabalhadores terceirizados e cancelamento de contratos, aí será tarde para chorar o leite derramado.
Isto vale para todas a unidades da UFG?
ResponderExcluirVale sim. A instituição toda está sofrendo o impacto dos cortes no orçamento e em caso de cancelamento do semestre todas as unidades teriam suas atividades interrompidas.
ExcluirNa Regional Goiás essa situação era debatida desde o retorno das aulas no início do semestre passado (2015/1), tanto que a greve foi deflagrada em 2 de junho.
ResponderExcluir"mas enquanto os colegas se negarem a aderir não haverá perspectiva de melhora coletiva e o resultado desse individualismo será cobrado de todos com o cancelamento do semestre acadêmico, o que provocará suspensão do pagamento de bolsas, demissão de trabalhadores terceirizados e cancelamento de contratos, aí será tarde para chorar o leite derramado."
ResponderExcluirEssa greve é a "greve anual dos funcionários da UFG", que só denigre a Universidade. Ano a ano sendo sucateada em nome da "coletividade" (dos sindicalistas que só pensam nos próprios)!
Uma lástima, referência do ensino superior no país, abandonada pelos próprios funcionários. Obrigado grevistas da UFG!, por esta recorrência em prestar desserviço ao nosso país e ao ensino público.