Powered By Blogger

Pensamentos aleatórios

4 de janeiro de 2016

O fim do mito do bom gestor

 

Esse post foi originalmente escrito para ser o último de 2015, mas o recesso e as festa de final de ano impediram a atualização do blog desde o dia 23 de dezembro, no entanto o tema do mesmo continua atual, daí que a leitura dele nesse primeiro dia útil do ano não fica fora de contexto, pelo contrário, servirá para embasar algumas conclusões durante o ano de 2016.

Até cerca de dois anos e meio anos atrás (junho de 2013) existia um mito muito forte na cidade de Catalão: a de que Jardel Sebba seria um bom gestor público.

E o mito era consistente, afinal o sujeito já estava em seu quarto mandato de deputado estadual, foi presidente da Assembleia Legislativa (ALEGO) por três vezes, governador interino em duas ocasiões, transitava com tranquilidade nas altas esferas políticas e administrativas da capital, conhecido e respeitado em todo o estado de Goiás... a pergunta era óbvia: como a população de sua cidade natal não reconhecia essas qualidades e lhe dava a oportunidade de ser prefeito?!

Mas o tempo passou, a população reconheceu a importância política do sujeito e em 2012, depois de duas campanhas fracassadas (2004 e 2008), a tão sonhada oportunidade lhe foi concedida e Jardel foi eleito prefeito de Catalão. 

Mas foi justamente aí que o mito do bom gestor começou a ruir.

Não bastasse a gestão fracassada que faz na prefeitura de Catalão, que mesmo com o apoio incondicional do Governo de Goiás não consegue cumprir os compromissos de campanha ou sequer dar conta de trocar as lâmpadas da cidade, também as anteriormente exaltadas gestões de Jardel à frente da ALEGO começaram a dar provas de que ele não seria o gestor competente e sério que sua propaganda alardeava até então. Ações do Ministério Público de Goiás, em especial a Poltergeist e a do Padre Fantasma, abriram a caixa preta das gestões de Jardel mostrando  uma gigantesca farra com o dinheiro público feita através da nomeação de centenas de cargos comissionados ou liberação de servidores efetivos para exercer "atividades externas", tudo feito com o fim de garantir apoio e cabos eleitorais para posterior disputa da prefeitura de Catalão. Ou seja, o competente gestor público não passaria de um ótimo utilizador de dinheiro público para fins eleitorais.

Só as ações do Ministério Público sobre as gestões de Jardel na ALEGO bloquearam mais de seis milhões e duzentos e vinte mil reais de seus bens, a fim de garantir o ressarcimento de recursos desviados. Na prefeitura de Catalão a gestão Jardel contabiliza mais de oitenta ações de cobrança em cartório, totalizando cerca de oito milhões de reais (isso sem contar Corpus - seis milhões - e Samma - três milhões), algo jamais ocorrido até então (nem na época do Euripão), além de várias ações do Ministério Público que bloquearam contas bancárias para garantir pagamento de serviços hospitalares e pedem o ressarcimento de valores gastos sem o devido processo licitatório (algo em torno de dois milhões de reais). Isso tudo sem mencionar a dilapidação de patrimônio público feita através da venda de lotes por valores muito abaixo do mercado e a doação de outros tantos a apaniguados políticos, endividamento da prefeitura por meio de empréstimos milionários e a incapacidade administrativa demonstrada através do troca-troca de secretários e acumulação de funções dos poucos que sobraram (mais preocupados em sair em fotos do que em gerir suas pastas, diga-se).

Com tanto desgaste e comprovada incompetência seria de estranhar que Jardel tivesse a ousadia de se candidatar a reeleição, mas não, ele sairá candidato e virá forte na campanha deste ano, pois aposta no esquecimento da população (e não está errado, infelizmente), na política de pequenos favores com o dinheiro público (doação de lotes, cheques-reforma, cartões sem saldo, etc) e maquiagem de áreas de uso coletivo (represa do clube do povo, inauguração de "parques municipais" e asfalto em vias de maior circulação) além do marketing agressivo de como tudo em Catalão era ruim antes de sua gestão e que só melhorou com Jardel. Sabemos que uma mentira repetida maciçamente e várias vezes acaba se tornando verdade, que a memória do povo é realmente curta e que dinheiro ganha eleição, tudo isso faz parte da cartilha de Jardel para disputar a próxima eleição mesmo sendo o pior prefeito que Catalão já teve.

Pode dar certo, se a oposição se fragmentar em várias candidaturas e não houver por parte dos formadores de opinião mobilização para manter viva na mente da população o caos que foram os três primeiros anos da gestão Jardel e o resultado de suas gestões na ALEGO, do contrário é provável que se repita na eleição para prefeito o resultado da eleição para deputado, em que uma campanha milionária fracassou diante da necessidade da população dizer nas urnas a avaliação da atual gestão municipal de Catalão.

Compartilhe:
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários não são moderados, portanto, entram no ar na mesma hora em que são escritos e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. No entanto me reservo o direito de excluir mensagens com ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência. Não há, contudo, moderação ideológica. A ideia é promover o debate mais livre possível, dentro de um patamar mínimo de bom senso e civilidade. Obrigado.