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Pensamentos aleatórios

26 de janeiro de 2016

Qual o problema de gastar 4,8 milhões em propaganda?

Todo mundo sabe que a política em Catalão é extremamente passional, acirrada e nervosa, que quem está no poder vira uma vidraça que gratuitamente atrai pedrada (e quando o gestor é ruim as pedradas são muita mais certeiras e doídas). 

Pois bem, todo mundo sabe disso, e por isso mesmo tem certas coisas que não passam de reclamação infundada (implicância de viúva mesmo), como no caso da licitação de 4,8 milhões de reais que a Prefeitura está fazendo para contratar uma agencia de publicidade durante o ano de 2016: afinal, qual é o grande problema nisso?

Publicidade, para quem não sabe, é um dos princípios da Administração Pública. É uma obrigação do gestor informar a população onde e de que forma está sendo gasto o dinheiro dos impostos. E investir muito para ampliar ao máximo a capacidade de informar é uma atitude louvável de qualquer prefeito, portanto, nesse caso, a crítica não se justifica.

Além disso, Catalão é um município de arrecadação privilegiada. Só para este ano a previsão é de 348 milhões de reais  (quase 1 milhão por dia), ou seja, são pouco mais de cinco dias de arrecadação destinados à publicidade, muito pouco dado a importância de bem comunicar os feitos da Prefeitura, ainda mais em um ano eleitoral em que a oposição raivosa vai se esmerar em denunciar fatos inverídicos e caluniosos.

E justamente para provar que não sou uma viúva implicante e que o valor investido em publicidade é muito baixo, deixo aqui uma comparação com o pouco que poderia ser feito com o mesmo valor (4,8 milhões) caso a propaganda não fosse tão importante para o povo:

  • Construir quatro parques municipais iguais o do Santa Cruz (com ciclovia, calçadão para caminhada e poste de luz de LED) sem precisar de outorga onerosa;
  • Restaurar cinco vezes a Igreja de São João no Morro da Saudade; 
  • Reformar o Ginásio Internacional, liberando o Governo de Goiás do compromisso;
  • Construir 480 casas populares (sem precisar vender lotes da Prefeitura) segundo cálculo da própria Secretaria Municipal de Habitação;
  • Distribuir 1.125 (mil cento e vinte e cinco) Cheques reforma Municipal (sem precisar vender os lotes da Prefeitura); 825 a mais que em 2015;
  • Devolver, por nove meses, a gratificação cortada dos servidores municipais;
  • Reconstruir três vezes a Represa da Bica (próximo ao CESUC) cujo projeto foi orçado em 1,5 milhão de reais;
  • Contratar, durante quatro meses, modernas máquinas de tapa-buracos e recuperar o asfalto de todos os bairros periféricos;
  •  Comprar 26.470 (vinte e seis mil, quatrocentos e setenta) lâmpadas de LED para iluminação pública (e lançava o programa CATALÃO ILUMINADA).

Os 4,8 milhões da propaganda também poderiam ser usados para pagar algumas dívidas da Prefeitura contraídas durante a atual gestão (e que serão pagas pelos próximos dois prefeitos):

  • Dívida com a Samma: R$ 2.700.000,00 (dois milhões e setecentos mil reais);
  • Dívida com a Corpus: R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) e ainda voltava as MecLix;
  • Dívida da SAE com a CELG: R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais);
  • Metade da dívida da Prefeitura com a CELG: R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais);
  • Dívida com a Passaredo (R$ 700.000,00 - setecentos mil reais) e pagar o ônibus para os estudantes que fazem faculdade em Uberlândia durante dois anos; 
  • Parte do empréstimo de R$ 36.000.000,00 (trinta e seis milhões de reais) feito para a SAE;
  • Parte do empréstimo de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) feito para o Programa de Modernização da Administração Tributária (PMAT);
  • Um terço dos títulos da Prefeitura protestados em cartório: R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) e a Prefeitura voltaria a comprar dos comerciantes locais.

Viram?! Implicar com 4,8 milhões de reais pra propaganda é um exagero danado, pois não dá para fazer quase nada com esse tantinho de dinheiro...


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