Por Cleber Borges Rabelo, no Facebook:
Entre o dia 1º e 6 de janeiro, a política de Nova Aurora passou por diversos reveses. O prefeito Vilmar Dias Carneiro, o Vilmar Carajá (PT) e seu vice, João Pimenta de Pádua Júnior, o Júnior Marreco, também do PT, assim como o presidente da Câmara, Rildo Marques Pires (PMDB) foram diplomados, empossados e destituídos dos respectivos cargos através de liminar concedida pelo Juiz João Corrêa de Azevedo Neto. Como era previsto, revendo os fatos e a decisão, no mesmo dia o juiz de Ipameri revogou a própria liminar e reconduziu as autoridades aos seus cargos.
Por intriga e impedimento da oposição, a solenidade de posse ocorreu na manhã do dia 1º não no plenário, mas na porta da Câmara Municipal. Como nem todos os vereadores estavam presente o rito voltou a ser realizado, dessa vez no período da tarde (16h) e no salão de eventos da prefeitura conhecido como Piso Vermelho.
Após a execução do Hino Nacional e do cumprimento de rituais de praxe, como o juramento, assinatura do termo de posse, entrega de certificados e declarações de bens, o prefeito Vilmar Carneiro, o vice João Pimenta e cinco dos nove vereadores (Alcil Pires dos Santos, o ‘Neneco’, Filo Mariano Neto, Rildo Marques Pires, Lázaro Rosa Pires, o ‘Lazin’ e Odilon Ferreira Borges, o ‘Pezão’ – todos do PMDB – ) foram declarados empossados pelo vereador Alcil, que naquele momento presidia a sessão solene.
Alcil também nominou e declarou empossados os quatro vereadores que não se fizeram presente aquele ato: Elias Paulo Neto, o ‘Elias Pinico’ do PSDB, Genilson Amorim Pires, o ‘Genilson do Dek’, também do PSDB, Jerry Faleiros dos Santos, do PROS, e José Augusto Carvalho, o ‘Geleia’ do PSD.
No primeiro mandato, Vilmar Carneiro se elegeu num clima de emoção causado pela morte do primo Jerônimo Carneiro, que era o candidato natural pelo partido deles dois, o PT, mas que decidiu se suicidar poucos dias antes do pleito. Vilmar se elegeu, mas teve que trabalhar muito para mostrar a que veio e até se cacifar para pleitear um segundo mandato.
Na eleição passada, a coligação "Amor, Respeito e Trabalho com Atitude” de Vilmar Carneiro saiu vencedora com 1244 votos (67,1%), uma vitória considerável sobre o adversário Fausto Ferreira, do PSD, que conseguiu apenas 610. A diferença foi de 634 votos. Para muitos analistas políticos da região este resultado teria acirrado os ânimos políticos no município.
Surpreendentemente, no dia 6 de janeiro, Vilmar Carneiro recebe em seu gabinete uma notificação comunicando o afastamento dele, do vice e do presidente da Câmara sob pena de pagamento diário de multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento da decisão judicial, para cada um deles.
Com essa liminar, a administração de Nova Aurora passou para as mãos do vereador Pinico e para o vereador Jerry a presidência da Câmara. “Pinico como prefeito. Que b* hein?!”, exclamou um correligionário do prefeito deposto que não quis se identificar.
Segundo se especula, a ação teria sido movida pelos quatro vereadores ausentes à solenidade de posse realizada na prefeitura. Eles teriam alegado que, de acordo com o Regimento Interno, o ato deveria ter sido realizado às 10h na Câmara, e sob a presidência de Pinico, para eles, de fato o vereador mais velho desta legislatura.
Com esses argumentos, os vereadores oposicionistas conseguiram anular o ato de posse, mas por pouquíssimas horas. Ao tomar conhecimento de que uma sessão solene teria sido realizada à tarde na prefeitura e não na Câmara como previa o Regimento Interno daquela Casa, o juiz que havia concedido a liminar a favor deles disse que não tinha tomado conhecimento deste fato e que, a partir daí, decidiu revogar a própria liminar.
O magistrado considerou que, se houve uma posse que não cumpriu o rito legal, houve uma posse legal, daí a confirmação do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores em seus respectivos cargos. A queda de Vilmar Carajá e de Júnior Marreco teria sido articulada pelos vereadores Pinico e Jerry Faleiros.
Jerry Faleiros, um dos articuladores do golpe |
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