Após uma longa negociação, o Ministério Público Federal no Distrito Federal e a J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que controla marcas como a JBS, definiram os termos de um acordo de leniência firmado como compensação pelo envolvimento da companhia em casos de corrupção investigados nas operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca.
Segundo anunciou o MPF nesta quarta-feira 31, a J&F concordou em pagar 10,3 bilhões de reais ao poder público como indenização por suas falcatruas. Esse valor será pago em 25 anos, reajustado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que pode levar o total a 20 bilhões de reais.
Segundo o MPF, o valor é adequado, uma vez que equivale à média verificada em outros quatro acordos firmados no âmbito da Operação Lava Jato.
Em comparação com esses outros acordos de leniência, o valor é alto, uma vez que supera o conjunto de tudo o que Odebrecht, Braskem, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa deverão pagar (8,08 bilhões de reais juntas).
Embora a Procuradoria comemore na realidade esse valor é troco de balinha para a JBS, pois os tais 10 bilhões levarão 25 anos para voltarem para os cofres públicos e só em Goiás, por exemplo, a JBS ganhou, em apenas três dias, o generoso perdão de 1 bilhão de reais em impostos, ou seja, o que a empresa levará um quarto de século para pagar poderá ganhar em apenas três meses, dependendo apenas da amizade do governante de plantão que, hoje sabemos, a JBS tem muito por todo o País.
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