A repercussão nas redes sociais é
geral e a notícia está em todos os jornais, sites, blogs e na TV: a orgia ocorrida
em Caldas Novas durante o Caldas Country. Foram quatro dias em que Caldas se transformou
numa cidade sem lei. Era permitido andar nu, fazer sexo na rua, comercializar e
consumir drogas abertamente, dirigir bêbado, sem CNH, dentro ou fora dos
veículos e destruir propriedade particular. O resultado foram 12 mortes, 21
casos de estupro, inúmeros casos de vandalismo, de atentado ao pudor, entre
outras ocorrências registradas pela Polícia.
Mas o pior mesmo foi o impacto na
imagem da cidade que saiu extremamente manchada desse episódio. O resultado de tamanha
falta de limites é a revolta da população, que está se manifestando contra a
realização de mais edições do evento. É bem provável que isso não ocorra é
claro, pois o Caldas Country hoje é O evento de Caldas Novas, mais conhecido e
divulgado que o carnaval na cidade, mas que é necessária uma maior atuação das
autoridades públicas para que a baderna não se repita não há dúvidas.
O que aconteceu em Caldas beirou
mesmo o inacreditável, mas não tão diferente do que acontece em outras cidades
turísticas goianas. Basta lembrar o Carnaval em Três Ranchos, pertinho aqui de nós. Consumo
liberado de drogas e bebidas, completo desrespeito aos cidadãos e às leis de
trânsito, sexo liberado na represa (ao menos não é na praça municipal), e esse
é o modelo de festa divulgado pelo país afora, o da liberdade total no interior
de Goiás.
É claro que muita gente coloca a
culpa de tudo na Polícia, que deixa a coisa correr frouxa, mas só por algumas
imagens divulgadas (http://www.issoebizarro.xpg.com.br/blog/acidentes-tragedias-assassinatos-suicidios/um-inferno-chamado-caldas-country/)
é possível ver que qualquer atuação da PM no sentido de reprimir o que ocorreu
abertamente descambaria para uma briga geral. É preciso sim colocar limites na
bagunça, para o bem da cidade e de seus moradores, que trabalham e vivem do
turismo, porque os vândalos vêm, quebram tudo e vão embora, mas afugentam aqueles
turistas que realmente movimentam o comércio, fazem a economia da cidade
circular e voltam no próximo feriado.
Montagem com algumas imagens da baderna em Caldas Novas durante o Caldas Country |
Eu já fui ao evento por duas vezes, em 2009 e 2010, e foi muito bom; era bagunçado, sempre foi, mas a meu ver o que ocorreu no evento deste ano extrapolou toda a "normalidade" de outrora. Infelizmente, muitos não vão à procura de diversão consciente, mas sim, de causar pertubações e infortúnios aos moradores da cidade, de praticar furtos e roubos e, o pior, provocarem mortes de pessoas que não estavam lá para compactuar com atos criminosos, mas que foram vítimas de pessoas que não entendem o real sentindo do evento. Acredito também que muitos sequer foram, de fato, ao evento prestigiarem aos seus artistas. Pelo contrário, foram para fazerem uso de drogas perniciosas ao próprio indivíduo e provocarem caos no local. Faço outra observação, a que falta ética, educação e cidadania por muitos dos que lá estiveram presentes e provocaram essas barbáries. Cabe agora ao poder público municipal e os organizadores do evento a encontrar soluções para coibir que tais fatos voltem a ocorrer, isso é claro, se o evento continuar a ser realizado. Uma pena que o evento trouxe uma imagem negativa à cidade de Caldas Novas, já que ela pode perder e muito com o turismo, principalmente afastando pessoas de bens que querem apenas curtir juntamente com a família e amigos, o que a cidade tem de bom a oferecer. Temos que deixar claro que o evento em si, é e foi bem organizado, e que os fatos trágicos, em sua maioria, ocorreram nas ruas e praças da cidade. Contudo, tenho o seguinte raciocínio sobre o evento: apenas uma meia dúzia de pessoas se beneficiam com o lucro, que são os organizadores GBM e alguns políticos que liberam sua realização em Caldas, já que a cidade em si não tem muito o que comemorar, mas pelo contrário tem que conviver com as pertubações de sons, muita bagunça e destruições. Os comerciantes não lucram, já que a maioria das pessoas já levam bebidas e comidas que irão consumir durante a estadia na cidade, e os vendedores ambulantes não recolhem impostos ao município. Sem contar que muitos dos aptos que são locados, não pertencem à pessoas que ali residem, mas acredito que a maioria são de pessoas que moram fora de Caldas Novas. Resumindo: as benesses para a população de Caldas são mínimas.
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