Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ex-bicheiro, empresário do setor farmaceutico e lobista profissional de empreiteira, apontado nos últimos meses como o principal líder criminoso do estado de Goiás, corruptor irresistível de servidores e autoridades públicas, entranhado até nas obras e licitações do Governo Federal, um perigo para a democracia... e nós ainda vamos nos orgulhar dele? Ao menos essa é sua opinião, conforme declarações dadas em entevista à TV Record na tarde de sexta-feira (23/11).
"Este é um momento de luto, e não de festa como noticiaram os jornais
locais e nacionais”, disse ele. Magro, abatido e com os cabelos tingidos, Cachoeira recebeu a imprensa
na casa do pai, em Anápolis, cidade na qual também está o túmulo da mãe.
Ele estava acompanhado da mulher, Andressa Mendonça, e de um de seus
filhos. O empresário teve que pedir autorização para se deslocar até a
cidade, já que por determinação da Justiça não poderia sair de Goiânia
sem aviso prévio.
Em tom de desabafo, Cachoeira lembrou dos problemas que enfrentou
durante o período em que esteve detido. "Perdi minha mãe. Perdi um amigo
que era como um irmão para mim. Perdi 13 quilos'', afirmou. O
empresário disse ainda que vai se pronunciar na hora certa e que está à
disposição da Justiça: "Vou colocoar os pingos nos 'is'". Ele também
criticou a atuação do Ministério Público no caso: "É estrelismo. Os
grampos são ilegais. O Ministério Público não vai mais fazer
estrelismo".
Declarações absurdas? Aos fatos: Cachoeira financiou várias campanhas eleitorais em Goiás e pelo país afora. Tinha deputados federais, prefeitos, vereadores e um Senador no seu bolso, todos ajudados por ele em determinados momentos da vida pública, alguns muito mais próximos e íntimos do que outros, mas todos com o objetivo comum de criar as condições para que ele continuasse enriquecendo e financiando suas campanhas, um circulo vicioso que jamais teria fim. Não fosse a atuação da Polícia Federal a população do Brasil nunca saberia o grau de entranhamento e de influência das Organizações Cachoeira nas esferas governamentais, principalmente no Governo de Goiás, onde nomeou, promoveu e mandou por vários anos. E ainda vamos ter orgulho dele? Bom, se o resultado das investigações da PF for tão decepcionante quanto o relatório da CPMI que "investigava" as Organizações Cachoeiras é possível afirmar que, no mínimo, os goianos não vão lembrar negativamente do Cachoeira. Porquê? Porque é fato que a memória da maioria da população para assuntos de política é curta e que imagem negativa nenhuma resiste a uma boa propaganda. Se, aos olhos da Justiça, as provas existentes forem consideradas ilegais (o que não é difícil) e ficar provado que tudo não passou de um factóide político, os goianos assistirão a transformação do excomungado Cachoeira, chefe de organização criminosa, no injustiçado Carlos Augusto Ramos, empresário de sucesso perseguido pelas elites, que superou todas as dificuldades e subiu na vida, abandonou o passado de contravenção e hoje é querido pelos poderosos. A idenficação será geral e a maioria da população vai ficar do seu lado. Quem viver, verá.
É claro que tudo ocorre por uma razão. As brechas na legislação permitem que investigações bem montadas não deem resultado justamente pelas exigências legais para obtenção das provas. E as leis são elaboradas pelos políticos que são eleitos com financiamento de empresários e empreiteiras. Um circulo vicioso que jamais será rompido, nem mesmo com o financiamento público de campanha, porque o que impera é o caixa dois e esse sempre existirá. Daí a importância atual de homens como Cachoeira, que financiam as campanhas eleitorais, levam a culpa quando o esquema estoura e depois se safam pelas brechas na lei, inseridas pelos mesmos políticos que ajudou a eleger.
E viva a democracia!
É claro que tudo ocorre por uma razão. As brechas na legislação permitem que investigações bem montadas não deem resultado justamente pelas exigências legais para obtenção das provas. E as leis são elaboradas pelos políticos que são eleitos com financiamento de empresários e empreiteiras. Um circulo vicioso que jamais será rompido, nem mesmo com o financiamento público de campanha, porque o que impera é o caixa dois e esse sempre existirá. Daí a importância atual de homens como Cachoeira, que financiam as campanhas eleitorais, levam a culpa quando o esquema estoura e depois se safam pelas brechas na lei, inseridas pelos mesmos políticos que ajudou a eleger.
E viva a democracia!
Aceita um pedaço, Don Coleone? Esta veio diretinho da CPMI. |