Por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (3) não conceder registro ao partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, por falta de assinaturas de apoio necessárias para a criação da legenda. Com isso, o partido não poderá participar das eleições de 2014.
Segundo o TSE, Marina comprovou apoio de 442 mil eleitores em assinaturas validadas pelos cartórios eleitorais, mas a lei exige 492 mil, o equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados federais nas últimas eleições.
Após o julgamento, ainda no plenário do TSE, Marina Silva se dirigiu aos apoiadores da Rede: "Ainda somos um partido. Não temos registro, mas temos o mais importante: temos ética. Vamos ficar mais fortes."
Apesar de já ser esperada, a posição da maioria do Tribunal Superior Eleitoral contra a criação da Rede foi discretamente comemorada por integrantes da cúpula do PT e do Palácio do Planalto. Na avaliação petista, o ideal para a presidente Dilma em 2014 seria uma disputa com poucas candidaturas para polarizar a eleição com o candidato tucano Aécio Neves.
É verdade que Marina ainda pode se filiar a um outro partido se quiser ser candidata ano que vem, mas a insistência dela em negar um plano B deve inviabilizar essa possibilidade. Até mesmo integrantes da Rede reconhecem que Marina radicalizou no discurso de recusar a filiação em partidos tradicionais. E que, agora, ela teria dificuldade para construir um novo discurso neste sentido.
Para o PT, esse cenário pode ajudar numa definição da sucessão presidencial ainda no primeiro turno. Mas apesar da avaliação petista, integrantes do PSB que apoiaram a criação frustrada do partido de Marina Silva querem ser os herdeiros deste eleitorado. A estratégia é que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) consiga atrair parte dos eleitores jovens e de esquerda que estavam no projeto de Marina. O tucano Aécio Neves também tentará fazer o mesmo. O que pode complicar os planos do PT.
Gostou? Compartilhe: