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Pensamentos aleatórios

30 de junho de 2014

Minha relação particular com Marconi Perillo



Lembro-me muito bem da primeira vez que ouvi falar de Marconi Perillo. Foi no ano de 1998, descia a rua Hermógenes Ferreira, no bairro Santa Terezinha, passava em frente a casa do Pastor Dionísio e lá estava uma faixa, feita de pano, com letras pintadas em azul e amarelo “Para Governador: Marconi Perillo”. Até então nunca havia ouvido falar daquele homem que ousava colocar seu nome para disputar a eleição com o imbatível Iris Rezende. Posteriormente, assim como todo o estado de Goiás, fiquei sabendo quem era Marconi e, como a maioria dos goianos, lhe dei meu voto de confiança para promover a renovação política e administrativa que Goiás tanto clamava.

Desde então, sempre votei Marconi.

Até no Alcides Rodrigues eu votei, afinal o Marconi pediu. Senti-me parte de algo maior ao elegê-lo para o Senado, com a maior votação proporcional do país, que orgulho. Em 2010 votei nele de novo mesmo consciente que, teoricamente, para Catalão seria melhor ter no Governo do Estado um partido aliado ao da Prefeitura local, mas não era possível votar contra o Marconi, pois ele ainda representava a renovação, o moderno, a agilidade, o vigor e a transparência na gestão pública, algo que Goiás não poderia prescindir naquele momento.

E aí veio o “melhor governo da vida dos goianos” e tudo desandou.

Ao assumir novamente o comando do Governo de Goiás Marconi prometia ser melhor. Afinal estava mais experiente, já havia passado pelo Senado e voltava com o mesmo fôlego do jovem que assumiu o Governo com 35 anos, mas algo havia mudado. Do moderno e vigoroso gestor restou apenas o político capaz de tudo para permanecer no poder. O gestor moderno, democrático, eficiente e transparente se tornou a antítese de tudo o que personificava até então: patrimonialista, autoritário, incompetente e manipulador. Ao invés do melhor governo da vida dos goianos o que se viu foi um maciço investimento em propaganda, para mascarar e manipular a realidade; a falência da CELG e o endividamento recorde do Estado; a explosão da violência, resultado direto da falta de investimento em Segurança Pública; o uso da máquina para os interesses pessoais e estratégicos de seu grupo político; o massacre de toda e qualquer opinião contrária ao Governo, seja via judicial ou via bunker virtual. Apenas alguns exemplos para ilustrar que, após dezesseis anos de “Tempo Novo”, o Marconi de hoje virou o Iris de 1998.

E é por isso que, pela primeira vez em 16 anos, chega uma eleição em que a principal definição de voto é: NÃO VOTAR NO MARCONI.

Sei que é difícil, sei que quem tem a máquina na mão dificilmente perde, mas não dá mais para votar em um projeto de poder que se mantém por propaganda enganosa e receio de retrocesso, mas a história sempre reafirma a lição que não existe ninguém imbatível se existir vontade popular de mudança, e essa vontade está aí. Lamentável que a eleição seja novamente polarizada entre Marconi e Iris, o que não deixa de ser uma estratégia midiática, mas existem outras opções. Quem sabe Vanderlan ou Gomide não deslanchem e um deles chegue ao segundo turno? Só por milagre?! Pode até ser, mas em 1998, quando vi aquela faixa na casa do Pastor Dionísio, Marconi também precisava de um milagre para sair dos três por cento de intenção de voto e disputar a eleição com Iris Rezende, e o que aconteceu depois, todo mundo sabe, entrou para a história.

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