Que a violência vem crescendo em Catalão não é nenhuma novidade. Assaltos a mão armada, roubos de carro, furtos em residência, assassinatos... em sua grande maioria os crimes estão relacionados ao consumo e tráfico de drogas, infelizmente um fato nacional que também vem atingindo nossa cidade.
E entre todos esses crimes o que mais choca a sociedade é sem dúvida o assassinato. Mesmo quando a vítima e autor tem alguma rixa conhecida (como no caso de dívidas por drogas), ou tal acontecimento se dá por motivos passionais o impacto na sociedade é grande, pois é uma vida (ou mais de uma às vezes) que se vai. E quando o motivo é fútil a revolta popular é ainda maior, já que, teoricamente, é algo que poderia ser evitado sem perda de vidas. Mas se o motivo fútil revolta, o que não dizer daquele assassinato planejado, por motivação torpe e fria, cujo sentido (se é que existe) não é conhecido ou entendido por ninguém?! A esse tipo de crime está reservado o pior dos sentimentos de repulsa que a sociedade pode produzir e, em nível nacional, provocados apenas pelos crimes dos Nardoni (pai e madrasta que arremessaram uma criança pela janela) e pelo assassinato do casal Richthofen, cometido e planejado friamente pela filha do casal. Pois bem, aparentemente o surto de violência crescente em Catalão atraiu esse tipo de doença para nossa cidade, que desde sexta-feira (17/05) convive com a suspeita de ter sido tentado aqui um assassinato semelhante ao do casal Richthofen, planejado pela própria filha das quase vítimas.
A história é impressionante, quase inacreditável: no dia 12 de abril deste ano uma jovem foi abordada de madrugada por dois meliantes na porta de sua residência, localizada na avenida 20 de agosto, próximo a Churrascaria Rancho Fundo. Os dois, armados com revolveres, adentraram sua casa, levaram dinheiro, jóias, armas de fogo e a fizeram refém, levando-a com eles em seu carro, um Fiat Siena, até as proximidades do cemitério São Pedro. Lá ela foi liberada pelos bandidos, mas acabou baleada na perna, provavelmente por ter corrido em fuga. Não bastassem o assalto, o roubo, o sequestro relâmpago e o tiro na perna, os meliantes não se deram por satisfeitos e antes de saírem da casa atearam fogo a um colchão, o que provocou um incêndio que se alastrou pela residência, onde dormiam três pessoas (os avós e o irmão da vítima). A sorte foi que os três despertaram e conseguiram acionar o Corpo de Bombeiros antes de serem vítimas do fogo e da fumaça. A jovem baleada foi socorrida e os familiares seguiram com a vida, deram esse episódio de violência como um pesadelo superado e destinado a ficar eternamente no passado.
Só que não!
O competente serviço de inteligência da PM de Catalão não descansou e desde o dia 12/04 vem procurando os suspeitos de cometer esse crime. Eis que surge a informação de um jovem (Heli Gonçalves Mitidiero Neto, de 26 anos) que há tempos vinha tentando vender uma espingarda, da marca Boito, mesma marca de uma das armas roubadas na residência. A polícia aborda o sujeito e, pelo registro da arma, confirma que é uma das que foram roubadas no dia 12. O grande sucesso dessa ocorrência não foi encontrar a arma e nem o meliante, que prontamente confessou o crime (talvez para evitar o interrogatório à la Tropa de Elite), mas sim a descoberta de que a vítima baleada na realidade seria a mentora do assalto, que posteriormente teria se transformado em tentativa de assassinato e que só não se consumou por "fraqueza" dos contratados, que não tiveram coragem de alvejar as três pessoas que dormiam e resolveram matá-las ateando fogo à casa. Da condição de vítima a jovem passou a ser suspeita e o que deveria ter ficado na lembrança apenas como um sonho ruim foi reavivado e passou a incomodar, tal qual uma ferida exposta.
O assunto foi a notícia do sábado. Blogs, sites, TV Anhanguera... todos deram destaque ao ocorrido e, como não poderia deixar de ser, também foi o tema mais comentado no Facebook dos catalanos. A incredulidade e a revolta eram totais, todo mundo tinha uma opinião a expor sobre o ocorrido e a natural comparação com o caso Richthofen não demorou a surgir. A tentativa de assassinato dos pais (ou avós e irmão), planejado pela jovem de classe média, não se sabe por quais motivos, repercutia e se alastrava rapidamente entre a população de Catalão. As incoerências da história inicial (roubo do Siena? tiro na perna? fogo no colchão?) encontraram nas explicações do jovem Heli um encaixe perfeito: o Siena e a vítima foram levados para justificar porque ela não conseguiu alertar os parentes do fogo e da morte iminente; o tiro na perna seria um artifício para não gerar dúvidas de sua condição de vítima; o fogo no colchão foi devido a falta de coragem dos rapazes em atirar nos dorminhocos. E o que parecia apenas mais uma assalto a mão armada se revelou um engenhoso crime desvendado pela Polícia Militar de Catalão.
Só que não!
As notícias referentes ao fato, veiculadas sábado nos sites e blogs de maior audiência, já no domingo à tarde não estavam mais online. O único blog que manteve a notícia (Blog do Badiinho) também era o único que tinha uma entrevista do meliante preso, onde este declarava todo o relatado anteriormente, mas que foi retirada do post, permanecendo apenas a versão da PM do interrogatório que, convenhamos, é bem menos interessante que a fala do sujeito preso. A PM também silenciou sobre o assunto, alegando tal procedimento para evitar prejuízos às investigações; mesma situação da TV Anhanguera e das rádios locais, que não deram atenção ao fato. E, o mais curioso, no Facebook o assunto também sumiu, como se nunca tivesse existido. No lugar de discutir supostas motivações, grande parte dos catalanos na rede social começou a postar mensagens de apoio (sem citar o destinatário), do risco de julgamentos precipitados, além de mensagens sobre a credibilidade que declarações de bandidos merecem. Enfim, não sei exatamente como isso foi articulado, mas o que ocorreu de sábado para domingo foi uma gigantesca e bem articulada operação abafa.
E porque fazer isso? O que a suposta tentativa de assassinar os pais (ou avós) esconderia para tantas pessoas se mobilizarem a promover o abafamento do caso, a ponto dos maiores sites e blogs da cidade retirarem do ar a divulgação do ocorrido? Se a jovem é inocente e está sendo envolvida nas mentiras de um meliante, porque ele está fazendo isso? Onde está o outro comparsa? Com quem está a verdade? Muitas questões, muitas dúvidas, mas que a falta de transparência e a operação abafa não ajudarão a esclarecer.
Até o momento só existe uma certeza nessa história: alguém está mentindo. É preciso descobrir quem e porque tantos não querem mais falar no assunto, pois uma coisa é pensar que alguém teve a capacidade de desejar e pedir a morte dos pais; outra é pensar que alguém inventou isso para prejudicar uma única pessoa; e outra, muito mais grave, é pensar que parte da sociedade está protegendo essa pessoa, mesmo ela sendo culpada.
Família Richthofen, em foto tirada uma semana antes do assassinato de Manfred e Marísia |
Realmente, ninguem mais comenta do caso, que deve ser investigado mais profundamente, e a verdade encontrada e divulgada para a sociedade.
ResponderExcluirÉ sempre assim quando o crime tem pessoas da classe média envolvidas: abafar o caso é a primeira providência; desqualificar o pobre envolvido é a segunda; e o próximo é despachar a envolvida pra um "retiro espiritual" para afasta-la dos olhares invejosos e maledicentes e depois ela volta como se nada tivesse acontecido.
ExcluirNinguém comenta pq nessa cidade é proibido falar do que aprontam os filhinhos e filhinhas de papai. Se fosse filha de pobre a foto dela estava até hoje no blog da verdade e no portal catalão, mas como é riquinha e tem emprego na prefeitura, ninguém se atreve a comentar...
ExcluirParabéns pela postagem e pela coragem de falar.
Interessante... mas o mais interessante ainda é ver PM "investigando" e "interrogando", um ato ilegal e usurpação escrachada das atribuições da Polícia Judiciária, ou Polícia Civil. Fica a dica pro blogueiro e para os leitores, tanto na publicação de fatos quanto na interpretação dos mesmos. Entretanto, se a Polícia Civil fizesse o serviço dela...
ResponderExcluirFica a cabo da justiça aprofundar no caso e elucidar os fatos, mas estamos falando de Brasil.
tinha era que torturar esses bandidos!
Excluiratear fogo em idosos?
francamente, se fosse meus avós eu iria querer so 5 minutos com esses vagabundos! ahhh se queria!
E num pode abafar o caso não, tem que mostrar pra todo mundo a cara dessa doida que paga bandido para colocar fogo nos velhinhos e dar tiro na propria perna, é muita falta de deus na vida dessa pessoa, só pq é da turminha rica que tem que passar a mão na cabeça? Tinha que ser internada num hospício!!!
ExcluirAté parece que alguém em Catalão, por mais poderoso que seja, tem poder pra retirar algum fato das redes sociais...(principalmente com tanta rapidez). Esta matéria tá muito duvidosa...
ResponderExcluirOlha o tamanho do poder: o vídeo da reportagem da TV Pirapitinga estava disponível no G1 (www.g1.globo.com/goias) e não está mais; o Blog da Verdade retirou o post sobre o assunto; o Portal Catalão retirou a notícia (que tinha até fotos da moça); o Blog do Badiinho retirou o áudio da entrevista do bandido; o Diante do Fato, que anuncia até atropelamento de cachorro nem falou do caso; no Facebook um monte de perfis que comentaram sobre o caso retiraram suas postagens; tudo acontecendo simultaneamente... então foi tudo só uma grande coincidência?
ExcluirJulgar as pessoas e facil o bastante,ainda mais nesses blogs de merda de catalao q na verdade so usam para difamar as pessoas,deixa a investigacao ser concluida nao julgue as pessoas pq essas pessoas familiares podem estar sofrendo,agora qnto aos bandidos tem e q matar,bandido n pode ter vez,td pode acontecer ate msm com agente proprio,o caso esta sendo investigado...cuidado com processo nas costas em blogueiro qm fala demais da bom dia a cavalo..........
ResponderExcluirÉ verdade, tem que esperar a investigação ser concluída pra gente poder falar qualquer coisa, pq não pode expor as pessoas... o engraçado é que o nome do ladrão de espingarda está escrito inteirinho (Heli Gonçalves Mitidiero Neto, de 26 anos) e da mandante nada. Tem que interrogar ela igual interrogou ele, com saco na cabeça igual faz o Bope. Ficam aí criticando a PM prender a burguesinha mais falam até do ladrão que é pobre. Hiprocrisia do caramba dessa cidade!!!!
ExcluirEu conheço ela e posso dizer que é uma picareta, parabéns Robertinho pelo seguimento da matéria, nos traz mais sobre o caso que isto vai te dar mais credibilidade, divulga o nome dela, se tem coragem também.
ResponderExcluirO Portal Catalão não publicou nada desse caso. Eu até fui lá e fiz bastante buscas mas não encontrei nada, eu acho que eles nem chegaram a publicar nada sobre o caso.
ResponderExcluirAfinal qual é o nome da vagabunda ? ou estão com medo de falar por que é o que tá parecendo...
ResponderExcluirOlha o facebook dela: http://www.facebook.com/thaiany.rodovalho
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