"A burocracia e o descaso com a saúde do brasileiro terminaram com a morte de uma idosa em Goiás. Ela esperou 11 horas para ser transferida. Mas as três ambulâncias do município de Catalão estavam quebradas. Quando o socorro da cidade vizinha chegou, já era tarde demais."
Com essas palavras o jornalista Chico Pinheiro, do Bom Dia Brasil, iniciou a reportagem veiculada hoje pela manhã, 19 de fevereiro, em rede nacional de televisão, sobre a morte da senhora Divina Costa Martins, moradora do bairro Santo Antônio, em Catalão, após uma espera de onze horas por uma ambulância do SAMU. Para quem não viu, segue a reportagem completa (atenção à frase do Chico Pinheiro quando a imagem volta para ele, pouco antes do fim da matéria):
"Falta respeito, falta ambulância e sobram explicações"
Quem mora em Catalão e assistiu a reportagem certamente sentiu vergonha de ver sua cidade exposta de forma tão negativa na principal rede aberta de televisão do país, numa situação lamentável narrada por um dos principais âncoras da TV brasileira.
E não é a primeira vez que o Chico Pinheiro anuncia no Bom Dia Brasil o descaso na saúde em Catalão. Em 29 de dezembro, para citar em um exemplo recente, o jornal veiculou matéria sobre a greve dos médicos plantonistas no Pronto Socorro da Santa Casa, que já se arrastava por 15 dias.
E vendo como o jornalista se referiu a questão, atribuindo à falta de respeito com o cidadão a principal causa da morte de dona Divina, fico a imaginar se Chico Pinheiro também não seria uma viúva, como Alaor Rodovalho e toda equipe jornalística da TV Anhanguera local, afinal só as viúvas criticam e veem defeito na atual gestão de Catalão, para o resto da população está tudo bem, está tudo funcionando.
Mas se for esse o caso, em breve veremos em rede nacional de televisão o fechamento de creches conveniadas por falta de repasse, a iluminação pública deficitária, a falta de material no Centro Odontológico, os buracos nas ruas, a falta de pagamento de prestadores de serviço e outros problemas, que só as viúvas veem.
Não é mesmo?
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