O padre Murah Rannier Peixoto Vaz publicou no dia 26 de março de 2015 (domingo), em seu perfil no Facebook, um sério desabafo sobre a insensiblidade das pessoas que resolvem promover um show em plena Sexta-feira Santa, não poupando críticas à Prefeitura decatalão por ter autorizado o evento. Confira:
ABSURDO EM UMA SEXTA-FEIRA SANTA
Absurdamente está agendado um show com o cantor Cristiano Araújo para o dia 3 de abril, SEXTA-FEIRA SANTA, no Parque de Exposições da cidade de Catalão.
É lamentável que se organize um evento nesse dia, mais lamentável ainda para o órgão público municipal que o permitiu e deu alvará num dia que para nós católicos é dia de silêncio, oração, jejum e abstinência da carne. Isso fere o sentimento religioso, promove um sacrilégio e profana o luto do dia em que relembramos, celebramos e atualizamos o maior gesto de amor que alguém poderia ter tido por nós.
Caso o evento vá adiante, cabe a consciência de cada um se deve ou não participar de algo nesse dia. Mas uma coisa digo e se for preciso repito quantas vezes for necessário, um católico de verdade não participa de algo assim num dia tão sagrado quanto a sexta-feira santa. O sábado é dia santo do mesmo modo, pois ainda estamos nos preparando para a ressurreição o que só será proclamado liturgicamente após a vigília pascal no sábado a noite, mas que na liturgia, que segue aqui a tradição judaica, já é madrugada de domingo. Não existe sábado de aleluia, existe o domingo de aleluia, ainda que celebrado na vigília pascal realizada no sábado.
Numa sociedade altamente capitalista, não se reflete nem sobre a fé antes de se organizar algo assim. Interrogamo-nos, foi na madrugada da sexta-feira santa que Judas traiu Jesus por 30 moedas de prata, quanto estarão ganhando para promover esse evento e mais uma vez traí-lo?
Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz
Esse mesmo desabafo foi lido pelo padre Murah na missa de domingo, esclarecendo aos paroquianos que o fez porque ligou para o prefeito de Catalão no sábado de manhã durante o seu programa de rádio e, embora tenha feito por telefone a mesma reclamação e críticas à prefeitura, a ligação não foi transmitida ao vivo, mas sim uma gravação editada e com as respostas do prefeito perfeitamente colocadas a cada uma das ponderações.
Ainda bem que Murah é um padre sério, focado em seu sacerdócio, não se envolve em política e nem é funcionário fantasma da Assembleia Legislativa, ou seja, não tem rabo preso nem deve favor algum, do contrário não teria moral para criticar o prefeito e já estaria figurando na listas das viúvas após esse coerente desabafo.
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