Com informações do Goiás Real:
Bastante revoltado com a situação da segurança pública em Goiás, o Padre
Francisco Soares, de Anápolis, enviou carta a O Popular neste sábado,
27, com críticas ao vice-governador José Eliton, que acumula agora
também o comando da Secretaria de Segurança Pública. O padre lembrou que
há poucos dias, no cargo de governador em exercício, Eliton havia dito
que a segurança em Goiás ia bem e que o antigo titular da pasta –
Joaquim Mesquita, trocado na quarta-feira, 24 – estava fazendo um
excelente trabalho. “É preciso dizer ao nobre vice-governador que
brincadeira tem hora e lugar”, criticou.
Francisco Soares
detalhou a queda no número de efetivo policial nos últimos anos e falta
da valorização daqueles que ainda se arriscam nas ruas. “Só em Anápolis
já se somam cerca de 25 homicídios este ano”, relata o padre. Ele
ressalta, ainda, que em segurança não adianta improvisar como se tentou
com o Simve. “Ou convoca os concursados e os valoriza ou as Nathálias da
vida continuarão com os sonhos frustrados”, sentencia o pároco.
Ao
final, o padre conta que no altar tenta levar esperança aos fieis, mas é
impossível não ter medo e não sofrer com tantas vítimas da violência.
“Nossas cidades, tão prósperas, mesmo em meio à crise, clamam pela
preservação do direito de ir e vir”, conclui.
Abaixo, na íntegra, a carta do Pe. Francisco Soares ao Popular:
A capa do POPULAR, de quarta feira, de comovente beira à revolta de todos nós. O pior é que, dias atrás, o vice-governador (na ocasião governador em exercício) disse que a segurança ia bem e que o titular dessa pasta estava fazendo um excelente trabalho. É preciso dizer ao nobre vice-governador que brincadeira tem hora e lugar.
Basta olharmos o efetivo das policias e veremos o quanto decresceu, nos últimos anos. Basta olhar, ainda, a pouca valorização no pequeno resto que tenta sobreviver na guerra declarada das ruas. Só em Anápolis já se somam cerca de 25 homicídios este ano. Das fazendas aos centros urbanos. Em segurança não adianta improvisar como se tentou com a inconstitucional gambiarra do Simve. Ou convoca os concursados e os valoriza ou as Nathálias da vida continuarão com os sonhos frustrados.
No altar, tentamos ser profetas da esperança, contudo, não é possível não ter medo e sofrer com tantas vítimas. As nossas cidades tão prósperas, mesmo em meio à crise, clamam pela preservação do direito de ir e vir. Isso é o que vemos de muito sagrado nos direitos fundamentais.
Pe. Francisco Soares
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