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Pensamentos aleatórios

18 de março de 2016

A Globo não é golpista

 
William Bonner defendeu a Globo, no JN de ontem, das falsas acusações de golpista e imparcial. Falou bonito, usou palavras bonitas e frases de efeito. Mas vou traduzir para o "popular":

A Rede Globo de televisão vem prestar serviço de utilidade pública, defendendo o direito de liberdade de imprensa garantido pela Constituição, repudiando as manifestações caluniosas que tentam manchar a história do jornalismo ético dessa empresa como "golpista".

Já pedimos desculpas à sociedade brasileira por apoiar a ditadura militar em recente editorial, na data de 50 anos do golpe de 64. Também já assumimos que o nosso diretor e produtor Boni editou as falas do debate presidencial entre Collor e Lula, além de assessorar sua imagem para parecer mais popular, e apresentar dossiê falso de seu adversário. O vídeo está disponível no YouTube. Também é fato que colocamos uma camisa do PT no sequestrador de Abilio Diniz, nas vésperas da eleição presidencial. Sim, erramos. Às vezes cometemos atos falhos, chamando Dilma de FHC, e nos referindo a Dilma como ex-presidente. Erramos e concedemos direitos de resposta, como Cid Moreira leu o texto de Brizola, e atualmente lemos parte do direito de resposta solicitado pelo ex-presidiário, digo, ex-presidente Lula. 
 
Temos autonomia para escolher quais trechos divulgaremos, baseados na liberdade de imprensa. Também, nossa equipe de jornalismo tem seus critérios de pauta, para definir o tempo que vamos falar sobre as acusações, e o tempo que passaremos a versão da defesa, que não tem como obrigatoriedade ser proporcional. Não inventamos grampos, nem áudios. Recebemos em primeira mão, diretamente da Polícia Federal, pela responsabilidade social e credibilidade histórica, os grampos liberados pelo juiz Sérgio Moro. O mesmo, gentilmente nos avisou antes de Lula e seus advogados sobre a condução coercitiva do ex presidente, e já o esperávamos em Curitiba com nossos correspondentes desde cedo, e na portaria do seu prédio em São Bernardo do Campo desde as seis horas da manhã. Entendemos que a imprensa também tem a função investigativa. É o que fazemos com nossas inúmeras emissoras de TV e rádio, maior da América Latina, como jornal e revistas semanais. 
 
Temos também "alguns" canais em TV por assinatura como Globonews, Viva, Multishow, Première, Sportv, GNT... Podemos ter a maioria dos meios de comunicação do Brasil, mas todos podem desligar seus aparelhos, não comprarem nossas revistas, não lerem nossos jornais, tampouco ouvirem nossas rádios democraticamente. Não há nada de errado em ter domínio da comunicação em diversas regiões do Brasil. Não achamos justa a crítica de torcidas de futebol, quanto ao horário dos jogos. Se temos o direito adquirido pós compra frente às federações nacionais e internacionais, podemos escolher o horário mais conveniente para a nossa grade de programação, não podendo ser responsabilizados pelo transtorno que o torcedor sofre para ir embora de transporte público de madrugada. Foi a Globo que levou a TV para o Nordeste, e sua programação do Rio que fez com que muitos nordestinos torçam para times cariocas, democraticamente sempre. Nossos programas, novelas, séries e minisséries estão sempre comprometidas com a qualidade e conteúdo, assim como nosso jornalismo imparcial, ético e responsável. 
 
Boa noite.
 
Por Vagner Gilioti - O Cramulhão
 
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