É muita burrice, não de quem fala, porque tem outros interesses por trás, mas de quem acredita. Movimentos de direita orquestrados como o MBL (Movimento Brasil Livre) defendem acabar com o 13º salário sob a justificativa de que o valor poderia ser diluído nos outros doze salários e, com isso, o trabalhador ganharia “8% mais”, o que por si só já é mentira. Obviamente, o que iria acontecer é que o trabalhador iria ganhar o mesmo salário em 12 vezes e ainda ficaria sem o abono natalino. Só trouxa, portanto, cairia nesta conversa.
Mas a questão que quero levantar é uma falácia ainda maior. Os direitistas querem acabar com o 13º como uma das “saídas” mágicas para a economia e o desemprego. No entanto, o 13º salário injeta todos os anos mais de 170 bilhões de reais na economia –em dezembro de 2015, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), foram 173 bilhões de reais, ou 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Qualquer pessoa com cérebro perceberia que, sem o 13º, não só o comércio natalino ficaria à míngua como milhões de pessoas iam perder os seus empregos.
Ou seja, a resposta da direita para a crise na verdade a aprofundaria. Nenhum dos estudos apresentados pelos “liberais” que defendem a aberração de se extinguir o 13º salário se dedica a avaliar qual será o impacto disso sobre o comércio. Traduzindo em miúdos, no que depender da direita brasileira, adeus Natal. Tanto para quem compra quanto para quem vende. É essa a “solução” dos gênios da direita?
Abra o olho. Não caia na conversa de quem se apresenta como defensora dos seus direitos querendo acabar com seus direitos. O único interesse dessa gente é defender os privilégios de quem já tem privilégios, ou seja, eles mesmos. Pense comigo: como é que gente que não é da classe trabalhadora poderia estar preocupado em defender os trabalhadores?
Sabem quem sempre foi contra o 13º salário, desde sua criação? A mídia, essa grande defensora dos direitos dos trabalhadores. Só que não.
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Currículo de Cairo Batista só traz cargos comissionados, e aí pode Roberto ???
ResponderExcluirOlá! Obrigado pelo comentário!
ResponderExcluirCara, o fato do Cairo ter ocupado cargos públicos apenas por comissão não o faz menos competente do que alguém que disputa eleições ou é concursado para alguma função. Veja, por exemplo, os casos de Giuseppe Vecci e Jayme Rincón, que nos últimos 20 anos ocuparam apenas funções de confiança na administração pública estadual e mesmo assim são reconhecidos como bons gestores.
Acredito que o que faz a diferença seja o comprometimento com a função e isso o Cairo já demonstrou que tem nas outras vezes em que ocupou os cargos citados.
Um fraterno abraço.