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Pensamentos aleatórios

4 de novembro de 2016

O legado de Jardel


Na semana passada, antes de fugir para o Rio de Janeiro para não escutar os lamentos da população pela falta de água, o prefeito Jardel Sebba concedeu entrevista para a Rádio Sucesso em que disse, entre outras pérolas, que a história irá julgar se sua gestão foi boa ou ruim, afinal ele está deixando um legado de grandes obras e realizações, pois ele foi ótimo gestor que fez de um limão uma limonada e que o povo ainda há de sentir saudades dele.

Não, prezados leitores do Bão pra Sabão, isso nunca vai acontecer.

Nunca!

O argumento de que o futuro vai modificar as duras certezas do presente é sempre usado pelos fracassados para fugir do julgamento dos seus contemporâneos e justificar os erros que cometeram.

Na realidade, a história e o futuro não costumam mudar a avaliação das situações sociais, econômicas e políticas. Ao contrário, o que rotineiramente acontece é a consolidação do que já está definido com clareza – caso da gestão Jardel em Catalão, considerada a pior da história recente (Euripão e Velomar estão agradecidos). 


Por quais motivos, nos anos e décadas que ainda virão, a opinião sobre a desastrosa gestão de Catalão, sob o atual prefeito, iria mudar para melhor? Será que a barragem de 7 bilhões de litros dos quais nenhuma gota sai nas torneiras e que custou 40 milhões de reais a serem pagos pelos próximos dois prefeitos mudará a opinião de alguém? Ou então o estado calamitoso das finanças municipais, com dívidas de mais de 100 milhões de reais a serem pagas nos próximos oito anos, vão influenciar na mudança da avaliação do eleitorado, que o rejeitou com uma votação massacrante de 73% dos votos na oposição?

Não... o mais provável é que, livre da ladainha repetitiva, da propaganda enganosa e do discurso oficial, a história vai avaliar Jardel com um foco crítico e condenar ainda com mais dureza o seu desempenho.

Sonhar com uma futura e automática mudança no seu conceito negativo é só um sonho vão do prefeito, que vai embora para o ostracismo sem deixar um legado para que o seu nome seja lembrado positivamente um dia.

Que Jardel será lembrado, será. Mas como o exemplo que ninguém deve seguir.


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