Eles chegaram. Vindos de Cuba, último reduto socialista da América Latina, onde falta liberdade de pensamento, mas sobra qualidade na Educação e na Saúde oferecidos pelo Estado ao povo: os médicos cubanos finalmente desembarcaram no Brasil.
É claro que a chegada deles não passaria em branco e está sendo marcada por polêmicas. Eles vieram no pacote do programa "Mais Médicos", para atuar nos rincões onde os médicos formados no país não querem ou não podem atuar, assim como vários outros de diversas nacionalidades, mas não vão receber a mesma bolsa de 10 mil reais a que terá direito os demais médicos estrangeiros que se candidataram às vagas do programa. O valor será repassado à OPAS (Organização Pan-americana de Saúde), que por sua vez repassará o recurso para Cuba, que é quem fará o pagamento dos médicos.
É claro que a chegada deles não passaria em branco e está sendo marcada por polêmicas. Eles vieram no pacote do programa "Mais Médicos", para atuar nos rincões onde os médicos formados no país não querem ou não podem atuar, assim como vários outros de diversas nacionalidades, mas não vão receber a mesma bolsa de 10 mil reais a que terá direito os demais médicos estrangeiros que se candidataram às vagas do programa. O valor será repassado à OPAS (Organização Pan-americana de Saúde), que por sua vez repassará o recurso para Cuba, que é quem fará o pagamento dos médicos.
Financiamento de regime ditatorial com recursos brasileiros disfarçado de convênio ou medida normal dado às especificidades da nacionalidade e da formação dos médicos cubanos? Medida populista do Governo Brasileiro ou protesto descabido das associações médicas brasileiras preocupadas com uma suposta reserva elitista de mercado? Solução ou apenas outro problema para a Saúde brasileira?
São muitas perguntas e poucas respostas convincentes de cada um dos lados envolvidos nessa polêmica. A verdade é que as regiões mais pobres do país não podem esperar pela chegada dos cursos de Medicina e nem pelos médicos que ainda irão se formar, assim como o problema não está apenas na falta de médicos, mas sim na ausência de condições básicas para exercer a profissão. O que não pode é o Governo continuar usando os médicos cubanos como peça de propaganda (alguém viu foto do ministro Padilha com os médicos bolivianos ou portugueses?), assim como não tem cabimento os médicos (especialmente os recém formados) hostilizarem os colegas de profissão que estão chegando para trabalhar onde eles não querem (ou não podem) ir.
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, só tira foto com os médicos cubanos |
A verdade é que as posições extremas só reforçam a desconfiança e o preconceito e geram situações ridículas, como a "recepção" dos médicos cubanos em Fortaleza e a mensagem no Facebook da jornalista Micheline Borges, do Rio Grande do Sul, comparando as médicas cubanas a empregadas domésticas (imagem abaixo).
Jornalista preconceituosa, que acha que a roupa faz o monge |
O "Mais Médicos" é sim uma medida paliativa, que não vai resolver os grandes problemas da Saúde, mas não se resume apenas em trazer médicos do exterior, e até a ampliação das vagas nas universidades e da criação de melhores condições de trabalho, hospitais e leitos, seja nas capitais ou no interior do Brasil, é o maior esforço já feito até então para levar medicina básica a quem precisa, e não dá para ser contra isso.
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