Como é de conhecimento geral, os deputados federais se juntam em bancadas, formadas por parlamentares de diferentes partidos, mas unidos por objetivos em comum: bancada ruralista, bancada evangélica, bancada dos empresários, bancada sindical, etc. Mas na próxima legislatura (2015-2018) a maior bancada do Congresso será uma nova agremiação, unida não por interesses comuns de seus membros, mas sim por quem financiou suas campanhas.
Os 10 maiores financiadores das campanhas eleitorais ajudaram a eleger 70% da nova Câmara Federal, ou seja, 360 dos 513 deputados federais, segundo revelou hoje reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. As empresas do grupo JBS, da família do empresário José Batista Júnior, que tentou sem sucesso disputar a eleição para governador pelo PMDB, doou R$ 61,2 milhões para 162 eleitos.
Com esse investimento a empresa de frigoríficos elegeu a maior bancada na Câmara, apelidada pelo Estado de S. Paulo de “bancada do bife”. Os bancos também aparecem entre os grandes doadores. O Grupo Bradesco doou R$ 20,3 milhões para 113 deputados de 16 partidos, formando a segunda maior bancada empresarial. Ficou à frente do Itaú, que contribuiu para 84 novos deputados.
Segundo o jornal, como setor, as empreiteiras têm a maior presença entre os top 10 doadores da nova Câmara. Estão entre eles a OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia e Queiroz Galvão.
O juiz Márlon Reis, um dos redatores da Lei da Ficha Limpa e autor do livro Nobre Deputado, repercutiu a reportagem em sua conta no Twitter: “Você acredita que os eleitores definem quem serão os deputados?” E emendou: “Frigorífico JBS ‘elegeu’ a maior bancada da Câmara. Eleitores perderam a eleição”, afirmou.
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