João Doria Jr. é o típico liberal brasileiro. Exalta as virtudes da concorrência, da livre iniciativa, do empreendimento privado... Desde que aplicadas aos outros.
Entende-se: sem o apoio estatal seria impossível manter o estoque de gravatas amarelas, os pulôveres cuidadosamente repousados nos ombros, as impecáveis camisas Lacoste e os mocassins sempre lustrados. Visual coxinha by Estado.
São fartas as informações a respeito do avanço do self-made man sobre o dinheiro público: os vultosos anúncios do governo paulista em suas obscuras revistas, a constante mendicância de sua mulher, Bia, dita artista plástica, por subsídios via Lei Rouanet, a pressão por cotas de patrocínios federais a convescotes irrelevantes (um deles reuniu brasileiros em Miami para promover o Brasil).
Acrescentem-se à lista os “investimentos” ao longo do ano passado da Apex, agência de incentivo à exportação ligada ao Ministério do Desenvolvimento, no valor de 950 mil reais.
David Barioni, presidente da agência, é amigo de Doria. Um dos eventos apoiados pela Apex, realizado em Nova York, tinha o objetivo de bajular o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e falar mal do Brasil. Faz sentido.
Pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB, Doria é entusiasta da extinção do PT e da prisão do ex-presidente Lula. Esse viés nunca impediu governos petistas de engordar os cofres e cevar o prestígio do organizador de eventos.
Ministros de Lula e Dilma eram entusiasmados frequentadores do famoso fórum de Comandatuba, o que atraía lobistas de todos os tipos. Não era raro encontrar uma ou mais estatais entre os patrocinadores. Trata-se de um velho complexo petista.
Apesar de a realidade diariamente provar o contrário, os dirigentes do partido mantêm a esperança de serem aceitos pela casa-grande. Doria fatura alto com a baixa autoestima do PT. Não é o único.
*Da redação de Carta Capital
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