Powered By Blogger

Pensamentos aleatórios

1 de fevereiro de 2016

Como financiar um almofadinha*


João Doria Jr. é o típico liberal brasileiro. Exalta as virtudes da concorrência, da livre iniciativa, do empreendimento privado... Desde que aplicadas aos outros.

Entende-se: sem o apoio estatal seria impossível manter o estoque de gravatas amarelas, os pulôveres cuidadosamente repousados nos ombros, as impecáveis camisas Lacoste e os mocassins sempre lustrados. Visual coxinha by Estado.

São fartas as informações a respeito do avanço do self-made man sobre o dinheiro público: os vultosos anúncios do governo paulista em suas obscuras revistas, a constante mendicância de sua mulher, Bia, dita artista plástica, por subsídios via Lei Rouanet, a pressão por cotas de patrocínios federais a convescotes irrelevantes (um deles reuniu brasileiros em Miami para promover o Brasil).

Acrescentem-se à lista os “investimentos” ao longo do ano passado da Apex, agência de incentivo à exportação ligada ao Ministério do Desenvolvimento, no valor de 950 mil reais.

David Barioni, presidente da agência, é amigo de Doria. Um dos eventos apoiados pela Apex, realizado em Nova York, tinha o objetivo de bajular o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e falar mal do Brasil. Faz sentido.

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB, Doria é entusiasta da extinção do PT e da prisão do ex-presidente Lula. Esse viés nunca impediu governos petistas de engordar os cofres e cevar o prestígio do organizador de eventos.

Ministros de Lula e Dilma eram entusiasmados frequentadores do famoso fórum de Comandatuba, o que atraía lobistas de todos os tipos. Não era raro encontrar uma ou mais estatais entre os patrocinadores. Trata-se de um velho complexo petista.

Apesar de a realidade diariamente provar o contrário, os dirigentes do partido mantêm a esperança de serem aceitos pela casa-grande. Doria fatura alto com a baixa autoestima do PT. Não é o único. 

*Da redação de Carta Capital

Compartilhe:
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários não são moderados, portanto, entram no ar na mesma hora em que são escritos e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. No entanto me reservo o direito de excluir mensagens com ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência. Não há, contudo, moderação ideológica. A ideia é promover o debate mais livre possível, dentro de um patamar mínimo de bom senso e civilidade. Obrigado.