Compartilho matéria de O Popular sobre o teste comparativo feito pelo jornal dos serviços do Uber, que começou a operar sexta-feira em Goiânia, e do tradicional serviço de táxi da capital:
Testamos o Uber... e o táxiDois repórteres pediram carros ao mesmo tempo por meio de aplicativos para smartphones
O polêmico aplicativo Uber começou a funcionar no início da tarde de ontem em Goiânia e a reportagem do POPULAR testou o serviço, que aqui é oferecido em sua modalidade mais barata, o UberX. Paralelamente, experimentou também o serviço de táxi da capital. Dois repórteres pediram carros ao mesmo tempo por meio de aplicativos para smartphones. Saíram do mesmo ponto, a Praça do Chafariz, com o mesmo destino: o Aeroporto de Goiânia. Abaixo, as impressões de cada um:
De Uber
De óculos escuros e terno preto, o motorista estaciona seu Hyundai HB20, pega o passageiro e parte para a quinta corrida em cerca de duas horas. Está empolgado. Conta que é formado em Direito, ex-professor e atualmente representante comercial, atividade que pretende manter paralelamente. Tem receio de uma possível reação violenta dos taxistas goianienses - “Retaliação vai acontecer, tenho que tomar cuidado” -, mas confia no apoio financeiro e jurídico que o Uber garante, segundo ele, aos “parceiros” (como são chamados os motoristas cadastrados).
Tempo de espera: O Uber estimou o tempo de espera em 3 minutos, mas o veículo demorou cerca de 10. O motorista perdeu tempo até me localizar. Tentei enviar uma mensagem via aplicativo, sem sucesso. Acenei, ele avistou.
Trajeto: O aplicativo falhou em mostrar a melhor rota para o aeroporto. O motorista não soube explicar por quê. Optou, então, pelo caminho que sabia, percorrendo 12 km. Não perguntou se eu preferia outro.
Mimos: Havia balas variadas em recipientes nos bancos traseiros. Nada de água ou refrigerante. Segundo o motorista, isso é opcional no caso do UberX.
Comodidade: Carro novo e limpo; bancos de couro, som e ar-condicionado, que ficou ligado. O motorista escolheu a programação do rádio. Mais tarde avisou que eu poderia controlar o som com meu celular.
Relação com cliente: O motorista se mostrou cordial e receptivo e esteve sempre aberto a conversar. Estava empolgado com o início do trabalho com o Uber.
Preço: Apesar da falha ao sugerir a rota, o Uber calculou o valor do serviço: R$ 23. Estimativa via site mostrava que ficaria em R$ 18. O pagamento só pôde ser feito por cartão de crédito e o recibo chegou por e-mail.
Avaliação: Solicitado pelo Uber, dei 5 estrelas, valor máximo, pela qualidade do atendimento. No entanto, houve falhas do aplicativo. Por rota menos congestionada, o valor poderia ter ficado ainda mais baixo.
De táxi
O motorista tem seis anos de experiência como profissional, chega em seu VW Voyage, identificado conforme determina a Prefeitura. Não possui a permissão. É motorista auxiliar e paga 115 reais por dia ao proprietário do carro, que repassa 55 reais por mês à Prefeitura. Ele participou das reuniões sobre o Uber em Goiânia, deixou a documentação preparada para ativar o serviço, mas fez as contas e acha que ainda não compensa trocar o que considera certo pelo duvidoso. “Mas vou deixar tudo pronto; se estiver dando certo, é só emitir os documentos e começar”, diz.
Tempo de espera: Foram nove minutos entre o aceite da viagem e a espera pela chegada. O táxi parou em frente a uma drogaria e me ligou para saber onde estava, informei o posto de gasolina, ele deu a volta e a viagem começou.
Trajeto: A escolha foi do taxista, que percorreu 12,8 km, passando por Marginal Botafogo e Independência. Já na Marginal perguntou se esse era o caminho desejado e lembrou que havia opção pela BR-153.
Mimos: Fora a ligação para se certificar onde eu estava, nada foi oferecido durante o trajeto. O único “ganho” foi um papel de nota fiscal extra em branco, caso eu quisesse mudar os valores da viagem.
Comodidade: O som do carro esteve desligado o tempo todo; já o ar-condicionado, ligado. Em momento algum perguntou se eu queria mudar isto. O celular dele tocou, mas não atendeu, colocando apenas no mudo.
Relação com o cliente: Experiente, o motorista conhece a cidade e conversou sobre todos os assuntos, inclusive sobre a chegada do Uber, que ele acredita que não vai vingar em Goiânia. Mas, precavido, deixou sua ativação encaminhada.
Preço: O valor no taxímetro foi de R$ 37,90, mas a falta de moedas fez com que fosse cobrado R$ 38. Na chamada via aplicativo, tive a opção de pagar por cartão de crédito ou dinheiro, que foi a escolhida.
Avaliação: O aplicativo escolhido pela reportagem também oferece a opção de avaliação do motorista, que recebeu cinco estrelas, mas, a princípio, não há qualquer interferência na relação com o trabalho.
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