O editorial do jornal O Popular desta terça-feira, 1º de
março, foi dedicado mais uma vez ao relato do drama de uma família
diante da falta de segurança pública que atormenta a população goiana.
Com o questionamento “Cadê a Justiça”, o titulo reproduziu a frase de um
dos cartazes que amigos levaram para o velório de Jéssica Ferreira da
Silva, assassinada domingo a noite na porta da casa dela, em Aparecida
de Goiânia. “O cidadão não tem o direito de ir e vir nessas cidades,
porque a violência tomou conta de suas ruas”, opina o jornal.
Jéssica, um irmão e dois amigos conversavam na porta de casa, o que
ainda é um hábito no bairro, relata o jornal. “Eles talvez não soubessem
que Aparecida de Goiânia, onde localiza-se o bairro, tem uma taxa de
57,48 assassinatos por um grupo de 100 mil habitantes. Em Goiânia são
38,23 homicídios por grupo de 100 mil habitantes”, explica o editorial. O
porcentual tolerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 8
mortos por 100 mil, lembra O Popular.
O texto ainda aponta as semelhanças entre as mortes de Jéssica e de
Nathalia Araújo Zucatelli, na semana passada: “Ambas foram abordadas por
um motoqueiro, roubadas e levaram apenas um tiro após a abordagem, sem
esboçarem reação”. “A diferença é que a primeira vivia em bairro nobre e
a segunda, na periferia o que, no entanto, não muda em nada a
realidade, que é a falta se segurança em geral”, conclui o jornal.
Leia, abaixo, a íntegra do editorial de O Popular
“Cadê a Justiça"Na falta de palavras diante do inacreditável assassinato de Jéssica Ferreira da Silva, 23 anos, na noite de domingo, os amigos levaram para seu velório cartazes com frases como a deste título, tentando expressar um sentimento sem nome que tomara conta de todos. Jéssica, um irmão e dois amigos faziam naquela noite o que é ainda é um hábito no bairro, especialmente entre os jovens: conversar na porta de casa.Eles talvez não soubessem que Aparecida de Goiânia, onde localiza-se o bairro, tem uma taxa 57,48 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Em Goiânia são 38,23 homicídios por grupo de 100 mil (o tolerado pela ONU são 8 mortos por 100 mil). Em outras palavras, o cidadão não tem o direito de ir e vir nessas cidades, porque a violência tomou conta de suas ruas.Na semana passada, Nathalia Zucatelli, 18 anos, foi assassinada na saída do colégio em situação muito similar à que levou a vida de Jéssica. Ambas foram abordadas por um motoqueiro, roubadas e levaram apenas um tiro após a abordagem, sem esboçarem reação.A diferença é que a primeira vivia em bairro nobre e a segunda, na periferia o que, no entanto, não muda em nada a realidade, que é a falta se segurança em geral. Diante de tantos casos, natural a reação da mãe de Jéssica, Lucimar Francisca da Silva: “Eu não consigo pensar em nada. Só Deus para poder fazer justiça. Porque a justiça é só de Deus." Ou seja, “cadê a Justiça?"
Enquanto isso, o Secretário está na chuva, mostrando serviço e saindo em fotos nas redes sociais, um tucano perfeito...
Compartilhe: