Gosto de utilizar o blog para fazer crítica social e, de vez em quando, alguma graça, mas vou usá-lo hoje para um desabafo que, acredito, contemple várias pessoas em nossa cidade.
Todos os dias recebemos notícias ou temos alguém próximo que é vítima de ladrões. E para a vítima não interessa se o que ocorreu foi furto ou roubo com o uso de violência física ou psicológica, de toda forma ficamos abalados e com total sensação de invasão e insegurança. De forma geral essas ocorrências estão ligadas ao tráfico de drogas. Os sujeitos invadem as casas para roubar objetos que possam ser trocados por pedras de crack e outras drogas, daí que "deixam" de levar alguns bens, justamente porque alguns não tem saída rápida, ou o dono da boca não precise daquele objeto em particular.
A desgraça desse comércio é como se dá o desenvolvimento das ações: começam com pequenos furtos (aproveitam-se de casas vazias e portas e janelas destrancadas), depois aumentam para roubos descarados (arrombamentos e quebradeiras) e em seguida para ações violentas (invasão de residência com o proprietário dentro, uso de armas e agressão física e psicológica) e ao cidadão resta investir seu suado dinheiro em segurança particular, seguros e monitoramentos, do contrário é sair de casa sem ter a certeza de como irá encontrá-la.
Pois bem, ontem passei a fazer parte da estatística de vítimas de furtos em residências em Catalão, algo que como os assassinatos vem crescendo exponencialmente nos últimos cinco anos em nossa cidade. Encontrei minha casa arrombada e diversos objetos furtados (com destaque para um Playstation 3, com dois controles e quatro jogos) e isso tendo cerca eletrificada, alarme, muro alto e cachorro (que não foi agredido, ainda bem). Fiz os procedimentos legais, registrei a ocorrência, recebi as orientações da polícia e procurei acionar o seguro (o maior dos desgostos até agora), tudo o que é de praxe fazer nessas situações, mas o pior é constatar que é só isso que posso fazer e nada garante que amanhã (ou a qualquer momento que sair de casa) eu não seja vítima novamente dos ladrões. Restou-me aderir ao monitoramento particular e reforçar a cerca elétrica e o alarme, com a consciência que são apenas paliativos.
E o que mais dá para fazer? Dá para abandonar o conforto de uma casa e mudar para um apartamento e tentar diminuir ainda mais a possibilidade de ter a residência invadida, já que esperar dos governos investimento em segurança pública é o mesmo que acreditar em Papai Noel, pois tudo aquilo que depende de uma ação governamental e não rende votos diretos ou uma factoide é deixado de lado (antes investir em uma "Bolsa Qualquer Coisa" e em "Mais Médicos" que em mais policiais e vigilância pública).
Ao cidadão de bem, que trabalha, paga seus impostos e suas contas em dia, resta se conformar a continuar adquirindo bens para passar para o ladrão, que por omissão do estado vai continuar usando tudo o que roubar para sustentar seu vício, que por inércia dos governos continua sendo tratado como questão de saúde e não de segurança, o que faz do cidadão de bem prisioneiro de seu próprio lar, já que deixar a casa sozinha é o mesmo que dar a chave para o ladrão.
Desabafo feito no Facebook: #semmagoamasvaiproinfernocomessaporra |
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