Podia ser o que for: empresa fantasma, braço empresarial de organização criminosa, reduto de corruptos, organizadora de licitações fraudulentas, etc... mas uma coisa ninguém pode negar: o serviço prestado pela Delta em Catalão era bom!
O lixo era recolhido nos horários certos; as ruas eram varridas antes de pedestres e veículos começarem a transitar; os funcionários eram bem tratados e recebiam em dia; a coleta seletiva de lixo e a operação do aterro sanitário eram referências nacionais; o pagamento dos fornecedores jamais foi atrasado e a população era satisfeita com o serviço prestado.
Aí veio a CPI do Cachoeira e acabou-se tudo. Catalão ficou sem coleta de lixo por uma semana, a sujeira ficou espalhada pelas ruas e entrou uma nova firma (Newcon) que não deu conta do serviço e era ruim para os funcionários. Foi embora sem deixar saudades, mas deixou fornecedores sem receber e avaliação negativa da população.
Depois disso veio o Governo da Parceria e outra firma assumiu o importante serviço de limpeza urbana. Suspeitas de fazer parte do mesmo grupo do Cachoeira indignaram aqueles contrários ao entranhamento da corrupção na máquina pública, mas animaram os antigos funcionários, que sonhavam com a volta da boa relação de trabalho que tinham com a Delta, e também a população, que se preocupa mais em ter suas ruas limpas e bem cuidadas do que com corrupção generalizada, aparentemente sem solução em nosso país.
Mas eis a surpresa: a Corpus não dá conta do recado. E não por falta de estrutura ou incompetência administrativa, mas sim por tratar com desdém seus funcionários e não ser cobrada pela prefeitura por isso. Em menos de oito meses prestando serviço para o município de Catalão é a sexta vez que a limpeza urbana é interrompida por causa de protestos por mais respeito profissional.
O resultado é o acúmulo do lixo nas ruas da cidade. Os vira-latas fazem a festa e as donas de casa xingam muito. O Governo da Parceria finge que não é com ele e o vice-prefeito sindicalista se omite e deixa a tarefa de defender os trabalhadores para os companheiros do Sindicato da Construção Civil de Catalão, que heroicamente assume uma causa que não tem legalidade para lutar, já que os trabalhadores da Corpus, e todos os que lidam com limpeza urbana no estado de Goiás, estão presos a representação do Seacons (Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e Terceirização de Mão-de-Obra do Estado de Goiás), que só existe para garantir os mega salários da Comurg (de Goiânia).
Assim, sofrem esses funcionários, sofre a população e sofre a popularidade do Rodrigão, que a cada dia vê ruir o sonho (ainda altamente possível) de ser deputado, já que para evitar a fadiga com o chefe omite-se de fazer pelos funcionários da Corpus aquilo que o consagrou no Simecat e o fez chegar a presidente da Força Sindical em Goiás: a defesa do trabalhador.
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