Mais novidades sobre o caso Raquel Policena Rosa, filha de pastor e biomédica charlatã.
Foi noticiado ontem, no Jornal Anhanguera - 1ª Edição, e reproduzido hoje na imprensa local e na blogosfera catalana, que a Vigilância Sanitária de Catalão recebeu, há três meses atrás, denúncia sobre a atuação irregular de Raquel junto a salões de beleza e clínicas de estética da cidade oferecendo o tal "aumento de glúteos" por meio de aplicação de hidrogel, mesmo procedimento que pode ter causado a morte de Maria José Brandão. Segue abaixo reprodução da denúncia:
Ao final do e-mail a denunciante frisa "denúncia está feita para prevenir sérios problemas no futuro, caso não tomem providências... apresento as mídias sociais e locais a denúncia feita devidamente registrada junto ao órgão".
Três meses se passaram, uma mulher morre, o assunto repercute nacionalmente e somente aí os catalanos tomam conhecimento de como o poder público agiu para "investigar" essa grave denúncia, nas palavras da própria Vigilância Sanitária:
Ao tomar ciência do caso, a equipe da Vigilância Sanitária de Catalão, entrou com ferrenha investigação contra a golpista. O diretor da Vigilância Epidemiológica, Diego Rodrigues, informou que após o recebimento da informação, uma fiscal do órgão entrou em contato com Raquel para o agendamento do procedimento, que foi aceito pela falsa biomédica. Entretanto, desconfiando da ação, Raquel desmarcou a consulta e remarcou para a capital do estado. “A denúncia chegou via e-mail e uma fiscal entrou em contato com ela para agendar o procedimento. Mas ela disse que era preciso juntar pessoas. Aí marcou uma vez em Catalão, mas por desconfiar bastante, acabou desmarcando. Mais tarde, agendou para Goiânia”, relata Diego. Tendo o procedimento transferido para Goiânia, o coordenador de Vigilância Epidemiológica de Catalão entrou em contato com os responsáveis pelo órgão na capital, para que assumissem o caso e acompanhassem a ação de Raquel. “A partir daí, enviamos as informações para a Vigilância Sanitária da capital, com endereço, mas não houve êxito em encontrá-la”, explicou Diego Rodrigues.
Pois é...
A pessoa faz uma denúncia de conduta criminosa (aplicação de substância de origem duvidosa) sendo realizado em ambientes não adequados (salões de beleza), sem o acompanhamento ou supervisão de pessoal capacitado (médicos ou cirurgiões plásticos), por pessoa sem capacitação profissional para realizar tal procedimento... e aí o que a Vigilância Sanitária faz? Arma uma arapuca para pegar a pessoa denunciada!!!
Sério mesmo, não sei se é descaso, se é deboche, ou se é incompetência mesmo, mas num caso desses o correto não seria INTIMAR a pessoa denunciada a apresentar suas credenciais profissionais para realizar o tal procedimento, bem como a origem dos produtos utilizados?! Também não deveriam ser CONVOCADOS a prestar esclarecimento os estabelecimentos comerciais elencados na denúncia, até mesmo para alertá-los?! E em caso de as medidas necessárias para apuração dos fatos fugirem das atribuições da Vigilância não seria o caso de acionar a Polícia repassando a denúncia pra frente?! Mas não... nossa audaciosa Vigilância Sanitária prefere montar elaboradas armadilhas, mesmo sob o risco de falhar (como falhou) e a pessoa denunciada continuar atuando e colocando em risco a vida dos outros.
E o duro é que a arapuca não funcionou simplesmente por não conseguirem localizar a denunciada. Uma pena que não procuraram na Secretaria Municipal de Saúde, onde Raquel prestava serviço até cerca de dois meses atrás. Talvez, quem sabe, se ao invés de montar uma arapuca a Vigilância Sanitária de Catalão tivesse simplesmente INTIMADO a falsa biomédica, a história de Maria José Brandão poderia ser outra.
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