O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), virou réu em decisão do ministro Humberto Martins,
vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça. Após o Supremo
Tribunal de Justiça (STJ) votar o fim da necessidade do aval da
Assembleia Legislativa de Goiás, isso tende a se tornar regra.
Marconi Perillo foi denunciado pelo Ministério Público Federal
pela prática de dois crimes de corrupção passiva. Também se tornaram réus Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira; o presidente do Conselho de Administração da
construtora Delta, Fernando Cavendish; e o ex-diretor regional da Delta
Cláudio Abreu. Eles são acusados de participar do esquema e foram
denunciados por corrupção ativa.
Martins
é relator da ação penal ajuizada no STJ. O tribunal é competente para
processar e julgar governadores por terem foro por prerrogativa de
função. "Marconi tinha papel central no esquema criminoso que tinha como
objetivo ampliar as participações da Delta no Estado", destaca Martins.
De
acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os valores dos contratos
com a Delta no estado pularam de R$ 5 milhões para R$ 75 após a posse
do governador, em 2011. Em troca, Marconi teria se beneficiado com o
pagamento de R$ 90 mil referentes a dívida de campanha do jornalista
Luis Carlos Bordoni. O dinheiro foi pago por empresas laranjas.
A denúncia aponta
que, nos meses de abril e maio de 2011, um assessor do tucano entrou em
contato com Bordoni por duas vezes para perguntar em qual conta deveria
ser pago os serviços do jornalista prestado na campanha de Marconi em
2010.
Após esses contatos,
relata o documento, depósitos foram feitos pelas empresas fantasmas
Alberto & Pantoja e Adécio & Rafael, que teriam sido
constituídas por Cavendish, Cláudio Abreu e Cachoeira apenas para o
pagamento de propina a agentes públicos a partir de dinheiro da Delta.
O MPF argumenta que,
após os pagamentos, Marconi determinou aditivos com a Delta em aluguéis
de carros para a Segurança Pública. O número de veículos foi aumentado
sob conhecimento de Marconi.
Segundo o procurador,
se Marconi tivesse comprado as 1981 viaturas alugadas após os aditivos,
gastaria R$ 39,2 milhões. Foram pagos à Delta pelo aluguel R$ 75,3
milhões.
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