Pensamentos aleatórios
31 de março de 2015
30 de março de 2015
Enquanto isso, no centro da cidade...
Na noite de sábado, bem em frente a Caixa Econômica Federal, prefeito é surpreendido com uma manifestação de exaltação a sua pessoa:
Ou foi o que ele imaginou que seria...
Compartilhe:
O filhote inconstitucional
Ótimo texto da Fabiana Puclineli publicado hoje em O Popular:
Ministro Roberto Barroso: “A lei é ruim demais. Não é uma daquelas situações de fronteira. A inconstitucionalidade é muito patente. Não tem por onde”.
Ministra Cármen Lucia: “O Estado de Goiás criou um filhote, um órgão na PM, com pessoal que de voluntário não tem nada, com armas, cumprindo função policial, sem concurso público e com um serviço paralelo. A inconstitucionalidade é flagrante, manifesta, acintosa”.
Ministro Marco Aurélio Mello: “O Executivo e o Legislativo se valem da morosidade do Judiciário para editar normas inconstitucionais. Estamos falando de matéria muito sensível e muito cara à sociedade. A segurança da população só pode ser prestada por quem fez concurso público”.
Ministro e relator Luiz Fux: “Em verdade, o que se tentou foi realizar um corte de gastos ou uma redução expressiva de custos relacionados à segurança pública. A lei está em contraste radical com a Constituição Federal”.
Ministra Rosa Weber: “A situação é flagrantemente inconstitucional e não pode ganhar sobrevida”.
As declarações foram na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) de quinta-feira, durante o julgamento da lei goiana 17.882/2012, que instituiu o Serviço de Interesse Militar Voluntário na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar (Simve), com contratação de 2,4 mil policiais.
Os nove ministros foram unânimes em derrubar o Simve em uma votação rápida e sem qualquer manifestação de um único pontinho de dúvida sobre o descabimento da lei. A íntegra da sessão faz parecer inacreditável o fato de a lei ter sido proposta pelo governo estadual, aprovada pela Assembleia Legislativa com questionamentos isolados e que tenha vigorado nos últimos dois anos. Faz pensar que o Estado tinha ciência de sua inconstitucionalidade – como não saber? –, mas, conforme sugeriu Marco Aurélio Mello, bancou a lei que garantia dividendos eleitorais e redução de gastos em curto prazo. No maior estilo “lá na frente, se cair, vê-se o que fazer”.
As duras declarações, ironias e risadas dos ministros durante a discussão levam à reflexão sobre dois problemas recorrentes no Estado de Goiás: a insistência de se discutir segurança pública sem aprofundamento, apontando soluções mágicas e teses mirabolantes, e uma desvalorização do concurso público flagrante na atual gestão.
É certo que se exige cada vez mais dos gestores criatividade e inovações para solucionar problemas em áreas prioritárias como a segurança pública. Mas recorrer a saídas que têm mais peso de marketing do que de eficiência e de soluções de fato, e que ainda atropelam a Constituição, é temerário e irresponsável.
Criar um “filhote” da PM totalmente fora da lei é, assim como atribuir todos os problemas da segurança pública à “frouxidão” das leis, manter na superfície a discussão sobre o setor.
A necessidade de discutir formas de financiamento, inclusive com maior participação da União, é urgente. Mas isso não passa por uma economia com salários de policiais em serviço paralelo, como parece ter sido o foco do Simve. Até porque, mesmo com o discurso de ajuste fiscal, o Estado mantém altos gastos em áreas que não são prioritárias. Cobrar mudanças no financiamento e rever as despesas seriam saídas mais adequadas.
A decisão do Supremo, cujo prazo de efeito ainda não foi estabelecido por suspensão do julgamento, forçará o Estado a rever a necessidade de concurso público para o setor - tanto na discussão da validade do atual certame, que está subjudice, como de novas seleções, já que caiu muito o efetivo das polícias em Goiás nos últimos anos.
Quem sabe a decisão também force o Estado a repensar a necessidade de planejamento de concursos - prometidos pouco antes das eleições e esquecidos depois delas. Com as organizações sociais (OSs) na saúde, contratos temporários que se renovam continuamente e outros serviços terceirizados, o Estado adota um modelo de redução de concursos que afeta outras áreas prioritárias, como a educação.
De acordo com dados do IBGE, o número de temporários teve um salto de 10 mil nos últimos três anos em Goiás. É bom lembrar que o governo prometeu cortar a metade, em meio à reforma administrativa anunciada no ano passado. Não conseguiu manter a promessa, diante da demanda. Por óbvio, é impossível tirar de uma vez 50% do pessoal sem que se tenha planejado o preenchimento das vagas por concurso.
As altas despesas com funcionalismo também precisam ser revistas nas gestões públicas, mas com planejamento e prezando a eficiência. Não de forma desorganizada, com vaivém de temporários e cortando concursos.
Ministra Cármen Lucia: “O Estado de Goiás criou um filhote, um órgão na PM, com pessoal que de voluntário não tem nada, com armas, cumprindo função policial, sem concurso público e com um serviço paralelo. A inconstitucionalidade é flagrante, manifesta, acintosa”.
Ministro Marco Aurélio Mello: “O Executivo e o Legislativo se valem da morosidade do Judiciário para editar normas inconstitucionais. Estamos falando de matéria muito sensível e muito cara à sociedade. A segurança da população só pode ser prestada por quem fez concurso público”.
Ministro e relator Luiz Fux: “Em verdade, o que se tentou foi realizar um corte de gastos ou uma redução expressiva de custos relacionados à segurança pública. A lei está em contraste radical com a Constituição Federal”.
Ministra Rosa Weber: “A situação é flagrantemente inconstitucional e não pode ganhar sobrevida”.
As declarações foram na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) de quinta-feira, durante o julgamento da lei goiana 17.882/2012, que instituiu o Serviço de Interesse Militar Voluntário na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar (Simve), com contratação de 2,4 mil policiais.
Os nove ministros foram unânimes em derrubar o Simve em uma votação rápida e sem qualquer manifestação de um único pontinho de dúvida sobre o descabimento da lei. A íntegra da sessão faz parecer inacreditável o fato de a lei ter sido proposta pelo governo estadual, aprovada pela Assembleia Legislativa com questionamentos isolados e que tenha vigorado nos últimos dois anos. Faz pensar que o Estado tinha ciência de sua inconstitucionalidade – como não saber? –, mas, conforme sugeriu Marco Aurélio Mello, bancou a lei que garantia dividendos eleitorais e redução de gastos em curto prazo. No maior estilo “lá na frente, se cair, vê-se o que fazer”.
As duras declarações, ironias e risadas dos ministros durante a discussão levam à reflexão sobre dois problemas recorrentes no Estado de Goiás: a insistência de se discutir segurança pública sem aprofundamento, apontando soluções mágicas e teses mirabolantes, e uma desvalorização do concurso público flagrante na atual gestão.
É certo que se exige cada vez mais dos gestores criatividade e inovações para solucionar problemas em áreas prioritárias como a segurança pública. Mas recorrer a saídas que têm mais peso de marketing do que de eficiência e de soluções de fato, e que ainda atropelam a Constituição, é temerário e irresponsável.
Criar um “filhote” da PM totalmente fora da lei é, assim como atribuir todos os problemas da segurança pública à “frouxidão” das leis, manter na superfície a discussão sobre o setor.
A necessidade de discutir formas de financiamento, inclusive com maior participação da União, é urgente. Mas isso não passa por uma economia com salários de policiais em serviço paralelo, como parece ter sido o foco do Simve. Até porque, mesmo com o discurso de ajuste fiscal, o Estado mantém altos gastos em áreas que não são prioritárias. Cobrar mudanças no financiamento e rever as despesas seriam saídas mais adequadas.
A decisão do Supremo, cujo prazo de efeito ainda não foi estabelecido por suspensão do julgamento, forçará o Estado a rever a necessidade de concurso público para o setor - tanto na discussão da validade do atual certame, que está subjudice, como de novas seleções, já que caiu muito o efetivo das polícias em Goiás nos últimos anos.
Quem sabe a decisão também force o Estado a repensar a necessidade de planejamento de concursos - prometidos pouco antes das eleições e esquecidos depois delas. Com as organizações sociais (OSs) na saúde, contratos temporários que se renovam continuamente e outros serviços terceirizados, o Estado adota um modelo de redução de concursos que afeta outras áreas prioritárias, como a educação.
De acordo com dados do IBGE, o número de temporários teve um salto de 10 mil nos últimos três anos em Goiás. É bom lembrar que o governo prometeu cortar a metade, em meio à reforma administrativa anunciada no ano passado. Não conseguiu manter a promessa, diante da demanda. Por óbvio, é impossível tirar de uma vez 50% do pessoal sem que se tenha planejado o preenchimento das vagas por concurso.
As altas despesas com funcionalismo também precisam ser revistas nas gestões públicas, mas com planejamento e prezando a eficiência. Não de forma desorganizada, com vaivém de temporários e cortando concursos.
Compartilhe:
27 de março de 2015
Gafes em sequência
Quem sabe, ou quem não sabe também, faz ao vivo.
Segue o vídeo que está bombando no Facebook:
- Amanda Klein.
- Tales?
- Klein.
- Sales?
- Klein.
- Clarisse?
- Klein!
Compartilhe:
Segue o vídeo que está bombando no Facebook:
- Amanda Klein.
- Tales?
- Klein.
- Sales?
- Klein.
- Clarisse?
- Klein!
Compartilhe:
Assassinato brutal em Catalão
Enquanto alguns defendem Força Tarefa para investigar pedrada na casa do prefeito, acontece o quinto assassinato em Catalão no ano de 2015. Segue a reportagem da TV Anhanguera:
João Ferreira era conhecido como “Irmão João”, membro e missionário da Igreja
Católica de Catalão, foi assassinado na noite desta quinta-feira, 26 de março,
com golpes de faca.
Segundo a Polícia Militar, o autor, Carlos Honório da Silva Junior, de apenas 19 anos, entrou na
residência da vítima e o atingiu com dois golpes de faca. Os golpes
foram certeiros, a vítima pediu por socorro, mas não resistiu aos
ferimentos e morreu no local.Vizinhos acionaram a polícia, que conseguiu prender o assassino no momento que que tentava fugir da cena do crime.
O corpo do missionário será velado na tarde de hoje, no salão que fica ao lado da Igreja Nova Matriz.
Azar contagioso
Não bastasse a falta de competência, a ausência de sorte também vem fazendo estragos na atual gestão do município de Catalão.
Num dia o prefeito avisa que as dívidas com hospitais estão em dia, no outro o Ministério Público bloqueia contas da prefeitura para assegurar o pagamento das dívidas.
Bastou o Secretário Municipal de Comunicação anunciar o apoio do Secretário Estadual de Planejamento, Thiago Peixoto, para intermediar convênios com o Ministério das Comunicações, o Ministro pede demissão.
No dia seguinte a prefeitura noticia o apoio dado ao Simve, através da disponibilização da Biblioteca Digital para o curso de formação dos soldados, e aí o Supremo Tribunal Federal julga inconstitucional o serviço, jogando por terra a contratação dos policiais temporários que iriam atuar em Catalão, mais uma parceria que não dá em nada para o município.
É muita urucubaca pra uma gestão só.
Compartilhe:
26 de março de 2015
O estranho raciocínio do Secretário do Prefeito
Ontem publiquei no blog um texto falando sobre a visita do Secretário de Comunicação da Prefeitura de Catalão, João Antônio, ao Secretário Estadual de Planejamento, Thiago Peixoto, em que critiquei o fato, justamente pelo motivo alegado: buscar apoio a parcerias com o Ministério das Comunicações (coincidência ou não o Ministro pediu demissão logo em seguida).
O texto completo está no link acima, mas em resumo critiquei o entendimento que o Secretário de Comunicação do prefeito Jardel tem em acreditar que o Secretário Estadual de Planejamento, deputado federal licenciado, poderia ajuda-lo nesse pleito, justamente pelo fato de não estar exercendo a função de deputado. Ora, nesse caso não seria melhor ir direto ao Ministério? Ou, no caso de realmente precisar de um deputado federal para intermediar o contato, procurar um parlamentar que esteja exercendo o mandato (o Vecci, que também foi apoiado em Catalão por Jardel e Gustavo Sebba)? Já que é o dinheiro do município que banca essas visitas não seria melhor otimizar os gastos e ir ao encontro de pessoas que realmente tenham condições de atender aos pleitos? Aparentemente não é o que pensa o pessoal que trabalha na prefeitura de Catalão, que defendem o caminho feito pelo Secretário Municipal de Comunicação, com o seguinte raciocínio: Thiago Peixoto é deputado federal, licenciado para exercer o cargo de Secretário Estadual de Planejamento, e poderia a qualquer momento voltar a exercer seu mandato para ajudar o colega tucano no pleito junto ao Ministério das Comunicações.
Na cabeça de quem deu essa justificativa o exercício do mandato do deputado funciona de acordo com a camisa que ele veste, sendo que de manhã usa uma para ser Secretário, na hora do almoço muda de camisa e volta a ser deputado, vai voando à Brasília, participar de uma audiência ou votação no Congresso, volta para Goiânia à tarde, troca de camisa e novamente se torna Secretário, podendo fazer isso a qualquer hora, conforme a conveniência ou a vontade de quem o procura.Necessidade de notificar Governador, Presidente da Câmara, ou mesmo o suplente, não existem. Pra quê procurar um deputado que esteja exercendo o mandato se é só pedir pro Thiago Peixoto trocar de camisa?
E ainda querem ser levados a sério...
Compartilhe:
Como acreditar nas UBSs que o Jardel promete?
Alguns podem dizer que é pessimismo, outros que é falta de fé, os que trabalham na prefeitura vão dizer que é viuvez, mas o fato é que não é mais possível acreditar no que o prefeito Jardel promete.
Hoje vou falar sobre as as prometidas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que, segundo o prefeito, irão "revolucionar" a Saúde em Catalão. Em tempos de gente morrendo por falta de ambulância e de contas bancárias da prefeitura sendo bloqueadas pela Justiça para assegurar o pagamento de hospitais conveniados é de se duvidar dessa promessa, mas a razão principal pela qual eu não coloco fé nessa conversa é outra.
Há pouco mais de um ano, especificamente no dia 6 de fevereiro de 2014, com a habitual pompa e foguetório característica dessa gestão, o prefeito inaugurou o Centro de Especialidades "Dr. Eduardo Caixeta", localizado em pleno centro da cidade, na avenida 20 de agosto, próximo ao Centro de Pediatria (esse inaugurado pelo Velomar, em 2013), com a promessa de, também, "revolucionar" o atendimento na Saúde em Catalão. Passado pouco mais de um ano o Centro de Especialidades foi desativado e o prédio onde funcionava (alugado) está sendo reformado para servir a outro inquilino.
Na época da inauguração o Centro de Especialidades foi apresentado à população como a definitiva solução para todos que precisavam de atendimento com médicos especialistas, mas que tinham de esperar muito tempo por uma consulta ou recorrer a atendimento fora da cidade. Pois bem, o Centro de Especialidades foi inaugurado no início de fevereiro, mas só foi funcionar plenamente no final de março, e por qual motivo? O Centro de Especialidades foi inaugurado SEM OS ESPECIALISTAS, não haviam médicos para atender o povo, apenas o prédio (alugado, devemos lembrar) e os equipamentos, que foi o que saiu nas fotos divulgadas, nenhum médico.
Depois que começou a funcionar era propagado pela prefeitura que o Centro de Especialidades era um serviço fantástico, oferecendo atendimento médico até às dez horas da noite e que, de março a outubro, teria atendido cerca de quatro mil pessoas. Algo realmente digno de nota, mas mal começou o ano de 2015 e o que acontece com a grande obra? É encerrada, o prédio devolvido e os médicos incorporados à rede municipal de saúde. O povo ficou se entender nada, assim como os familiares do Dr. Eduardo Caixeta, que viram o nome do patriarca dando nome a um prédio que ficou alugado por apenas um ano, uma homenagem horrível para se lembrar.
E é nesse mesmo espírito que o prefeito vem prometendo as UBSs. Propagando-as como a resposta definitiva aos anseios de todos que usam o sistema público de saúde, mas como acreditar que dessa vez dará certo se até hoje, com dois anos e três meses de gestão, não conseguiu cumprir uma única promessa que não fosse reformar e inaugurar obras feitas pelas gestões anteriores? Além disso, toda iniciativa própria da gestão fracassa, como no caso do Centro de Especialidades e no "Horário do Trabalhador" nas farmácias populares, que funcionam até às dez da noite, mas não têm remédios para entregar. Pelo histórico podemos até acreditar na inauguração das UBSs, mas como acreditar que elas irão funcionar?
Só com muita fé mesmo...
Compartilhe:
25 de março de 2015
É sério isso?!
Dizem que é preferível ver qualquer bobagem do que ser cego, mas certas coisas ofendem demais a nossa inteligência:
Sério mesmo: DEPUTADO Thiago Peixoto?!
Thiago Peixoto não é deputado. Ele mais uma vez traiu os eleitores que lhe confiaram o voto e optou por não exercer o mandato para ser Secretário do governador Marconi. E o Secretário de Comunicação da Prefeitura de Catalão não sabe disso?! Como é que sai de Catalão, recebendo diárias pagas pelo povo de Catalão, para se reunir com o Secretário de PLANEJAMENTO do Governo de Goiás para propor uma parceria com o Ministério das COMUNICAÇÕES?! Não era melhor ir direto à Brasília falar como Ministro? Que força tem um Secretário Estadual para intermediar parcerias com o Governo Federal? E se precisa de um deputado, por que não procurar o Vecci que é da base e está exercendo o mandato?
O deboche reina mesmo, ou então é incompetência, não sei o que é pior!!!
Bom, melhor ver isso do que ser cego...
Compartilhe:
24 de março de 2015
Enquanto isso, na Rua 2 de outubro...
Um motorista registra em vídeo como é que se transita com segurança pelo local:
Se bem que poderia se facilmente confundida com qualquer rua de Catalão...
Discutindo política em Catalão
Uma singela charge que ilustra como é o nível da discussão política em Catalão se um dos interlocutores for ferrenho defensor das ações do prefeito:
Compartilhe:
23 de março de 2015
Quem comprou mesmo a Rádio Liberdade?
O texto a seguir, falando sobre a venda da rádio Liberdade FM, eu li no Blog do Mamede e, por acreditar que faz uma ótima análise da situação, compartilho aqui no blog:
E a disputa pela comunicação em Catalão? Quem não comunica se trumbica?
Gente boa do Blog, quem reside em Catalão e é um pouco plugado sabe que por aqui o período eleitoral não acaba nunca, passam se as eleições, e as disputas políticas continuam e podem ser vistas em vários aspectos, um deles que veio á tona esses dias foi na comunicação. Vamos aos fatos:
A Rádio Liberdade FM, que está no ar há aproximadamente 28 anos foi vendida para um grupo de compradores, vários empresário, comerciantes, advogados, todos ligados ao PMDB, entre eles, claro, consta que estão também o deputado estadual Adib Elias e o vereador Deusmar Barbosa.
Mas porque tanto interesse em adquirir uma emissora de rádio? Deve-se perguntar os menos ligados, se do ponto de vista financeiro não é algo tão atraente assim, se fosse o grupo familiar que detinha seu poder há décadas não venderia, que mesmo fazendo mudanças na forma de gestão, até com contratação de assessoria especializada em administração de veículos de comunicação, a emissora não conseguiu sair do vermelho, vale ressaltar que comunicadores que trabalhavam na emissora há anos acabaram sendo demitidos por contenção de gastos, mas mesmo com tantos problemas administrativos e uma folha de pagamento alta e vários acertos trabalhistas a fazer, à emissora foi disputada a ferro e fogo por dois grupos políticos catalanos, nem precisa dizer que o prefeito Jardel Sebba via emissários tentou adquirir a rádio e o deputado estadual Adib Elias, da mesma forma, eles se esbarraram em mais essa disputa, com vitória para os aliados ao deputado.
O PMDB de Catalão começa a melhorar na performance comunicação, muitos devem se lembrar que esse foi um dos calcanhares de Aquiles da administração de Velomar Rios, bom prefeito, honesto, centrado, daqueles que não mata a mãe pelo poder e que desde o começo de seu mandato sabia das dificuldades e dos desafios, mas mesmo em meio a muita pressão, não perdeu as responsabilidades e terminou o mandato de cabeça erguida, mas que não comunicou de forma ágil e muito menos política sua administração, apenas foi técnico nas questões da comunicação e aí acabou “trumbicando” e sendo apontado erroneamente como um dos culpados pela derrota de Adib Elias para Jardel Sebba.
Assim, mesmo ficando 12 anos a frente da administração do município, e torrando todas as verbas publicitárias legais, o partido não adquiriu ou fundou nenhum meio de comunicação, rádios, jornais, sites, e televisão, todos trabalharam e serviram ao partido e as suas administrações, mas nenhum foi adquirido ou montado por eles, tudo muito diferente dos adversários, o prefeito Jardel Sebba, que cansou de apanhar dos meios de comunicação patrocinados pelos PMDBistas, tratou logo de adquirir via esposa várias ações da Rede de Rádio Sucesso, campeã de audiência na região, vários jornais só existiam e ainda existem com o beneplácito de Jardel, da mesma forma para se combater alguns blogs que se destacavam na criticas a ele, alguns outros foram criados e patrocinados e inclusive passaram a receber boas verbas publicitárias para simplesmente comunicarem várias ações da prefeitura.
Dessa forma, até então Jardel Sebba vencia Adib também na comunicação, o que deverá mudar de forma substancial com a aquisição da emissora Liberdade FM pelos PMDBistas.
Nessa disputa, vale ressaltar que o ex-prefeito Rodrigão, agora inimigo político do prefeito, também foi esperto e tratou de se armar também, aumentando o “laranjal” nesse negócio de compra de meios de comunicação, conseguiu achar alguns sindicalistas para assumirem o comando de uma das emissoras comunitárias da cidade, assim ele, Rodrigão, também passou a ter não somente a informação de seu lado, mas a formação que nesses casos se tenta fazer na cabeça dos ouvintes, apesar que o vice prefeito está esquentando para outro comer, como se diz no ditado popular.
Pois bem, o PMDB está corretíssimo ao aumentar seu poder de fogo, uma emissora do porte de uma Rádio Liberdade, com alcance regional, pode até não render muito do ponto de vista econômico, mas politicamente falando, é o que todo político precisa para se gabaritar mais para querer assumir o comando político do município.
Nesse sentido, podem apostar, que a disputa pela notícia em Catalão ganhará novos vieses, e neles a força política eleitoral do PMDB ficará mais robusta.
Aguardemos os próximos capítulos!!!Mas como perguntar não ofende, por que será que mesmo recebendo uma oferta financeira maior, a família Rodrigues de Paula preferiu vender por um valor menor justamente para os PMDBistas? Claro que precisamos ressaltar, a emissora era deles, eles podem vender para quem quiser e ninguém tem nada haver com isso, até porque quem sentia o calo apertar eram eles.
Compartilhe:
22 de março de 2015
Um filme para assistir no Dia Mundial da Água
Flow é um documentário que
retrata a degradação e desertificação de uma cidade devastada após
a instalação de uma fábrica da Coca-Cola.
"Milhares de pessoas vivem sem amor. Mas não sem água", diz a frase na abertura de Flow. No Dia Mundial da Água, assistir Flow é dar um mergulho nessa questão da qual depende nosso futuro como humanidade. Bom filme.
Compartilhe:
Beijos são gestos de amor*
O último capítulo da novela Império exibiu um parricídio: José Pedro (Caio Blat) matou o próprio pai José Alfredo (Alexandre Nero), com quem disputou poder e dinheiro. Este é “o crime mais bárbaro da humanidade”, disse o pai antes de morrer. A cena é chocante por mostrar mais que um cruel assassinato, mas a tragédia de uma família desestruturada, que nunca se uniu pelos laços do amor, mas se desmantelou pela ganância e pela inveja.
O parricídio não é invenção do folhetim. A ficção busca inspiração na vida real e já produziu um dos maiores clássicos da humanidade, Édipo Rei, tragédia grega escrita por Sófocles por volta de 427 a.C. , que conta a história do rei que mata o pai e casa-se com a mãe.
Apesar de ser este o “crime mais bárbaro da humanidade”, os defensores da família, da tradição e dos costumes não fizeram nenhum movimento ou protesto contra o parricídio da novela Império. No entanto, religiosos, tradicionalistas e a já barulhenta Frente Parlamentar Evangélica protestaram contra o beijo das personagens Estela (Nathalia Timberg) e Tereza (Fernanda Montenegro), duas senhoras octogenárias, na nova novela Babilônia.
O Brasil acredita ter um povo ordeiro e pacífico, uma mentira repetida à exaustão que se transformou “verdade”. O brasileiro é, na realidade, violento, pois nenhum país alcança os mais altos índices de assassinato por grupo de 100 mil sendo ele pacífico.
Na vida real histórias de violência doméstica são tão comuns que casos como de Suzana Richthofen, que ajudou a matar seus pais, ou do publicitário Gil Rugai, condenado pelo assassinato do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta já se banalizaram.
A desestruturação familiar está na raiz do aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas, em especial do álcool e do crack, este já uma epidemia. A polícia atribuiu o aumento de homicídios ao crescimento do consumo de drogas, mas o mesmo não acontece com outros países que também registram alto número de dependentes químicos.
A população carcerária do Brasil cresceu 630%, de 90 mil para 567.655 presos, de 1990 a 2014, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. Isso desmistifica que se prende pouco no país e que por isso a violência não diminui. Se o número de prisão fosse inversamente proporcional ao da redução da violência o Brasil viveria em paz não em guerra.
A desestruturação das famílias é, sim, um grave problema social, mas não surgiu do “modismo”, como a Frente Parlamentar classifica o beijo gay. Um beijo, seja ele qual for, é um ato de amor e esse gesto não provoca destruição ou violência.
O que destrói é o desamor, a inveja, a ganância, o preconceito, a intolerância. E não adianta querer proibir ou boicotar novela, pois ela apenas repete a realidade. E mesmo que isso fosse possível ninguém conseguiria “desligar” os beijos gays do mundo real.
O parricídio não é invenção do folhetim. A ficção busca inspiração na vida real e já produziu um dos maiores clássicos da humanidade, Édipo Rei, tragédia grega escrita por Sófocles por volta de 427 a.C. , que conta a história do rei que mata o pai e casa-se com a mãe.
Apesar de ser este o “crime mais bárbaro da humanidade”, os defensores da família, da tradição e dos costumes não fizeram nenhum movimento ou protesto contra o parricídio da novela Império. No entanto, religiosos, tradicionalistas e a já barulhenta Frente Parlamentar Evangélica protestaram contra o beijo das personagens Estela (Nathalia Timberg) e Tereza (Fernanda Montenegro), duas senhoras octogenárias, na nova novela Babilônia.
O Brasil acredita ter um povo ordeiro e pacífico, uma mentira repetida à exaustão que se transformou “verdade”. O brasileiro é, na realidade, violento, pois nenhum país alcança os mais altos índices de assassinato por grupo de 100 mil sendo ele pacífico.
Na vida real histórias de violência doméstica são tão comuns que casos como de Suzana Richthofen, que ajudou a matar seus pais, ou do publicitário Gil Rugai, condenado pelo assassinato do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta já se banalizaram.
A desestruturação familiar está na raiz do aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas, em especial do álcool e do crack, este já uma epidemia. A polícia atribuiu o aumento de homicídios ao crescimento do consumo de drogas, mas o mesmo não acontece com outros países que também registram alto número de dependentes químicos.
A população carcerária do Brasil cresceu 630%, de 90 mil para 567.655 presos, de 1990 a 2014, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. Isso desmistifica que se prende pouco no país e que por isso a violência não diminui. Se o número de prisão fosse inversamente proporcional ao da redução da violência o Brasil viveria em paz não em guerra.
A desestruturação das famílias é, sim, um grave problema social, mas não surgiu do “modismo”, como a Frente Parlamentar classifica o beijo gay. Um beijo, seja ele qual for, é um ato de amor e esse gesto não provoca destruição ou violência.
O que destrói é o desamor, a inveja, a ganância, o preconceito, a intolerância. E não adianta querer proibir ou boicotar novela, pois ela apenas repete a realidade. E mesmo que isso fosse possível ninguém conseguiria “desligar” os beijos gays do mundo real.
*Por Cileide Alves, em O Popular, de 22 de março de 2015.
Compartilhe:
21 de março de 2015
Sugestões de protestos para fazer o prefeito agir
Uma coisa ninguém pode negar: o prefeito Jardel respeita as redes sociais.
Bastou um criativo protesto feito por moradores próximos a um enorme buraco na avenida José Marcelino, no bairro Castelo Branco próximo a escola Rita Bretas, circular no Facebook e nos blogs da cidade para que no dia seguinte o problema fosse resolvido, após quase três meses de sofrimento de moradores e condutores que por ali transitavam. Segue as imagens do antes e do depois da pescaria:
19 de março - Pescaria de pneu em buraco formado há quase três meses |
20 de março - Buraco tampado 24 horas após a imagem acima circular no Facebook |
Qual a lição que tiramos disso? Que a prefeitura só age se houver pressão, em especial nas redes sociais, então vamos protestar de forma criativa e que repercuta.
Compre tinta branca e circule os buracos de sua rua. Combine com os vizinhos de pagarem o IPTU e depois façam uma fogueira com os carnês no meio da rua. Sinalize os buracos cheios d'água com placas de proibido pescar e nadar. Vista-se de mosquito da dengue e vá aos lotes baldios recolhendo recipientes cheios de larvas. Coloque uma onça de brinquedo no matagal perto de sua casa e saia correndo. Faça um bolo de aniversário para o poste sem luz de sua rua, amarre bexigas, acenda velas e cante parabéns pra você. Pegue aquela foto do Gustavo Sebba com uma foice e faça uma montagem com ele limpando os matos nos canteiros da cidade. Fotografe, filme, chame e tv e divulgue tudo na rede. A solução chegará na mesma velocidade do compartilhamento.
Jardel não se importa com a opinião pública catalana, é verdade, mas esse tipo de ação repercute por todo o estado (até pelo país) e ele não suporta a ideia de que seus amigos ricos de Goiânia e do Rio de Janeiro saibam que a cidade que ele administra está um caos.
Em tempo: parabéns aos moradores que fizeram a pescaria de pneu, todos que tinham que desviar daquele buraco agradecem.
Compartilhe:
20 de março de 2015
Mineração devasta Catalão
Compartilho a seguir um interessante texto publicado na última segunda-feira, dia 16 de março de 2015, no site Brasil de Fato, que levanta algumas questões preocupantes acerca da relação entre a atividade mineradora em Catalão, os crescentes casos de câncer em nossa cidade e o impacto na qualidade do solo e das águas, conforme pesquisa feita pela Universidade Federal do Mato Grosso. Ao final, compartilho um Twitte do nosso prefeito que coloca uma pulga atrás da orelha de quem se animou com a informação, divulgada com bastante alarde pela prefeitura, de uma autuação de 28 milhões de reais sofrida pelas mineradoras pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Confira:
Mineração devasta Catalão
A cidade de Catalão – cerca de 260 km da capital Goiânia – vem sofrendo um colapso social em várias áreas por conta da mineração. Falta de água, poluição do ar e aumento de casos de câncer são apenas alguns dos problemas que estão afetando a população da cidade.
Com seu subsolo rico em níquel, nióbio, fosfato e os chamados minerais de terras raras, Catalão tem olhado a riqueza ser extraída pelas empresas Anglo American e Vale Fertilizantes. Em troca, recebe apenas o prejuízo desse processo.
No campo, a população idosa tem sido a mais afetada pela mineração. Muitas famílias centenárias estão sendo expulsas de seus territórios por conta da expansão das atividades das mineradoras.
Ademais, os proprietários rurais têm vivido constantemente com a problemática da deterioração do solo, da seca de suas nascentes, riachos e fontes hídricas que acarretam a impossibilidade da agricultura e a morte de animais. Isso sem mencionar o risco de transbordo de barragem de rejeitos das mineradoras e a destruição de florestas nativas.
Na cidade, a poluição do ar, que inclusive passou a ser chamado de “cheiro de barata” toma conta de parte dos bairros ao entardecer.
Diante desse cenário a Anglo e a Vale se defendem com falácias culpando a falta de chuva pela escassez de água e se esquivando das responsabilidades das partículas poluidoras lançadas no ar de Catalão.
Visita
A casa de dona Glória na zona rural de Paraíso do Alto está ajeitada, café feito, toalha de mesa aprumada. Típica casa hospitaleira da roça quando vai receber visita. Numa tarde quente do interior goiano, chegam quatro funcionários da Anglo American: dois geólogos especialistas em hidrologia vindos de Belo Horizonte, um geólogo da empresa de Catalão e um jornalista. Escutam atentamente as reclamações da comunidade sobre o problema de falta de água e soltam, no mesmo momento, a razão da crise hídrica na cidade de Catalão e Ouvidor.
Segundo os funcionários, a dificuldade pela pouca água, que antes corria em abundância pelos rios e córregos da região, faz parte de uma crise mundial do recurso hídrico e pela falta de chuva que acomete a zona rural goiana.
Depois de muitos tapinhas nas costas e sorrisos sorrateiros, os funcionários da Anglo se despedem com ar de missão cumprida.
Entretanto, a Anglo American esqueceu que, em Catalão, desde 1913, existe uma estação que monitora o volume de chuvas que cai na região. Diante da desculpa sem nexo da mineradora, pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram verificar as informações contidas no aparelho de medição.
“Com base no que os funcionários da Anglo falaram, fomos pesquisar os dados e fizemos uma tabulação. O resultado é que, há cem anos, temos o mesmo volume de chuvas, uma média anual de mil e quatrocentos milímetros de água”, revela o geógrafo e presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), seção Catalão, Gabriel Melo Neto.
Para o professor, a mineradora tentou ludibriar a população. “Não tem nada a ver a falta de água com pouca chuva e o argumento que o problema de Catalão e Ouvidor tem a ver com uma dinâmica mundial cai por terra, pois nós temos uma quantidade de chuva que se mantém ao longo dos anos”, completa.
O secretário municipal de Meio Ambiente aponta a verdadeira problemática. “Há um indicativo de que a forma de trabalho das mineradoras com escavação de mais de cem metros de profundidade altera a qualidade da água dos mananciais e a quantidade de água da região, como é o caso, por exemplo, do que ocorre no entorno da mina Boa Vista explorada pela Anglo American”, esclarece.
O secretário aguarda um estudo hidrológico da região solicitado junto ao Ministério Público para conclusões mais exatas sobre a escassez de água em Catalão.
Reinventar a vida?
A mineração em Catalão também tem imposto a um campesinato envelhecido uma reinvenção de vida quase impossível, como morar e trabalhar na cidade. É o caso do senhor Antônio, da comunidade do Alto Paraíso na região de Ouvidor.“Meu avó nasceu aqui, meu pai herdou a área e eu e meus irmãos todos fomos criados aqui, e eu permaneci aqui até hoje, mas estou vendendo minha terra para Anglo American”, conta.
Quase aos 80 anos e com uma história familiar de aproximadamente dois séculos sobre seu território, Antônio se prepara para se despedir do local.“Não tenho mais água potável, tenho que trazer da cidade, só esse ano já perdi 11 cabeças de gado com a seca na minha propriedade rural. Não tem mais como viver aqui”, desabafa.
Antônio, que conheceu de perto todas as nascentes, riachos e córregos de Paraíso do Alto divide a vida em antes e depois da mineração.
“Depois das mineradoras é que a vida começa a mudar aqui, pois acabam as águas, diminuiu muito os córregos para pesca, as cachoeiras que embelezavam o lugar eram cheias de lambari, bagre. Acabou tudo”, lamenta.
Se a perfuração do lençol freático e o intensivo uso de água na atividade de mineração tem determinado o fim da água da comunidade de Paraíso do Alto, por outro lado, outras tantas famílias da zona rural tem sofrido com a inundação, devido à mudança de curso de rios e transbordamento das barragens de rejeitos.
É o caso dos trabalhadores rurais de Mata Preta. O rio da propriedade do senhor Agripino sofreu uma cheia por conta das mudanças ambientais causadas pela atuação da Vale Fertilizantes, que vem modificando drasticamente o meio ambiente da região.
“Matou todas as árvores que tinha ao redor do rio, minha plantação afogou em meio a tanta água, além da contaminação dos rejeitos da Vale que têm vazado para cá”, explica.
No seu vizinho, o gado vive morrendo em meio a um atoleiro misturado de lama e rejeito da Vale. A paisagem é de um imenso lago sujo que parece que vai engolir a casa do sítio e o curral a qualquer momento.
“Ser vizinho de mineração é uma desgraça, olha só esse mar de sujeira avançando sobre a criação de minha propriedade”, reclama Firmino apoiado numa bengala.
A dúvida dele é a de todos: “Para onde vou? Aqui, daqui um tempo, não vai dar mais! Para cidade? Nunca vivi lá, aqui alimento da minha terra e lá na cidade? Vou fazer o quê? Já estou velho demais para ser importunado por uma mineradora, quero paz!”.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Catalão (SEMMAC) em 24 propriedades rurais constatou que o principal problema é a escassez e poluição da água, muito barulho e poeira provocada pelas mineradoras.
O secretário Marcelo Mendonza demonstra preocupação com os casos de inundações agrícolas provocados pelas mineradoras. “Existe uma grande quantidade de lagoas de rejeitos, que contaminam muito, alagam propriedades, mas infelizmente não sabemos exatamente quantas lagoas foram feitas pelas empresas nesses últimos anos”, relata.
Mineradoras multadas
Se no campo, a mineração tem determinado a morte do ciclo da vida de uma população centenária de Catalão e Ouvidor, na cidade os terminais industriais da Anglo e da Vale têm jogado nos pulmões dos catalanos impurezas nada saudáveis.
Situação que levou as mineradoras a serem notificadas no dia 27 de fevereiro para pagarem uma multa no valor de R$ 28 milhões. De acordo com a SEMMAC, ambas as empresas seriam as responsáveis pela poluição que em Catalão já foi apelidada de “cheiro de baratas”.
As investigações vêm do ano passado, quando a população chegou a denunciar o caso ao Ministério Público, que desencadeou o processo. À época, os técnicos chegaram à conclusão de que a poluição atingia certas regiões do município, de acordo com o vento e sua intensidade.
O mau cheiro é sentido principalmente em bairro mais altos, como Ipanema, Margon e em parte do Nossa Senhora de Fátima.
A Vale Fertilizantes foi autuada em R$ 10 milhões pela poluição atmosférica. Já a Anglo, de acordo com a SEMMAC, foi autuada em R$ 10 milhões pela poluição e mais R$ 8 milhões por poluição gerada na mina Boa Vista, em que, de acordo com o documento, emite partículas quatro vezes mais do que o permitido.
Este mês, a Anglo recebeu outra notificação. Dessa vez, aplicada pelo Ministério Público, que em ação civil pública, propôs multa de R$ 5 milhões por danos ambientais, na construção de uma represa de contenção.
“Nós conseguimos mapear e comprovar que essa poluição atmosférica tem origem no polo minero-químico da Anglo e da Vale”, assegura o secretário Marcelo Mendonça.
Câncer
A contaminação do ar e do solo levou Catalão, segundo estudos realizados pelo Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a ser a cidade com maior incidência de câncer no estado de Goiás.
A pesquisa, ao analisar os prontuários médicos do sistema público de saúde da cidade entre os anos de 2005 e 2006, identificou que a doença majoritariamente se localiza nos órgãos do sistema respiratório e digestivo.
“As notificações de neoplasias malignas do sistema respiratório passaram de 1,5% em 2005 para 11,5% em 2006. Quanto ao sistema digestivo, a prevalência passou de 10% em 2005 para 16,5% em 2006”, aponta a análise.
Na conclusão, o documento afirma: “A epidemiologia do câncer no município de Catalão, Goiás, sugere associações entre as atividades econômicas desenvolvidas na cidade, como a mineração e a agropecuária, e a prevalência de tumores localizados no sistema respiratório e digestivo”.
Para o geólogo e presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), seção Catalão, Gabriel Melo Neto, o estudo mostra a despreocupação das mineradoras com as populações do campo e da cidade de Catalão e Ouvidor.
“As mineradoras estão envenenando a água e o solo, portanto, estamos comendo comida contaminada, além do ar que respiramos, que está cheio de partículas inadequadas para população, por isso, a incidência de câncer no pulmão e no estômago do catalano.”
Há alguns dias atrás foi divulgado com alarde pela Prefeitura de Catalão que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente fez "algo nunca feito nas gestões anteriores" que foi autuar as mineradores pela poluição causada por suas atividades. Sem dúvida, assim que a reportagem do Brasil de Fato se tornar mais comentada na cidade o trecho abaixo vai ser destacado em propaganda de rádio, tv e internet, como exemplo de medidas corajosas tomadas para resguardar a saúde do povo:
Situação que levou as mineradoras a serem notificadas no dia 27 de fevereiro para pagarem uma multa no valor de R$ 28 milhões. De acordo com a SEMMAC, ambas as empresas seriam as responsáveis pela poluição que em Catalão já foi apelidada de “cheiro de baratas”.
Seria realmente um alento, afinal já não é possível recuperar o meio ambiente degradado e a saúde de quem já ficou exposto por mais de 30 anos às atividades poluentes, ao menos seria uma garantia de que os responsáveis seriam punidos. Pena que essa informação tenha que ser visto com um pé atrás, afinal como acreditar na seriedade dessa medida se num dia a Prefeitura multa as empresas em 28 milhões e no outro um dos diretores multados se encontra com o Prefeito e o Secretário de Meio Ambiente?
É o equivalente ao lobo encontrando-se com os porquinhos após ameaçar derrubar a casinha deles: "Eu vou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar, mas antes vamos nos encontrar para a um acordo podermos chegar".
Ou não, afinal são relações republicanas de um prefeito com as empresas que atuam na cidade. Algo perfeitamente normal, ético e cabível nessa situação, sem possibilidade de nenhum conflito de interesse ou favorecimento de nenhuma parte.
Ganha um perfume com cheiro de barata quem acreditar de verdade nessa história.
Compartilhe:
Marcadores:
Atividade Nociva,
Impactos Ambientais,
Meio Ambiente,
Mineração,
Mineração devasta Catalão,
Poluição atmosférica
Local:
Catalão - GO, Brasil
19 de março de 2015
Enquanto isso, no bairro Castelo Branco...
Moradores encontram uma inusitada utilidade para um gigantesco buraco na avenida José Marcelino, no bairro Castelo Branco: Pescaria de Pneu!
Confira o vídeo:
Detalhe: o trecho da avenida José Marcelino que passa pelo bairro Castelo Branco foi totalmente recapeado com o asfalto vindo da parceria com o Governo do Estado no final do ano passado, mas aparentemente a qualidade do produto deixa a desejar, pois enormes crateras já se formaram no início deste ano, com destaque para esta localizada próximo a escola Rita Bretas, que na noite de hoje, 19 de março, serviu para pescaria de pneus.
Um bem humorado protesto dos moradores do local, cansados de tanto descaso e deboche do Governo da Parceria que resolveram transformar o buraco, que já toma as duas vias da avenida, em um local de pesca das rodas quebradas que os carros deixam ao passar pelo local, com direito a cadeira, ventilador e até a vegetação da beira do rio.
Segue algumas imagens do protesto:
E para quem acha que amanhã esse buracão estará tampado, segue um twíte do prefeito para desanimar:
Até abril, pessoal!
Compartilhe:
Padre Luiz Augusto e o noivado com o vil metal
Hoje, 19 de março de 2015, o jornal O Popular noticiou que o padre Luiz Augusto Ferreira, funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás (há 20 anos recebe 11 mil reais por mês sem trabalhar) confessou à Polícia Civil que gastou o dinheiro recebido durante todo esse tempo, contrariando o primeiro depoimento em que afirmou que não teria tocado num único centavo do salário recebido ilegalmente nesses 20 anos.
O padre teria confessado também que não tentou pedir demissão em nenhum ocasião durante todo esse tempo, mudando a versão inicial em que teria tentado pedir demissão ao menos por oito vezes, todas negadas pelos diversos presidentes da casa em cada uma das ocasiões.
Confesso que fiquei impressionado com a cara de pau do padre, que mesmo pego em flagrante delito ainda insiste em manter o emprego na Assembleia e a batina, pois não vê nada de mais em receber 2 milhões de reais sem trabalhar. Não sei ao certo, mas acho que receber sem trabalhar não deve ser uma atitude condizente com os votos feitos por alguém que optou por servir Deus e a Igreja Católica. Tenho certeza que não é compatível com o direito administrativo e a ética no serviço público e que a atitude esperada de alguém flagrado em tal situação seria o pedido de demissão e a devolução dos valores recebidos indevidamente, mas o padre parece não pensar assim (por se julgar acima da lei dos homens, quem sabe?).
Mas talvez o amor do padre Luiz Augusto pelo vil metal seja maior do que sua devoção à Santa Madre Igreja (e à Deus e aos fieis que ainda lhe depositam fé), já que não é a primeira vez que é pego com as calças curtas fazendo algo que não condiz com a conduta de um representante de Deus e insiste em não ver nada de errado nisso, conforme o texto abaixo, publicado em fevereiro de 2013 no blog do jornalista Rosenwal Ferreira, que já denunciava a preferência do padre por aqueles que tem mais dinheiro em detrimento dos que sofrem, uma atitude nada cristã, ainda mais para um padre. Confira:
Padre Luiz Augusto e o noivado com o vil metal
Como se fosse uma vela acessa a derreter parafina, o Padre Luiz Augusto se desmorona aos poucos mostrando que a cúpula da Igreja Católica estava certa em frear seus arroubos. Sob o manto do bom cristão, e com uma oratória capaz de arrebatar corações, ele foi tomando gosto na arte de encher as tulhas de sua paróquia com o capim do capitalismo selvagem. Com o foco no vil metal, mesmo que direcionado a bons propósitos, se enriqueceu de amigos endinheirados tornando-se, por excelência e de propósito, um pop star entre os ricos e famosos.
Fiel ao estilo capaz de paparicar quem possui gaita para tocar o que dá na telha, ele foi um dos primeiros a visitar, na delegacia, o empresário Maurício Sampaio, apontado como principal suspeito de ser o mandante do assassinato de Valério Luiz, o radialista. Nada de errado com o gesto. Até acho que o soberbo milionário, dono de cartório, emissora de rádio, fazendas e centenas de propriedades, é uma alma amargurada que precisa de conforto. Sobretudo se for comprovada sua diabólica participação num crime com tamanha crueldade e covardia.
O desconforto é que o Padre nunca foi de rezar o terço junto às figuras envolvidas em delitos de sangue. Ao que tudo indica Maurício Sampaio é de uma casta que merece expedita ação do pregoeiro da Santa Sé. Imagine deixar ao léu das grades uma ovelha capaz de assinar cheques e doações capazes de balançar crucifixos? Deus nos livre de tamanha heresia. Deve ter raciocinado o Padre dos podres de rico e dos ricos que se fazem podres.
Mesmo sendo amigo de santos que se invoca de joelhos, Padre Luiz não teve proteção e acabou esbarrando, na porta do Distrito Policial, com o sofrido Mané de Oliveira que ainda carrega no peito o coração inerte e ensanguentado do filho executado a sangue frio. Com olhar dilacerado pela dor, Mané ainda encontrou forças para cravar uma indagação visceral: “Padre, o senhor não foi rezar no enterro do meu filho!” Pobre Mané, diria Carlos Drummond, a algibeira da família dele não é das que atraem as batinas do Padre Luiz.
De qualquer forma, tudo indica que o poderoso Maurício Sampaio vai precisar mais do que missas encomendadas para se livrar da canga que lhe pesa os ombros. É fato que seu quarteto de advogados é um vulcão que jorra poderes e influências que somente as grandes fortunas conseguem ajuntar no mesmo curral. É por isso que mesmo no sufoco ele sorri com indisfarçável ironia. Felizmente os tempos são outros. A investigação policial não se curva aos barões da dinheirama, o judiciário se firma como um poder acima das nobrezas que pensam controlar a tudo e a todos, a imprensa continua livre e as redes sociais representam um extraordinário papel. Como se não bastasse, a justiça divina não reza na mesma cartilha do Padre Luiz. Na bíblia está escrito: “vinde a mim os mansos e humildes de coração.” Sugiro ao Padre Luiz, a quem já tive a oportunidade, no passado de elogiar e admirar, que releia as escrituras no tocante aos ricos...
E quem contribuiu com essa prática criminosa do padre Luiz Augusto ao longo desses 20 anos não pode ser diferente dele, afinal "Dize-me com quem andas que te direis quem és".
Explica muita coisa que acontece em Catalão hoje...
Compartilhe:
Marcadores:
Assembleia Legislativa Goiás,
Cara de pau,
Desculpas Esfarrapadas,
Padre fantasma,
Padre Luiz Augusto,
Vergonha
Local:
Catalão - GO, Brasil
Política e mídias: precisamos aprender mais
Em tempos de manifestações que juntam milhares de pessoas, ao mesmo tempo, em várias cidades do país, organizadas principalmente através das redes sociais, convém ler o texto abaixo, de autoria de Rogério Borges, publicado hoje, 19 de março, no jornal O Popular, especialmente para compreender a dinâmica deste universo virtual e saber como usa-lo para o bem:
Política e mídias: precisamos aprender mais
Em tempos de manifestações convocadas pelas redes sociais, política e novas mídias e tecnologias estão na boca do povo. E nos smartphones, nos celulares, nos computadores de casa, do trabalho... A explosão de novos meios de comunicação, com suas ferramentas de incrível agilidade, deu outra dinâmica a muitos aspectos da vida, incluindo aos debates sobre o País, às formas de interação com os acontecimentos à nossa volta, aos acessos à informação e às oportunidades de opinar.
Há, no entanto, um sombra a pairar sobre esse contexto. Ao mesmo tempo em que mais e mais gente debate política, contesta governos, reclama da corrupção – o que é ótimo –, há também um aumento exponencial de manifestações de ódio, de xingamentos trocados entre aqueles que divergem sobre um tema, de discursos que idolatram o retrocesso – o que é preocupante.
Os protestos dos últimos dias contra a presidente Dilma Rousseff deram mais uma demonstração de que o civismo pode caminhar, muitas vezes, acompanhado de perto da desinformação. Muita gente ainda acha que se houver o impeachment da presidente, quem assume é o candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, o tucano Aécio Neves, algo que não é verdadeiro. E até mesmo conversando com vários amigos que foram às ruas no último domingo, muitos me disseram que não pediam a queda da presidente e sim uma reforma política. Eles, porém, engrossaram um protesto coordenado por movimentos que querem, sim, o impeachment e já articulam idas a Brasília para trabalhar por esse objetivo. A mesma falta de sintonia de intuitos pode ser constatada na internet, onde as expressões mais exaltadas são numerosas e não falta quem defenda, sem pudores, um golpe militar, que alguns chamam de constitucional, como se isso existisse.
O que se vê, em larga medida, é a união entre o desconhecimento sobre as engrenagens políticas do País – denotado, entre outros sintomas, pela crença de que todos os problemas se resumem a uma pessoa ou a um partido político, ignorando (talvez propositalmente) que há outros atores envolvidos nos problemas que enfrentamos, como o Congresso Nacional – e um uso nem sempre muito comedido das novas mídias, onde esses equívocos encontram amplo espaço para se expandirem. E qual seria a solução? O que fazer para minimizar os efeitos de mistura tão nefasta?
Está sendo estudada uma reforma do currículo escolar do ensino médio, algo que devemos acompanhar de perto. Não seria o caso de incluir disciplinas que pudessem formar melhor nossos jovens tanto sobre nossa história política e de como ela se desenvolve atualmente, dizendo exatamente qual poder é responsável pelo quê, o que significa uma eleição, como são os sistemas políticos em outros países em comparação com o nosso? Ao mesmo tempo, não seria interessante uma educação para as mídias, em que fossem debatidos, entre outros temas, questões sensíveis, como as expressões de ódio e preconceito nas redes sociais, como encontrar informações confiáveis, como não compartilhar e ajudar a divulgar bobagens, boatos e mentiras?
Não proponho nenhum tipo de doutrinação político-partidária ou qualquer modalidade de censura na comunicação, mas acho que deveríamos todos nós – adultos, jovens, crianças – ter uma dimensão melhor das responsabilidades que assumimos ao defender uma postura política e como podemos usar com maior sabedoria as novas tecnologias de informação. Acho que todos ganharíamos e, certamente, teríamos menos pessoas defendendo golpes, menos ofensas e mais argumentação, menos violência e ignorância virtual e mais respeito mútuo. Infelizmente, o quadro hoje é o de confrontação, não de diálogo.
Gostei bastante deste texto, pois acho que serve bem para todos que se manifestam politicamente na rede (quase todo mundo) e especialmente para os catalanos que elegeram o Facebook como campo de batalha, sem nenhuma ética e com um exército de fakes dispostos a explodir toda e qualquer relação de boa convivência apenas para agradar seus senhores, que na maioria dos casos nem sabe que eles existem ou se portam de maneira tão agressiva.
Compartilhe:
Assinar:
Postagens (Atom)