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Pensamentos aleatórios

21 de fevereiro de 2013

O sonho de Jardel


"Eu Tenho um Sonho" (em inglês: I Have a Dream) é o nome popular dado ao histórico discurso público feito pelo ativista político estadunidense Martin Luther King, no qual falava da necessidade de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro.

"Meu sonho é a reeleição de Marconi", declaração do prefeito de Catalão, Jardel Sebba, hoje no Diário da Manhã, sobre a maior meta de seu mandato a frente da Prefeitura de Catalão.

Matéria no Diário da Manhã, de hoje, 21 de fevereiro

Sem querer fazer comparação entre os personagens e o contexto histórico das declarações, mas tendo o DM destacado no título a frase mais marcante da matéria sobre a visita de Jardel ao jornal, e esta conter a palavra sonho, não deu para resistir em fazer esse paralelo e destacar a diferença entre o sonho de um político e o sonho de um histórico ativista dos direitos humanos. 

Este, no entanto, não é o mote desta postagem. Quero aqui apenas destacar minhas impressões sobre a visita de Jardel ao DM (talvez para aparar as arestas e saber o porquê de tantas notinhas negativas nos últimos dias), sendo que, a partir do sugestivo título da matéria, é possível imaginar para onde caminhará a gestão da Prefeitura nos próximos dois anos. Destaquei em vermelho os trechos que me chamaram mais a atenção, esmiuçados a seguir:

1º - Destaque, é claro, para o "Recupera Catalão", que, segundo o prefeito, recuperou a imagem e a auto-estima da cidade e em apenas em 14 dias (até o Rodrigão foi mais humilde, disse que foi em 30 dias). O estranho é que o programa "recuperou" apenas os canteiros das avenidas e principais ruas de cada bairro, assim como o asfalto, mas isso é culpa da chuva, é claro; 

2º - Ressaltou que o momento é de olhar para frente, mas aparentemente esqueceu de passar essa orientação para seus Secretários e Assessoria de Imprensa, já que todos os comunicados da prefeitura mencionam negativamente as gestões anteriores (sempre como justificativa para não se conseguir realizar alguma coisa);

3º - Salientou o carinho que o Governador tem por Catalão e que será realizado uma ótima parceria daqui para frente (embora tenhamos um aeroporto que não recebe voos, um distrito industrial sucateado e sem espaço, escolas estaduais caindo aos pedaços, ginásio internacional sem condições de uso, apagões pontuais da CELG e outras parcerias que não demonstram esse amor por nossa cidade);

4º - Disse que o transporte coletivo é uma vergonha (concordo demais) e que será feita uma licitação para tirar a Transduarte. Mas porque não fez um contrato emergencial para o coletivo, como no caso da coleta de lixo e do funcionamento do restaurante popular? Será por algum impedimento legal ou o transporte público não é prioridade? Ou talvez seja mais fácil contratar sem licitação fornecimento de comida e limpeza urbana...;

5º - Criticou a SAE, dizendo que não poderia ter tirado a concessão de água e esgoto da Saneago e terceirizar para uma empresa privada. Seria um sinal que a água pode voltar para a Saneago?; 

6º - Questionado sobre sua opinião a respeito do Carlinhos Cachoeira, disse que não poderia fazer nenhum julgamento sobre sua culpa ou não, mas que era inegável sua influência no Governo (?), no entanto não dá para dizer se era para o bem ou para o mal (mandar na PM, no DETRAN e no Gabinete do Governador deve ser só para fazer o bem, com certeza);

7º - Finalmente, disse que onde há corrupção não existe desenvolvimento e citou a herança recebida do PMDB como exemplo (esqueceu de mencionar que também é amigo do Cláudio Abreu, como citado pelo próprio DM, dia 16 de fevereiro);

8º - Estranhamente ninguém no jornal perguntou nada sobre o CRAC, ou sobre as relações da Corpus Saneamento e Obras com a Delta, ou mesmo sobre o suposto encontro de Jardel com Cláudio Abreu, divulgadas pelo DM em edições anteriores.

Publicado na coluna Fio Direto, do Diário da Manhã, em 09 de fevereiro de 2013

Publicado na coluna Fio Direto, do Diário da Manhã, em 16 de fevereiro de 2013

O que me entristeceu nessa entrevista foi constatar que a gestão de Jardel, ao menos nos dois primeiros anos, não vai ser a mudança tão prometida e pedida pela população de Catalão, já que o propósito será trabalhar para a reeleição do Governador Marconi Perillo. Os próximos dois anos serão de detonação das gestões passadas, de falar mal dos adversários, de propagandear a "boa" parceria com o Governo do Estado, da Prefeitura assumindo as obrigações do Governo com as reformas das escolas, do DIMIC e do ginásio internacional, tudo em nome da PARCERIA e apenas para construir a imagem do "bom parceiro" de Catalão, uma lástima!

Catalão mais uma vez vai perder o bonde da História e deixar de dar um salto. Seria o momento para eleger um deputado federal comprometido com a região sudeste e não os Armandos Vergilios ou Thiagos Peixotos de sempre, que levam os votos e não voltam, mas se até o prefeito tem como projeto principal fazer da cidade um palanque para garantir a eleição de aliados que só querem o "venham a nós" as perspectivas para os catalanos não podem ser boas.

Um comentário:

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