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Pensamentos aleatórios

24 de abril de 2015

1,78 milhões de reais: valor dos salários do padre Luiz Augusto, que há 20 anos não cumpre expediente na Assembleia Legislativa de Goiás

Saiu hoje, em O Popular:
 

A Assembleia Legislativa gastou R$ 1,78 milhão com o padre Luiz Augusto Ferreira da Silva nos últimos 20 anos – período em que ele admite ter deixado de cumprir expediente na Casa por conta das funções sacerdotais. Os valores, que constam no dossiê funcional de Luiz Augusto produzido pela Casa, foram atualizados pela reportagem pelo índice da inflação (com base no INPC). O POPULAR teve acesso com exclusividade ao documento.
 
O dossiê tem mais de 800 páginas e foi produzido por uma comissão de sindicância da Assembleia após o Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO), o Ministério Público Estadual (MP-GO) e a Polícia Civil instaurarem inquéritos para averiguação da situação do padre a partir de reportagem do POPULAR. Matéria publicada no dia 5 de março revelou que Luiz Augusto é servidor do Legislativo há 35 anos e que recebe sem trabalhar desde 1995, quando foi ordenado padre. Ele ganha atualmente R$ 12 mil pelo cargo de analista legislativo.
 
 
Além das folhas de pagamento do servidor, a Assembleia anexou no documento folhas de ponto assinadas de próprio punho e relatórios de frequência – a maior parte. Conforme os dados, durante os 35 anos Luiz Augusto passou por gabinetes de cinco deputados, pelo Sindicato dos Servidores do Legislativo Goiano (Sindislego) e ficou à disposição da Câmara de Goiânia.
 

O estatuto do servidor da Assembleia permite a disponibilidade do funcionário a qualquer outro poder desde que ele seja efetivo. Quanto ao ônus, o texto diz que deve ser “discutido entre os poderes”. No caso do padre, ele recebeu da Assembleia no período em que trabalhou na Câmara – 1989 a 1991. Não há informações sobre a lotação do padre no Legislativo municipal.
 
De acordo com informações do dossiê, padre Luiz tirou licença por motivos particulares pelo período de quatro anos a partir de agosto de 2009. Mas houve interrupção antes do término do prazo, em fevereiro de 2011.
 
Um fato: a principal causa desse absurdo foi a conivência dos presidentes da Assembleia nos últimos 20 anos e, detalhe, nosso prefeito presidiu a Casa em duas oportunidades (2004/2005 e 2011/2012), sendo que na segunda vez lotou em seu próprio gabinete o padre fantasma (talvez no mesmo local do avô do vereador João Antônio).
 
E pensar que o trabalhador comum, que não tem amizade com poderosos nem cobertura divina, precisa trabalhar 35 anos, sem faltar nem um dia, para receber uma mísera aposentadoria de 788 reais...

Males da meritocracia, quem manda não ter o mérito de ser amigo dos presidentes da Assembleia?

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