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Pensamentos aleatórios

10 de julho de 2015

Nem sempre o inimigo de meu inimigo serve para ser meu amigo


"O inimigo do meu inimigo é meu amigo"

A sentença acima, muito comum e repetida em vários filmes e livros, sugere que duas partes podem ou devem trabalhar em conjunto contra um oponente em comum. O registro mais antigo dessa frase foi encontrado em sânscrito, em um tratado sobre a arte de governar do século IV AC. A autoria é atribuída um príncipe árabe que teria sido traído e decapitado por seus próprios súditos, após ter se aliado a um inimigo para derrotar um antigo rival, o que causou a revolta da população.

Tal frase vem sendo muito usada pela classe política catalana nos últimos meses. Quem acompanha  a política local sabe que, embora a eleição seja somente daqui a 18 meses, o movimento no tabuleiro político-eleitoral já começou (se é que terminou um dia) e aqueles antigos desafetos já começam a ver qualidades nos antigos adversários, já mudam de opiniões formadas "em nome do povo" e já estão a pular de barco. Todo ano é assim e a má fase (fase?) da gestão Jardel só colabora para que isso ocorra mais cedo dessa vez. Tais movimentos são normais e esperados e a aplicação do ditado é usada amplamente para justificar os movimentos no tabuleiro afinal "para derrotar um mal maior" antigos inimigos podem se tornar aliados. O problema desse ditado é que aplicá-lo sem nenhuma contestação ou adaptação pode causar prejuízos irreparáveis a quem o faz e, tal qual o príncipe árabe que o originou, ficar sem a cabeça (no caso, a eleição).

Um ótimo exemplo disso é o destaque que parte do PMDB catalano está dando para as declarações de um certo empresário investigado pela Polícia Civil por fraudes em compra e venda de gado, sendo que o prefeito de Catalão supostamente seria uma de suas vítimas. O empresário está nos meios de comunicação e nas redes sociais denunciando que não pagou o gado que comprou de Jardel por ter financiado sua campanha, que teria vendido para a Prefeitura e não recebeu e por isso a operação policial que o investiga nada mais é que uma armação do prefeito apenas para prejudicá-lo. Pode ser verdade, afinal armar factoides é o que Jardel faz melhor, mas acreditar piamente no que o sujeito fala, simplesmente porque atinge o adversário, é extremamente perigoso, afinal por que ele esperou a polícia prende-lo para denunciar o prefeito? Não poderia ele estar apenas buscando uma proteção política, pois ele também é acusado de aplicar outros golpes na praça? O que dirão as outras pessoas prejudicadas pelo mesmo e que nada tem a ver com Jardel? QUEM ANDA COM MALANDRO É O QUÊ?

Para encerrar, se nem sempre o inimigo de meu inimigo serve para ser meu amigo, um outro ditado popular "diz-me com quem andas e te direi quem és" também serve para analisar as adesões, e isso vale para todos aqueles que agora estão pulando do Tucanic e querendo embarcar na nau oposicionista: podem subir, mas seus lugares são no fundo do navio, calados, e nada de tirar foto com o capitão.

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