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Pensamentos aleatórios

13 de fevereiro de 2014

10 pontos de uma história que não deve nada ao carro explodido pela ditadura no Rio-Centro.

É o assunto do momento.

A morte do cinegrafista da Band que cobria uma manifestação no Rio de Janeiro, vítima de um foguete disparado por um dos manifestantes (black bloc), que ao ser capturado confessa que ele e vários outros recebem dinheiro (150 reais) para participar de manifestações, causar tumultos e brigas com a polícia. Tal versão é repetida a todo momento pelo principal veículo de comunicação aberta do país (rede Globo), com a mensagem óbvia: manifestações, como as que ocorreram ano passado (e que prenunciam acontecer este ano), são elaboradas farsas articuladas por grupos partidários contrários à lei e a ordem. No caso do Rio de Janeiro o responsável seria o deputado Marcelo Freixo (PSOL), ferrenho opositor do atual governo carioca e um dos principais denunciantes da ação das milícias no Rio (o personagem Fraga, de Tropa de Elite 2, é baseado em Freixo) e possível candidato ao Governo este ano.

A morte do cinegrafista é uma tragédia, não há dúvidas, mas as nuances dessa história e a cobertura da mídia levantam algumas questões que merecem atenção, pois é frequente na história do Brasil a manipulação e fabricação de fatos com o intuito de influenciar a opinião pública (vide o atentado no Rio-Centro, grande farsa do final da Ditadura Militar).

Manchete do Jornal do Brasil, de 30 anos atrás

Montagem que circula no Facebook, levantando suspeitas sobre quem de fato estava com o rojão

Seguem 10 pontos dessa história, vistos sob a ótica da teoria da conspiração, que jogam dúvidas sobre o desenrolar dos fato:

1 – Fabio se entrega voluntariamente à polícia, acompanhado de um advogado particular.
  • Nenhum manifestante (ou PM) se entregou até hoje, em nenhuma manifestação.
  • Fabio não estava foragido, nem procurado, ele resolveu se apresentar ‘voluntariamente’.
2 – Seu advogado é o mesmo que fez a defesa de ex-vereador miliciano preso em penitenciaria federal.
  • O miliciano preso é irmão de outro miliciano preso, Jerominho, do mesmo partido (PMDB) do governador e do prefeito, alvos dos protestos.
  • Quando defendia o miliciano, responsável pela morte de diversas pessoas em chacinas, este advogado não entregou seu cliente em nenhuma delegacia.
3 – Advogado denuncia, através de seu assistente, o deputado Freixo como ligado aos atos criminosos em apuração.
  • Após fazer questão de comunicar esta versão ao delegado e registrá-la, voltou atrás. Não antes de toda mídia dar ampla divulgação.
  • Freixo concorreu contra Eduardo Paes e se constituiu como único candidato forte de oposição ao atual governo.
4 – Fabio alega que apenas entregou o artefato, que outra pessoa o detonou, mas não sabe quem foi.
  • Fabio repentinamente conhece alguém, que conhece alguém que sabe nome, apelido e CPF deste que teria acendido o artefato.
  • O tal denunciante não é revelado, e o advogado é que assume a responsabilidade pela denúncia.
5 – O advogado Jonas denuncia à polícia quem teria sido o detonador do artefato. A estratégia da defesa de Fabio é responsabilizar Caio, negro de cabelo curto e duro.
  • As imagens apontam um rapaz claro, cabelos lisos e volumosos.
  • Polícia vai a caça de Caio na casa de sua família. Jonas, o advogado denunciante vai junto.
6 – Partem num avião um delegado do Rio, o advogado denunciante e a imprensa para prenderem Caio na Bahia, após sua família ser pressionada a entregá-lo.
  • Caio é preso pelo delegado e pelo advogado denunciante. Um trunfo para a defesa de Fabio.
  • Inexplicavelmente, o advogado de Fabio, denunciante e auxiliar na captura, vira defensor TAMBÉM de Caio.
7 – Jonas, que não entregou Natalino, mas entregou Fabio, acusou e prendeu Caio agora defende Caio contra Fabio e Fabio contra Caio.
  • A polícia aceita que um advogado da parte ré participe de uma operação policial.
  • Autoridade policial aceita, sem estranhamento, que advogado de um réu que denunciou outro e auxiliou na prisão deste siga como defensor deste.
8 – Jonas, o advogado que faz prisões, e a Globo, que teve permissão pra cobrir com exclusividade a operação (porque, porque?) dizem que Caio afirmou que “políticos aliciam para manifestações”.
  • Caio não assinou nenhuma declaração nesse sentido. Um vídeo mostra que ele disse claramente que pessoas são convocadas (não aliciadas) e que é papel da polícia investigar quem convoca (portanto, não acusou ninguém, muito menos políticos).
9 – Senadores do PT, PRB e PP (aliança dos governos municipal e estadual, foco dos protestos) apresenta projeto que tipifica manifestação e greve como terrorismo. Outro senador do mesmo partido sobe na tribuna exigindo urgência na aprovação.
  • Secretário de Segurança do Rio apresenta projeto para Congresso (!!!) para tipificar também crime de desordem e incitação a desordem pública.
  • Imprensa, liderada pela Globo, exige maior repressão policial e jurídica ao que chama de atentado à liberdade de imprensa.
10 – Instituições democráticas, partidos de esquerda, militantes e personalidades ligada aos governos apoiam a cruzada acima.
  • Em se aprovando os projetos, todas as atividades dos sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais serão considerados terrorismo e desordem pública.
  • Santiago foi a décima pessoa morta em decorrência das manifestações, a primeira por conta de manifestantes. Das outras 9, nem o nome se sabe direito.

Será que o episódio atual é um novo Rio-Centro sendo construído com o objetivo de influenciar a opinião pública contra as manifestações populares? 

E quem ganha o quê com isso?



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2 comentários:

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