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Pensamentos aleatórios

1 de março de 2016

Editorial de O Popular afirma que os goianos perderam direito de ir e vir


O editorial do jornal O Popular desta terça-feira, 1º de março, foi dedicado mais uma vez ao relato do drama de uma família diante da falta de segurança pública que atormenta a população goiana. Com o questionamento “Cadê a Justiça”, o titulo reproduziu a frase de um dos cartazes que amigos levaram para o velório de Jéssica Ferreira da Silva, assassinada domingo a noite na porta da casa dela, em Aparecida de Goiânia. “O cidadão não tem o direito de ir e vir nessas cidades, porque a violência tomou conta de suas ruas”, opina o jornal.

Jéssica, um irmão e dois amigos conversavam na porta de casa, o que ainda é um hábito no bairro, relata o jornal. “Eles talvez não soubessem que Aparecida de Goiânia, onde localiza-se o bairro, tem uma taxa de 57,48 assassinatos por um grupo de 100 mil habitantes. Em Goiânia são 38,23 homicídios por grupo de 100 mil habitantes”, explica o editorial. O porcentual tolerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 8 mortos por 100 mil, lembra O Popular.

O texto ainda aponta as semelhanças entre as mortes de Jéssica e de Nathalia Araújo Zucatelli, na semana passada: “Ambas foram abordadas por um motoqueiro, roubadas e levaram apenas um tiro após a abordagem, sem esboçarem reação”. “A diferença é que a primeira vivia em bairro nobre e a segunda, na periferia o que, no entanto, não muda em nada a realidade, que é a falta se segurança em geral”, conclui o jornal.  

Leia, abaixo, a íntegra do editorial de O Popular

“Cadê a Justiça"

Na falta de palavras diante do inacreditável assassinato de Jéssica Ferreira da Silva, 23 anos, na noite de domingo, os amigos levaram para seu velório cartazes com frases como a deste título, tentando expressar um sentimento sem nome que tomara conta de todos. Jéssica, um irmão e dois amigos faziam naquela noite o que é ainda é um hábito no bairro, especialmente entre os jovens: conversar na porta de casa.

Eles talvez não soubessem que Aparecida de Goiânia, onde localiza-se o bairro, tem uma taxa 57,48 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Em Goiânia são 38,23 homicídios por grupo de 100 mil (o tolerado pela ONU são 8 mortos por 100 mil). Em outras palavras, o cidadão não tem o direito de ir e vir nessas cidades, porque a violência tomou conta de suas ruas.

Na semana passada, Nathalia Zucatelli, 18 anos, foi assassinada na saída do colégio em situação muito similar à que levou a vida de Jéssica. Ambas foram abordadas por um motoqueiro, roubadas e levaram apenas um tiro após a abordagem, sem esboçarem reação.

A diferença é que a primeira vivia em bairro nobre e a segunda, na periferia o que, no entanto, não muda em nada a realidade, que é a falta se segurança em geral. Diante de tantos casos, natural a reação da mãe de Jéssica, Lucimar Francisca da Silva: “Eu não consigo pensar em nada. Só Deus para poder fazer justiça. Porque a justiça é só de Deus." Ou seja, “cadê a Justiça?"

Enquanto isso, o Secretário está na chuva, mostrando serviço e saindo em fotos nas redes sociais, um tucano perfeito...

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